domingo, 20 de maio de 2018
Lei hermética do gênero e a causa da homossexualidade
Lei hermética do gênero e a causa da homossexualidade
Tratamos
anteriormente neste blog da quarta lei ou princípio hermético: da polaridade e
vimos que tudo pode ser compreendido em opostos, mas eles são apenas graus da
mesma coisa. O todo é uno. No último texto sobre o tema, foi abordada a lei
hermética do ritmo.
A sexta lei,
ou princípio hermético do gênero, coaduna-se com as leis anteriores quando
prescreve o seguinte: “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios
Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da criação.”
Na versão do
Kybalion de que dispomos, a lei de causa e efeito é a sexta, enquanto que a lei
do gênero é a sétima e última, porém muitos estudiosos abordam o tema situando
a lei do gênero como a sexta. Como foi assim que sentimos e como as coisas no
cosmo não são engessadas, sendo muito importante seguirmos a intuição, a lei de
causa e efeito ficará para o texto seguinte e final sobre esse assunto.
Masculino e
feminino, assim como todos os demais opostos, são apenas graus da mesma
energia. Nada é 100% masculino ou 100% feminino. Quando se fala aqui nesses
dois gêneros, não se está tratando exatamente do gênero biológico ou sexual:
homem ou mulher, mas há relação entre as duas dualidades.
A comunhão
das energias masculina e feminina se dá aparentemente em todo o cosmo, não
importa a dimensão, pois são opostos que se coadunam para gerar o equilíbrio do
todo. Em alguns planos, em alguns momentos, pode até ser mais complicado
perceber essa dualidade, seja pelo fato de as consciências serem ainda muito
primitivas, seja pelo fato de já serem bastante evoluídas e terem transcendido
a dualidade vista como opostos separados.
Os sexos
masculino e feminino manifestam-se especialmente aqui na terceira dimensão, no
plano dos encarnados, e com mais vigor quando os seres ainda estão mais
animalizados, não significando que o sexo seja algo ruim, porém que ele é mais
carnal, instinto e animal do que propriamente espiritual. No plano encarnado, nesta
fase de evolução, o sexo chega a ser imprescindível para o equilíbrio das
energias da maior parte dos seres.
No plano
desencarnado, os espíritos podem plasmar órgãos sexuais quando ainda estão mais
próximos da matéria, quando sua mente ainda projeta sua vida encarnada sobre o
corpo espiritual, dentre outras razões. Lá também há sexo, mas não
necessariamente com cópula. Há uma troca de energias que muitas vezes tem o
objetivo exatamente de equilibrar as energias masculina e feminina em dois
seres.
Talvez fosse
até melhor não utilizar esses termos masculino e feminino para evitar a
confusão com a biologia, a fisiologia e a sexualidade, sendo possível
substituí-los, por exemplo, pelos conhecidos termos taoistas yang e yin.
Yang vibra o
masculino, positivo, ativo, provedor, focado, individual, competitivo, prático,
racional, extrovertido, vontade, força, mental, solar, dia, construtivo,
rápido, aterrador, quente.
Yin vibra o
feminino, negativo, passivo, receptivo, sistêmico, global, cooperativo,
detalhista, sentimental, introspectivo, sabedoria, resistência, intuitivo,
lunar, noite, instrutivo, lento, oceânico, frio.
Já dissemos
algumas vezes neste blog que, apesar de positivo e negativo serem
frequentemente atrelados a bom ou mau na língua humana, do ponto de vista das
energias funciona melhor entender positivo ou negativo como os polos diferentes
de uma pilha ou qualquer outra bateria, como a do carro. O polo negativo das
baterias não é mau, ruim, indesejado. Muito pelo contrário, ele é desejado,
necessário, uma face que completa o polo positivo.
São graus de
energia que se complementam. Bom ou mau, por sua vez, são qualificações
sujeitas a enorme subjetividade, cuja compreensão muda bastante na medida em
que se ultrapassa mais níveis de consciência. Na maior parte da humanidade, bom
ou mau está muito definido pelos desejos ilusórios do ego e por padrões mentais
(crenças) limitantes.
O homem com
muita energia feminina e a mulher com muita energia masculina não serão
necessariamente homossexuais. Há homens heterossexuais que, por exemplo, se
apagaram devido a terem sido mimados demais pela mãe e ficam sem a força da
energia masculina yang, ou seja, com pouca vontade e personalidade. Ele fica
apegado à mãe, às vezes meigo, dócil, com mais energia feminina do que
masculina, mas nem por isso passa a sentir atração por homens.
Esse
desequilíbrio nas energias pode fazer também com que o homem termine procurando
uma namorada ou esposa que seja tão cuidadora como a mãe. Ele vai buscar
características semelhantes às da mãe e/ou que esta aprove. Corre o risco de
ver o relacionamento como uma falsa necessidade, tornando-se emocionalmente
dependente, mesmo que seja talvez o provedor do ponto de vista financeiro.
Pode
tornar-se um homem com pouca energia de liderança e de maturidade do Rei e
talvez também com pouca energia de força do Guerreiro, para nos valermos dos
arquétipos mencionados no excelente livro, já citado em outros textos, Rei,
Guerreiro, Mago ou Amante: a redescoberta dos arquétipos do masculino, de Robert
Moore e David Gillete.
Outra obra
que trata bem de desequilíbrios da energia masculina na humanidade é João de
Ferro, de Robert Bly. Ele prega a busca do homem natural, em lugar dos
distorcidos arquétipos masculinos que têm sido almejados, como o do homem
bonzinho, que está relacionado com o exemplo daquele criado sob as asas da mãe
e controlado por ela, ou como o do homem machão, o garanhão que tem como
objetivo de vida ser rico, famoso, ter o máximo de mulheres e, de vez em
quando, dar uns tapas naqueles que não lhe agradam.
Muitos
homens falam brincando que vivem para as mulheres, mas isso é a pura verdade.
Não é raro eles nem notarem que vivem para provar aos outros serem capazes de
conquistar as mulheres. Como têm desejos de baixa vibração, costumam atrair
parceiras com energia mais densa, muitas vezes apenas interessadas no
superficial, como dinheiro e beleza estética.
Daí porque
muitos homens entram em desespero para se tornarem ricos e terminam cometendo
todo tipo de crimes e imoralidades. Ser rico, esbanjar bens materiais é uma
forma de ser admirado e conquistar ou manter mais mulheres superficiais. Dentro
desse caminho, homens e mulheres tornam-se cada vez mais rasos, vazios, têm
relações conturbadas, de interesse, traem-se etc.
As
polaridades precisam estar equilibradas. É isso o que acontece, em regra, nos
indivíduos mais sábios. Alguém pode ter um fantástico talento em algo e ser
completamente desequilibrado em outro aspecto. Vide inúmeros esportistas com
dons incríveis que se afundam em drogas, no esbanjamento de dinheiro etc. A
consciência desperta com verdadeira sabedoria, e não somente a mera
inteligência intelectual, tende a vir acompanhada de energias masculina e
feminina bem equilibradas.
Para tanto,
é preciso que a pessoa seja ativa, provedora, mas também saiba dar espaço,
respeitar, receber. Ela deve ser prática, executiva, mas também precisa saber
criar, intuir. Ela deve buscar melhorar, querer crescer, mas mantendo-se sempre
aberta à cooperação. Ela sabe quando acelerar e quando ficar mais lenta. Sabe
quando precisa ser dura com amor, porém é dócil e alerta na maior parte do
tempo.
O espírito
encarna muitíssimas vezes como homem e como mulher, em diferentes planetas, em
muitos países, como rico e como pobre, como saudável e como deficiente, e assim
por diante, exatamente para poder ir desenvolvendo cada uma das características
de cada polo.
Aqueles que
se interessam pelo mesmo sexo são muito corajosos, pois escolheram encarnar
nessa situação e enfrentar as consequências de viver numa sociedade ainda
preconceituosa. Não raro, são espíritos muito femininos que encarnam como
homens ou espíritos muito masculinos que encarnam como mulheres.
O espírito
chamado de evoluído é apenas alguém experiente, que já alcançou maior lucidez,
sendo capaz de equilibrar suas energias, de ter uma percepção maior do que os
demais, gozando de mais paz e manifestando imenso amor puro e incondicional.
Isso não
quer dizer que espíritos já com uma boa bagagem não possam estar em
desequilíbrio ao longo de suas encarnações. Os desafios da vida encarnada e os
carmas são algumas razões pelas quais muitos espíritos evoluídos passam por
situações complicadas ao longo da encarnação. Em nossos trabalhos nos centros
espiritualistas e como terapeuta temos visto casos espetaculares de despertar
da consciência nos quais a pessoa, em poucos meses, parece ter se tornado
alguém completamente diferente. Transformações assim decorrem, com frequência,
de um maior equilíbrio das energias masculina e feminina.
Em um
Diálogo com os Espíritos gravado recentemente com o Guardião Zé Pilintra,
também conhecido como Mago Cryptrus, pelo médium Edson Rosa, a entidade
explicou que vem trabalhando em outros médiuns como um membro da falange de
pombogiras Maria Malumbo. Esse diálogo apenas irá ao ar em 2019, mas tivemos a
oportunidade de acompanhá-lo durante as gravações realizadas por Jefferson
Viscardi em Salvador/BA.
A singela
situação narrada pelo Mago Cryptrus soluciona muitas dúvidas das pessoas.
Primeiro, uma entidade da umbanda pode não somente trabalhar em diversas
linhas, apresentando-se em arquétipos distintos, como pode até mesmo se
apresentar como um espírito mais masculino, forte, racional em uma ocasião e
como um espírito mais feminino, sensual, intuitivo em outra ocasião.
Isso é
importante para espíritos que precisam equilibrar suas energias masculina e
feminina, que é o caso de boa parte dos encarnados e desencarnados. Tudo e
todos podem atuar com mais energia masculina ou com mais energia feminina em
cada situação.
Quando um
prego é batido numa tábua, ele é ativo em relação a ela. É o macho, o ferrão
que acessa a parte receptora. Por outro lado, para fincar o prego na tábua foi
necessário um martelo bater nele primeiro. Sob esse ponto de vista da relação
martelo/prego, o martelo agiu com mais energia masculina e o prego sendo o
receptor, passivo, fazendo o papel da energia feminina.
Isso não
quer dizer que o homem encarnado deverá ser sempre o ativo e a mulher sempre a
passiva. Mostra justamente o contrário: todos precisamos equilibrar as duas
energias e podemos ter atuações com prevalência de um dos polos a depender da
situação.
Cada vez
mais se nota que os sexos masculino e feminino nem sempre se confundem com
prevalência de energia masculina e feminina. Isso reforça que, espiritualmente,
todos são, e devem mesmo ser, masculino e feminino, ainda que uma energia possa
prevalecer e o ser prefira se apresentar no plano espiritual mais com uma forma
masculina do que feminina, e vice-versa.
Alguns
amigos de Chico Xavier dizem que ele se apresenta normalmente nas dimensões
desencarnadas como uma mulher que ele foi em alguma encarnação, mas, quando vai
falar com os espíritas, sobretudo os encarnados, ele se mostra como o Chico
Xavier que foi até pouco tempo. A forte energia feminina era, aliás, clara em
Chico nessa sua encarnação, apesar de ter um corpo do sexo masculino.
O equilíbrio
das energias masculina e feminina pode ser buscado com análise para
autoconhecimento e entendimento acerca de pensamentos, sentimentos, emoções e
comportamentos que revelam desequilíbrios. Em seguida, busca-se alterá-los em
direção a um maior equilíbrio. Exercícios de meditação focados em equilibrar os
lados direito (feminino) e esquerdo (masculino) também são úteis. O terceiro
olho, ou chackra frontal, que fica um pouco acima do meio das sobrancelhas, é
considerado um ponto neutro. A respiração que inspira por uma narina e expira
pela outra, trocando as posições repetidamente, muito usada na Yoga, também tem
eficácia.
A
compreensão da espiritualidade ajuda a desfazer uma porção de mitos, males
entendidos, ilusões, crenças limitantes, incompreensões que geram dúvidas,
angústias, depressões, conflitos nos encarnados e entre eles.
É importante
que haja maior abertura nos estudos e busca ampla pelo conhecimento que gere
autoconhecimento e despertar crescente da consciência. O hermetismo e os
estudos posteriores pautados nele podem ser poderosos aliados nessa busca.
Marcos de Aguiar Villas-Bôas é
terapeuta holístico, consultor jurídico e político, espiritualista
universalista, reikiano usui, reikiano xamânico, estudante de psicanálise e de
Programação Neurolinguística (PNL), praticante de meditação e amante do todo e
de todos. Deixou a sociedade de um dos cinco maiores escritórios de advocacia
do país, sediado em São Paulo/SP, para seguir seu sonho de realizar pesquisas
em Harvard e em outras universidades estrangeiras, mas, após atingir muitos dos
seus objetivos materiais, percebeu, por meio da Yoga, de estudos e práticas
espiritualistas sem restrições religiosas, que seus sonhos e suas missões iam
muito além das vaidades acadêmica e profissional. Hoje busca despertar a
consciência, o mestre dentro de si, e ajudar os outros a fazerem o mesmo,
unindo o material e o espiritual e superando todas as demais dualidades.
Imagem: https://psych-kconstelacao.blogspot.com.br/2012/09/a-homossexualidade-na-visao-de-bert_16.html
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