quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mensagem psicografada em: 12/05/1999




Mensagem psicografada em: 12/05/1999

Há muito tempo atrás cometi vários erros graves, que só agora consigo compreender.
Naquele tempo eu achava que sabia tudo da vida e que sempre podia superar o conhecimento de outro.
Os arrebatia com minha capacidade de adquirir conhecimento através dos livros que meu pai comprava para eu usufruir de tais conhecimentos.
Mas o conhecimento nesse ponto me  fez mal.
O mal que eu reproduzi aos meus semelhantes foi a resposta que dei ao vasto conhecimento.
Como naquela época quase toda a cidade de interior era repleta de pessoas incultas ou semianalfabetos,  dava forças para eu por em prática toda a minha avareza, de maus sentimentos.
Às vezes cheguei a sentir prazer em ver a dor de um escravo ou serviçal camponês.
Hoje me arrependo, mas naquela época só queria saber de acumular bens e poderes.
Tornei-me o homem mais rico de toda região do sul de Minas. Todos me respeitavam e me temiam.
Chegava a ser consultado pelo governador das Minas Gerais sobre assuntos econômicos e políticos da região.
Mas as épocas de poderio foram se enfraquecendo com a chegada da velhice.
Já não era tão temido, mas continuava muito rico e poderoso, a tal ponto que meus rivais da região várias vezes tentaram provocar minha morte.
Vivi muito, até os setenta anos, idade muito avançada para a época.
Com a minha morte, os negócios começaram a ruir.
Meu único herdeiro havia retornado de seus estudos em Portugal.
Meu jovem sobrinho com ideias abolicionistas e anti- escravagista,
e mal chegou e começou a dilapidar  todo o meu patrimônio,  fazendo caridade  com o dinheiro alheio. Tentei várias vezes impedi-lo, mas não consegui.
Meu ódio sufocava meu ser. A raiva era tanta que o amaldiçoava  a cada minuto.
Passei  a ser seu obsessor .  E assim o fiz durante anos. Até que consegui glória. Provoquei sua morte.
Mas quando achei que iria acertar definitivamente minhas contas com ele, me vi distante, ao ponto de não poder alcançá-lo e nem tocá-lo. Nesse momento é que me lembrei da fortuna e de meus bens.
Retornei ao casarão para recuperar o que era meu. E tive mais uma grande decepção. O desgraçado do meu sobrinho tinha deixado um testamento em que dividia todos os meus bens e terras entre os serviçais e escravos que haviam se transformado em empregados.
Aí gritei, esbravejei e até tentei derrubara mesa do escritório para por fim aquele negócio. Mas tudo foi em vão.
Tudo que havia acumulado durante anos, estava destruído. Mas isso não poderia ficar assim.
Jurei para mim mesmo que encontraria o desgraçado do meu sobrinho e acertaríamos as contas, eu e ele.
Durante anos permaneci naquela fazenda.  A dor, a angústia e a raiva não só consumira minha mente, como também meu corpo.
Para mim, a morte não passara e a vida não existia mais, até que um dia uma senhora meu dirigiu a palavra, quando eu estava a olhar a construção de uma espécie de celeiro.
Ela me disse que era lindo ver aqueles homens trabalhando felizes.
Respondi que não havia nada de lindo e que assim que eu conseguisse me libertar daquela situação, acabaria com aquilo.
Ela me fez olhar para ela, e como se estivesse hipnotizado, só assistia uma forte luz ao seu redor e depois nada vi.
Não sei quanto tempo depois recobrei a consciência, abri os olhos e vi algumas pessoas ao meu redor.
Devido à forte luz, no instante momento, não reconheci ninguém. Mal consegui suportar a claridade, avistei o moleque do meu sobrinho.
 E o primeiro impulso que tive foi de pular em seu pescoço. Mas fui impedido por uma força que não sei como adivinhou meus pensamentos. E me segurando, passou a conversar comigo, me dizia que estava ali para ser tratado e que deveria agradecer e muito meu sobrinho, e que por intervenção dele estava ali para ser tratado.
Não sei de que maneira esse ser entendia o que pensava e ao mesmo tempo respondia.
Fui acalmado, não sei como, só sei que não foi nenhum remédio. Só sei que aos poucos fui me sentindo mais leve e menos sufocado pelo ódio.
Fui aprendendo e me socializando com aquelas pessoas, até que, depois de muito tempo, voltei a encontrar meu sobrinho.
Sorridente, aproximou-se e perguntou como estava.
Não sentia mais ódio dele, mas não entendia e nem conseguia e nem conseguia perdoar tal traição.
Aos poucos fui entendendo tudo o que se passou comigo e meu sobrinho.
Já não sentia mais raiva e já compreendia tudo. Agora entraria em outra era. Uma preparação para nova reencarnação na terra.
Para resgatar aqueles erros aos quais havia cometido e tentar contornar todo o mal com amor que aprendera a sentir.
Hoje, de volta ao outro plano tento mostrar como exemplo de erro para que outros não cometam como eu os cometi.

Do irmão Antônio José Coimbra

Autor: Antônio José Coimbra (Espírito)
Médium: M. A. Neves

 

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