Qual a visão espírita do
Carnaval?
Muito se
fala do carnaval às proximidades do evento anual em que foliões saem às ruas em
atitude festiva. São 4 dias de muita festa regada a bebidas, curtição, sexo e
sensualidade. Mas, afinal, como o espiritismo encara o carnaval?
Para tal
estudo precisamos primeiro entender que não cabe a ninguém o julgamento de
outrem. Temos nossa liberdade que foi concedida por Deus e a ela cabe somente a
nossa consciência analisar e justificar nossas escolhas, de resto, o tribunal
real não se encontra na terra e sim dentro de nós.
Esclarecido
isso vamos ao nosso pequeno estudo. O carnaval, ou festa da carne como o
próprio nome já remete, é a comemoração de tudo que o materialista elege como
prazer. Festas, Drogas, sexualidade sem limites em geral fazem parte de grande
parte das comemorações carnavalescas. Sabemos que nos mantemos em constante
troca de fluídos e de energias com o mundo espiritual e que nossas intensões e
nossa energia espiritual são diretamente ligadas ao nosso proceder moral.
Em festas
de rua costumamos ver uma libertinagem acima da média de outros momentos, pois
que, no carnaval, as pessoas se entregam a uma energia muito mais material,
imediatista, onde os prazeres inerentes às vontades materiais são colocados
acima da moralidade.
O Carnaval,
conforme os conceitos de Bezerra de Menezes é festa que ainda guarda vestígios
da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado
pelas paixões do prazer violento. Visto que é uma festa cujo padrão vibratório
de grande parte dos foliões encontra-se baixo, mesmo quando estamos num padrão
mais elevado acabamos pro nos contaminar pelo ambiente se não estivermos com
intenções bem definidas e elevadas.
A
espiritualidade das trevas age durante o carnaval para que os excessos de todos
os tipos sejam cometidos em nome das “festividades” o que acarreta em situações
de vampirismo espiritual e obsessões complexas que são angariadas durante esta
temporada em que muitos espíritos baixam sua energia espiritual a níveis mais
primários.
É
lamentável que […] licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas
indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais
esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados
fazem desaparecer. Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo
acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não
basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de
esquecimento do dever.
Emmanuel
Como
espíritas somos fortemente induzidos a não participar de tais tipos de
comemorações não sadias à nossa alma. Não porque temos uma doutrina que é
moralista ou reprovadora, mas porque entendemos as consequências do mal uso do
livre-arbítrio e da infalibilidade da lei de causa e efeito. Sabemos que todos
os atos de excesso sejam no carnaval ou em qualquer dia de nossas vidas serão
cobrados à medida em que forem cometidos e que o melhor para nossa vida futura
é evitar contrair mais débitos diante da lei de Deus.
Mesmo
assim, somos livres à concretizar qualquer desejo que tenhamos. A doutrina
espírita é diretriz de segurança para nossas vidas, não um carrasco que nos
manda e desmanda. Temos todo o manancial de conhecimento que os espíritos nos
trazem acerca da lei divina, porém, cabe a nós escolher o caminho a seguir.
O
espiritismo é claro quanto a qualquer materialismo. Devemos sempre valorizar
mais o que é do reino de Deus que segundo jesus “não é deste mundo”. Sabemos o
quanto espíritos das trevas se comprazem de nossos erros e se ligam a nós
através de nossos atos menos elevados. Sem sermos hipócritas, pois sabemos que
todos erramos e não só em épocas de carnaval, somos induzidos pela lógica a
evitar tais tipos de atos que já não condizem com nossa condição espiritual de
busca pelo bem maior.
Sabendo das
artimanhas das trevas em angariar mais encarnados para seus projetos de
contrariedade da evolução planetária fica o questionamento : “vale a pena eu
arriscar minha integridade espiritual por algo que eu sei que não é o mais
importante ?”. A resposta é de ada um e não existem respostas erradas, somente
respostas condizentes com o momento evolutivo de cada ser.
Esperamos
que esta pequena dissertação sobre um assunto tão amplo e tão controverso sirva
de luz para iluminar vossos pensamentos e diretrizes. Que Deus lhes conceda
entendimento e bom senso para decidirem o que fazer de suas vidas da melhor
maneira possível a fim de alcançarem a evolução desejosa de seus corações. Nos
despedimos com sinceros votos de um bom feriado e que Jesus cristo nos abençoe,
muita paz!
Imagem:
Marco A. C. Neves