Mensagem
psicografada em: 28/04/1999
Irmãozinho, preciso muito relatar toda a minha
trajetória nessa última encarnação, para que outros não cometam o mesmo erro
que eu cometi.
Sempre tive de tudo, nunca nada me faltou. Tive boas
roupas, boa comida, boa moradia; mas vivia só para mim e não enxergava os outros ao meu redor.
Desperdicei muito a esbanjar tudo o que podia. Nada
me faltava, tudo que queria conseguia comprar.
Mas aos poucos meu poderia, meu poder foi se
acabando.
No começo, mamãe foi acometida de uma doença,
conhecida como gripe espanhola. Meus esforços foram inúteis, meu dinheiro não a
conseguiu salvar. Perdi minha mãe para a doença.
Durante alguns anos ficamos sós, eu e meu pai, que
mais tarde passou a adoecer.
Doença desconhecida na época, que foi o debilitando
até a morte.
Hoje sei que foi uma doença conhecida como câncer,
uma doença que é cármica.
Estava só e meu dinheiro não podia fazer nada por
mim.
Solteiro e sem ninguém, num casarão com apenas dois
empregados.
A solidão foi tomando conta do meu coração, a
angústia e a melancolia daquele lugar, foi aos poucos me levando à loucura.
Já não conseguia ganhar dinheiro. Não tinha sequer vontade de trabalhar. Mal conseguia me levantar da cama.
Já não conseguia ganhar dinheiro. Não tinha sequer vontade de trabalhar. Mal conseguia me levantar da cama.
Com o agravante da perda de dinheiro e um empobrecimento
crescente.
Antes que ficasse louco decidi me matar.
Peguei a velha arma de papai, carreguei com pólvora
, apontei para o meu pescoço e apertei o gatilho. O estampido da arma silenciou
meus ouvidos, senti meu corpo amolecer e cair.
Por alguns instantes estava em ali a ver meu corpo
estendido no chão morto. Achara que com a morte resolveria meus problemas, mas
não, acho que os agravei.
A angústia continuava e o desespero era maior.
Os empregados recolheram meu corpo, eu acompanhei
tudo até o final. Voltei para casa.
Não me sentia morto, mas a angústia não havia
passado.
Naquele mesmo dia sentia a presença de alguém ou
alguma cosia que se aproximava e ao mesmo tempo se afastava.
Passei por instantes de moleza, de fraqueza, um sono
estranho que tomava conta do meu corpo.
Deitei-me e adormeci.
Não sei quanto tempo depois desperte. Abri os olhos
e não conseguia enxergar nada. Pensei na hora que estava cego, mas com o passar
do tempo conseguia ver alguns vultos na escuridão. Mas não conseguia identifica,
não sabia se eram pessoas ou animais. Pelos ruídos de choro e grunhidos que
ouvia, não conseguia identificar nada, mal para me mexer.
O solo era mole e meio pegajoso. Sentia-me sujo e
incomodado co tudo aquilo.
Um bom tempo se passou e nada mudou.
Um dia não meio da escuridão avistei uma luz.
Chamei, implorei, mas nada
Foi nesse dia que me lembrei de rezar e pedir ajuda.
Não sabia o tempo que passara, mas continuava a
pedir ajuda. E mais uma vez vi aquela luz. Desta vez mais próxima. Chamei,
gritei, implorei, mas nada.
Não desisti, continuei pedindo. Muito tempo depois
continuando a pedir, a luz novamente apareceu mais próxima. S foi se
aproximando, se aproximando, até que atingiu uma velocidade muito grande,
parecia que ia colidir com meu corpo. E eu não conseguia me mexer. Ela foi se
aproximando cada vez mais e ofuscando minha vista com tremenda intensidade de
luz.
Não sei se perdi os sentidos, mas quando os
recuperei, não podia enxergar nada. Desta vez a luz era muito forte, o brilho
branco confundia minha vista.
Só ouvia uma voz de mulher dizendo que para que não
tivesse medo que ali estaria a salvo.
Algum tempo depois passei a suportar a luz e a
conseguir enxergar.
E consegui ver a voz feminina que me acalmava. Era
minha mãe.
Ali, pude ver o quanto fui idiota.
Isso foi só o começo da minha jornada, ainda tiver
que passar por muitas coisas que, em breve, contarei.
Do irmão João Antônio Coimbra
Autor: João Antônio Coimbra (Espírito)
Médium: M. A. Neves
Nenhum comentário:
Postar um comentário