Mensagem
psicografada em: 12/05/1999
Há muito tempo atrás cometi vários erros graves, que
só agora consigo compreender.
Naquele tempo eu achava que sabia tudo da vida e que
sempre podia superar o conhecimento de outro.
Os arrebatia com minha capacidade de adquirir
conhecimento através dos livros que meu pai comprava para eu usufruir de tais
conhecimentos.
Mas o conhecimento nesse ponto me fez mal.
O mal que eu reproduzi aos meus semelhantes foi a
resposta que dei ao vasto conhecimento.
Como naquela época quase toda a cidade de interior
era repleta de pessoas incultas ou semianalfabetos, dava forças para eu por em prática toda a
minha avareza, de maus sentimentos.
Às vezes cheguei a sentir prazer em ver a dor de um
escravo ou serviçal camponês.
Hoje me arrependo, mas naquela época só queria saber
de acumular bens e poderes.
Tornei-me o homem mais rico de toda região do sul de
Minas. Todos me respeitavam e me temiam.
Chegava a ser consultado pelo governador das Minas
Gerais sobre assuntos econômicos e políticos da região.
Mas as épocas de poderio foram se enfraquecendo com
a chegada da velhice.
Já não era tão temido, mas continuava muito rico e
poderoso, a tal ponto que meus rivais da região várias vezes tentaram provocar
minha morte.
Vivi muito, até os setenta anos, idade muito
avançada para a época.
Com a minha morte, os negócios começaram a ruir.
Meu único herdeiro havia retornado de seus estudos
em Portugal.
Meu jovem sobrinho com ideias abolicionistas e anti-
escravagista,
e mal chegou e começou a dilapidar todo o meu patrimônio, fazendo caridade com o dinheiro alheio. Tentei várias vezes
impedi-lo, mas não consegui.
Meu ódio sufocava meu ser. A raiva era tanta que o
amaldiçoava a cada minuto.
Passei a ser
seu obsessor . E assim o fiz durante anos.
Até que consegui glória. Provoquei sua morte.
Mas quando achei que iria acertar definitivamente
minhas contas com ele, me vi distante, ao ponto de não poder alcançá-lo e nem
tocá-lo. Nesse momento é que me lembrei da fortuna e de meus bens.
Retornei ao casarão para recuperar o que era meu. E
tive mais uma grande decepção. O desgraçado do meu sobrinho tinha deixado um
testamento em que dividia todos os meus bens e terras entre os serviçais e
escravos que haviam se transformado em empregados.
Aí gritei, esbravejei e até tentei derrubara mesa do
escritório para por fim aquele negócio. Mas tudo foi em vão.
Tudo que havia acumulado durante anos, estava
destruído. Mas isso não poderia ficar assim.
Jurei para mim mesmo que encontraria o desgraçado do
meu sobrinho e acertaríamos as contas, eu e ele.
Durante anos permaneci naquela fazenda. A dor, a angústia e a raiva não só consumira
minha mente, como também meu corpo.
Para mim, a morte não passara e a vida não existia
mais, até que um dia uma senhora meu dirigiu a palavra, quando eu estava a
olhar a construção de uma espécie de celeiro.
Ela me disse que era lindo ver aqueles homens
trabalhando felizes.
Respondi que não havia nada de lindo e que assim que
eu conseguisse me libertar daquela situação, acabaria com aquilo.
Ela me fez olhar para ela, e como se estivesse
hipnotizado, só assistia uma forte luz ao seu redor e depois nada vi.
Não sei quanto tempo depois recobrei a consciência,
abri os olhos e vi algumas pessoas ao meu redor.
Devido à forte luz, no instante momento, não
reconheci ninguém. Mal consegui suportar a claridade, avistei o moleque do meu
sobrinho.
E o primeiro
impulso que tive foi de pular em seu pescoço. Mas fui impedido por uma força
que não sei como adivinhou meus pensamentos. E me segurando, passou a conversar
comigo, me dizia que estava ali para ser tratado e que deveria agradecer e
muito meu sobrinho, e que por intervenção dele estava ali para ser tratado.
Não sei de que maneira esse ser entendia o que
pensava e ao mesmo tempo respondia.
Fui acalmado, não sei como, só sei que não foi
nenhum remédio. Só sei que aos poucos fui me sentindo mais leve e menos
sufocado pelo ódio.
Fui aprendendo e me socializando com aquelas
pessoas, até que, depois de muito tempo, voltei a encontrar meu sobrinho.
Sorridente, aproximou-se e perguntou como estava.
Não sentia mais ódio dele, mas não entendia e nem
conseguia e nem conseguia perdoar tal traição.
Aos poucos fui entendendo tudo o que se passou
comigo e meu sobrinho.
Já não sentia mais raiva e já compreendia tudo.
Agora entraria em outra era. Uma preparação para nova reencarnação na terra.
Para resgatar aqueles erros aos quais havia cometido
e tentar contornar todo o mal com amor que aprendera a sentir.
Hoje, de volta ao outro plano tento mostrar como
exemplo de erro para que outros não cometam como eu os cometi.
Do irmão Antônio José Coimbra
Autor: Antônio José Coimbra (Espírito)
Médium: M. A. Neves
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