Mensagem
psicografada em: 23/08/2000
Caros irmãos, é com profundo respeito que me proponho
a escrever estas linhas e contar o que se passou comigo nos últimos anos de
minha vida encarnado no planeta Terra.
Já velho, me vi isolado, afastado dos demais parentes
e de minha família. Já não tinham espaço para mim em suas casas e me levaram
para um asilo público.
Tinha às vezes que dividir meus pequenos rendimentos
com outros que se encontravam ali comigo, exilados de seus lares.
Não tinha raiva, mas tinha uma profunda tristeza em
ver que todos os anos que dediquei aos meus filhos não os foi retribuído por
eles.
Não querendo julgar, via a fraqueza que eles tinham perante
suas novas famílias.
Sentia-me como sem importância. Ninguém mais se
importava comigo e o que me esperava era a morte.
Vi muitos dos que viviam comigo no asilo falecerem e
nem um parente sequer aparecer para o velório ou para o enterro.
Previa que comigo acontecesse o mesmo.
Só esperava agora que chegasse a minha vez, mas o
tempo se passava e a minha vez não chegava.
E novos companheiros chegavam e partiam para sempre.
Mas não sei se por obra de Deus ou de um amigo muito
querido, tive um companheiro de quarto que me ensinou muito e me mostrou que a
vida não estava no fim e sim no começo.
Me mostrou que eu não tinha o direito sobre meus
filhos e que eu apenas os dei a oportunidade de voltarem a vida, e que nossos
compromissos eram apenas estes.
Mostrou-me também que não tinha fim as nossas vidas, que
tudo não passava de um ciclo. E que este ciclo não se cessava nunca.
Ele me animara, me fortalecera e mostrara quanto ainda
a vida era bela.
Mas um dia pela manhã acordei e meu amigo não estava
lá na cama ao lado.
Havia partido, e eu não sabia se um dia voltaria a lhe
ver.
Sentia-me um pouco triste no passar dos dias
seguintes, mas em pouco tempo chegou a hora que temia e ao mesmo tempo
esperava.
Desencarnei, e antes mesmo que conseguisse entrar em
parafuso com tantas dúvidas e medos, quem vejo vir em meu socorro: meu amigo e
companheiro de quarto, com um sorriso e um abraço à minha espera.
E em suas palavras ele disse:
- Vim antes para te esperar.
Na hora não entendi o que queria dizer com isso.
Mas ao longo do tempo pude perceber que este meu amigo
me salvou, abrindo minha mente para a vida e me mostrando uma continuação da
vida que nunca imaginara.
Hoje entendo cada momento que passei e porque passei.
Sei do que fui culpado e aprendi a perdoar a todos que me fizeram mal.
Meu compromisso não era com meus filhos, mas sim com
meus amigos que só encontrei no final da minha vida no planeta Terra.
Manuel Rodrigues
Autor: Manuel Rodrigues (Espírito)
Médium: M. A. Neves
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