MEDIUNIDADE E PRIVILÉGIOS
Todos estamos
concordes em que a Doutrina Espírita revive agora o Cristianismo puro; no entanto,
há muita gente que lhe estranha a
organização,
sem os chamados valores nobiliárquicos que assinalam a maioria das instituições
terrestres.
A força
de se iludirem com a idolatria, que sempre nos custa caro, muitos companheiros,
menos vigilantes, desejariam condecorar trabalhadores da Nova Revelação,
criando galerias para o relevo pessoal. E se pudessem determinar o rumo das
coisas, no consenso opinativo, decerto que há muito estaríamos mobilizando
doutrinadores-chefes e médiuns-titulares, com as nossas casas de serviço
perdendo tempo em mesuras e rapapés.
Entretanto,
não há uma só frase na Codificação Kardequiana em que se
recomende
tratamento especial a esse ou àquele médium porque fale com mestria ou
materializa desencarnados, porque transmita força curativa ou psicografe livros
renovadores.
A preocupação
fundamental dos emissários divinos, na formação de
nossos
princípios, foi, aliás, edificar moralmente a instrumentação
mediúnica
em bases de simplicidade e desinteresse, para que ela
"corresponda
às vistas da Providência".
Não
existem, desse modo, médiuns maiores ou médiuns menores,
favorecendo,
entre nós, a constituição de prerrogativas e castas.
Tanto na
mensagem do Evangelho, quanto na mensagem do Espiritismo, o que prevalece,
acima de tudo, é a responsabilidade para cada um de nós.
Responsabilidade
de sentir e pensar, de falar e fazer. Não temos o direito de enfeitar os outros
com os brasões da excessiva confiança, para que realizem o trabalho que nos
compete.
Por essa
razão, todos os operários da construção espírita são respeitáveis.
Os
doutrinadores que se esmeram em socorrer um irmão obsidiado, através de
entendimento particular, estão fazendo obra idêntica aos que usam
brilhantemente a palavra, arrebatando multidões, e os médiuns que compêndios
santificantes não são superiores àqueles outros que se consagram à restauração
dos enfermos.
Sustentar
a ideia espírita, indene de qualquer imaginária fidalguia para aqueles que a
servem, é dever para todos nós.
Na formação
cristã não sobraram privilégios para ninguém.
O próprio
Cristo, que se revelou pelo que fez e pelo que deixou de fazer, não se furtou
ao sacrifício e à humilhação.
Algum
tempo depois dele, Tiago, filho de Zebedeu, foi assassinado, Estêvão caiu sob
injúrias e pedras, Simão Pedro foi conduzido ao martírio extremo e Paulo de Tarso
tombou, sob golpes de espada, por estarem, todos eles, ensinando a verdade e
praticando o bem.
Hoje, não
podemos precisar de que modo desencarnarão os médiuns espíritas ocupados em tarefa
libertadora das consciências, mas é importante que vivam atendendo aos próprios
deveres, para que recebam corretamente a morte, quando não seja na palma do
heroísmo, pelo menos na dignidade do trabalho edificante.
Emmanuel
Livro:
Seara dos Médiuns - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Link:https://docs.wixstatic.com/ugd/7fde36_c2de094c83404962acb4f265b40dda75.pdf
Imagem:
http://chicodeminasxavier.com.br/acalma-te-uma-mensagem-de-emmanuel-para-voce/
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