Dois milhões de “Espíritos
Franceses” reencarnaram no Brasil
Texto
Extraído do livro: APRENDENDO COM DIVALDO. Entrevitas / Divaldo Pereira Franco:
São Gonçalo, RJ: Organizado pela SEJA, Editora e Distribuidora de Livros
Espíritas, 2002, p. 69-74.
Divaldo,
Deus te abençoe. É tão difícil entender que no Brasil, sendo a “Pátria do
Evangelho”, ainda existam tantas pessoas que não amam o próximo. Por quê?
Porque não
são Espíritos do Brasil. Vêm de outras pátrias, de outras raças. Não são almas
brasileiras. Vêm para cá, porque, se ficassem nos seus países de origem, os
sentimentos de rancor e ressentimentos torna-los-iam mais desventurados.
Após a
Revolução Francesa de 1789, quando a França se libertou da Casa dos Bourbons,
os grandes filósofos da libertação sonharam com os direitos do homem, direitos
que foram inscritos nos códigos de justiça em 1791 e que, até hoje, ainda não
são respeitados, embora em 1947, no mês de dezembro, a ONU voltasse a
reconhecê-los. Depois daquele movimento libertário, o que aconteceu com os
franceses? Os dois partidos engalfinharam-se nas paixões sórdidas e políticas e
como consequência, os grandes filósofos cederam lugar aos grandes fanáticos, e
a França experimentou os dias de terror, quando a guilhotina, arma criada por José
Guilhotin, chegava a matar mais de mil pessoas por dia. Esses Espíritos saíam
desesperados do corpo e ficavam na psicosfera da França buscando vingança.
Começa o
século XIX e é programada a chegada de Allan Kardec. O grande missionário vai
reencarnar na França, porque a mensagem de que é portador deverá enfrentar o
cepticismo das Academias na Cidade-Luz da Europa e do mundo e, naquele momento,
Cristo havia designado que o Espiritismo nasceria na França, mas seria
transplantado para um país onde não houvesse carmas coletivos, e esse país, por
enquanto, seria o Brasil.
São Luis, o
guia espiritual da França, cedeu que a terra gaulesa recebesse Allan Kardec,
mas “negociou” com Ismael, o guia espiritual do Brasil: “Já que a mensagem de
libertação vai ser levada para a Terra do Cruzeiro, a França pede que muitos
Espíritos atribulados da Revolução reencarnem no Brasil, pois, se reencarnarem
aqui impedirão o processo da paz”. E
dois milhões de franceses vieram reencarnar no Brasil, para que, quando
chegasse a mensagem espírita, culturalmente se identificassem com o chamado
método cartesiano de Allan Kardec. (sem grifos).
Naturalmente,
esses Espíritos eram atribulados, perturbados, com ressentimentos, com mágoas.
Se nós considerarmos que os Espíritos brasileiros são os índios, que a maioria
de nós é constituída por Espíritos comprometidos na Eurásia, e que estamos aqui
de passagem, longe dos fenômenos cármicos para nos depurarmos, compreenderemos
porque muitos brasileiros do momento ainda não amam esta grande nação.
E o
primeiro sentimento que têm quando, ao invés de investir em fortunas, honesta
ou desonestamente amealhadas no solo brasileiro, eles as mandam para os países
estrangeiros. Não confiam no Brasil, porque são “de lá”. Mandam para lá porque,
morrendo aqui, o dinheiro fica lá para poderem “pagar” o carma negativo que lá
deixaram. Os chamados “paraísos fiscais” são também lugares de alguns de nós
que aqui nos encontramos, mas apesar de ainda não termos o sentimento do amor,
já temos alguma luz.
Viajando
pelo mundo, onde tenho encontrado brasileiros espíritas, descubro uma célula
espírita. Começa-se com um estudo do Evangelho no lar, depois chama-se os
amigos, os vizinhos, forma-se um grupo e, hoje, na Europa. 90% dos grupos
espíritas são criados por brasileiros. Com exceção de Portugal. Espanha e um
pouquinho da França, o movimento é todo de brasileiros e latinos acendendo as
labaredas do Evangelho de Jesus. Não há pouco tempo, brasileiros na Holanda
encontraram as obras de Kardec traduzidas para o holandês, brasileiros na Suíça
revisaram O Evangelho segundo o Espiritismo e se está tentando publicar as
obras de Kardec, agora em alemão. Brasileiros na América do Norte retraduziram
O Livro dos Espíritos e O Evangelho, que o foi por um protestante, que substituiu
a palavra reencarnação por ressurreição. Brasileiros em Londres, com alguns
ingleses, já formam oito grupos espíritas e seria fastidioso se fosse
enumerando na Ásia, na África...
Certa
feita, recebi um telefonema de uma cidade asiática. Tratava-se de uma consulesa
do Brasil que me dizia o seguinte: “Eu estou no outro lado do mundo, sou
espírita, tenho três filhos rapazes – um de 10, um de 14 e outro de 18 anos.
Tenho-lhes ensinado o Espiritismo, mas o meu filho mais velho está na
Universidade e me faz perguntas muito embaraçosas; aqui eu não tenho acesso a
maiores instruções. Queria convidá-lo a vir aqui dar umas aulas de Espiritismo
ao meu filho. Você viria?” Eu respondi-lhe: - Sim, senhora, com a condição de
conseguir-se espaço para eu falar em auditório público sobre o Espiritismo: - O
marido era o representante dos negócios do Brasil no país. – Se a senhora
aceitar a condição, ficaria alguns dias para debater com os seus meninos. Como
não falo inglês, seu filho será o meu intérprete.
E assim,
fiz a longa viagem de 36 horas com escalas e lá, naturalmente, ela me disse:
“Mas, Divaldo, onde vamos ter esse encontro?” Eu lhe respondi: “Tive uma
entrevista com o Baghavan Swami Sai Baba, e sei que essa é uma cidade em que há
um grande movimento Babista e, se a senhora conseguir um grupo Sai Baba eu me
prontifico a fazer uma conferência ali”.
Encontramos
o representante de Sai Baba para a Ásia e ele ficou muito feliz porque Swami
havia-me recebido. Ele reuniu mil pessoas para que eu falasse sobre o Espiritismo.
Fiquei até com pena dele! E pensei: “Vou arrastar toda a turma de Sai Baba para
o Sr. Allan Kardec” (risos...)
Então, fiz
a palestra, falei sobre Allan Kardec, sobre as comunicações, ele ficou tão
sensibilizado, que me perguntou se eu teria coragem de ir a Cingapura para
fazer a mesma coisa. Eu lhe respondi: - O senhor me mandando até o CingaInferno
eu irei para falar sobre o Espiritismo. Fui a Cingapura e fiz uma viagem pela
Ásia e, onde havia brasileiros, lá estavam eles...
A missão do
Brasil, “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo” não é a de sermos todos ricos,
maravilhosamente ricos; é a de sermos maravilhosamente espiritualizados, sem
nenhum demérito para os outros países, que são todos amados por Deus e por
Jesus em igualdade de condição. Aqui entra o nacionalismo, para ver se a gente
ama um pouquinho mais este país que está passando uma fase de grande desprestígio.
Deus só tem ajudado no Tênis! Que Ele tenha compaixão de nós e nos ajude também
no Futebol e noutra coisa qualquer! (risos...)
Nós somos
as cartas vivas do Evangelho. Jesus escreveu em nossa alma a Sua mensagem. Onde
quer que vamos, que brilhe a nossa luz; mas, para que ela brilhe, é necessário
que a acendamos, e o combustível dessa luz é a fraternidade. Assim, todos
saberão que estamos ligados a Ele, graças à presença dos bons Espíritos, que
aqui estão conosco, e sempre se encontram a qualquer hora. Como disse kardec,
com muita propriedade, todos têm seu Guia espiritual que os inspira; dessa
forma, todos são médiuns, estão sintonizados com esses.
Concluirei
com uma pequena narrativa, sobre um homem que era muito ignorante, muito
modesto, muito pobre. Todo dia ele entrava na igreja, próximo ao horário de
fechar as portas; ajoelhava-se diante do altar-mor, ficava dois minutos e saía.
O sacerdote, que cuidava da igreja, ficou muito intrigado, e achou que ele
estava observando algo para furtar ou para roubar, passando a ficar mais
vigilante. Mas, ele chegava, ajoelhava-se, dobrava-se, balbuciava algo e ia-se
embora. Um dia, o sacerdote não suportou mais e perguntou: “O que é que você
vem fazer aqui, um miserável como é? Por que não vem à missa? Só vem na hora em
que a igreja vai ser fechada?” Ele respondeu: “É porque eu sou muito pobre.” O
sacerdote continuou:
- “E por
que vai ao altar-mor. Como se atreve?” Ele respondeu: - “Pois é, quando a
igreja vai fechar, eu entro correndo e digo: Jesus, eu estou aqui. Se precisar,
é só chamar! E vou embora”. O sacerdote achou aquilo intrigante.
Anos
depois, aquele mendigo adoeceu e foi levado para uma casa de emergência, de
caridade. Quando, um dia, a enfermeira foi colocar o seu alimento sobre uma
cadeira, ao lado da cama, ele pediu:
- “Oh, por
favor, não bote aí!” A jovem perguntou: - “Por que não?” E o homem respondeu:
- “Porque essa cadeira de vez em quando, fica
ocupada.” Ele deveria estar delirando, a enfermeira pensou, e respeitou-o.
Começou a notar que todo dia, um pouco antes das 18 horas, o rosto dele se
iluminava! Ele sorria e dizia:
- “Muito obrigado! Muito obrigado!” Ela achava
que era delírio mas, como ele era perfeitamente saudável da mente, num desses
dias, quando terminou de agradecer, ela indagou:
- “Não
repare, mas o que você está agradecendo?”
Ele
esclareceu:
- “É a uma
visita que chega todo dia cinco para as seis.” Ela continuou:
- “Que visita é essa?” - É Jesus.
Ele sempre
vem e diz-me: - “Olhe, estou aqui. Se precisar de mim é só chamar!...”
Se
precisarmos de Jesus, é só chamarmos! (XIF-2001)
Texto
Extraído do livro: APRENDENDO COM DIVALDO. Entrevitas / Divaldo Pereira Franco:
São Gonçalo, RJ: Organizado pela SEJA, Editora e Distribuidora de Livros
Espíritas, 2002, p. 69-74.
Nenhum comentário:
Postar um comentário