Estudando Apometria
Com um Preto Velho III
por Marcos Villas Boas
Nos 2
últimos textos, foram analisadas as 7 primeiras leis da apometria com base na
obra “Espírito / Matéria: Novos horizontes para a Medicina”, de José Lacerda de
Azevedo, e no diálogo havido entre Jefferson Viscardi e o preto-velho Pai
Joaquim de Aruanda:
Neste
artigo, analisaremos mais 3 leis (8a, 9a e 10a), deixando as 3 últimas (11a,
12a e 13a) para o texto final, a ser publicado na próxima semana.
8a lei da
apometria: “Lei do ajustamento de sintonia vibratória dos espíritos
desencarnados com médiuns ou entre espíritos desencarnados, bem como sintonizar
esses espíritos com o meio onde forem colocados, para que percebam e sintam
nitidamente a situação vibratória destes ambientes”.
Como se
sabe, as ligações entre seres costumam acontecer por afinidade vibratória. É
daí que surgem as obsessões espirituais. Muitos obsessores, que costumam ter
energia mais densa, ficam acompanhando o obsidiado até que ele, em algum
momento, se irrite, se culpe, tenha medo ou entre em qualquer outro nível de
sentimento que baixe suas vibrações, permitindo, assim, a ação do espírito
desencarnado sobre o encarnado.
Outros casos
de obsessão se devem a tamanha afinidade de vibração e de pensamentos, como
entre um encarnado com vícios iguais aos de um desencarnado, que o próprio
encarnado “chama” o desencarnado para perto de si. Não é incomum que espíritos
relatem em reuniões de desobsessão que eles podiam nem estar ali, mas foram
quase que “grudados” ao encarnado por conta dos pensamentos deste último.
A Terra é um
planeta no qual é possível encontrar espíritos das mais variadas vibrações,
diferentemente de muitos outros planetas. Fala-se num cruzeiro vibratório, que
permite uma maior compreensão das faixas energéticas da Terra. Risca-se uma
cruz com um marco zero/zero bem ao centro dela. Há 7 planos para baixo
(polaridade negativa) e 7 planos para cima (polaridade positiva). Do mesmo
modo, haveria 7 planos para a esquerda (polaridade negativa) e 7 planos para a
direita (polaridade positiva).
Se, na
reunião de desobsessão, for perguntado ao espírito o quadrante ao qual ele
pertence, boa parte deles saberá responder por dois números, referindo-se o
primeiro à régua vertical e o segundo à régua horizontal. Em caso de ele não
saber, é possível pedir à equipe espiritual da casa que apresente os números a
eles em uma tela mental. Saber esses números permite identificar qual a
vibração daquele espírito, sendo mais fácil construir uma metódica de
tratamento dele.
Como visto,
a apometria, no seu cerne, é um conjunto de técnicas que usa o animismo dos
trabalhadores, mas, juntando essas técnicas a boas faculdades mediúnicas, o
resultado pode ser muito mais eficiente. A 8a lei refere-se à possibilidade de
ajustar vibratoriamente espírito e médium para que haja incorporação durante o
trabalho e, assim, seja dado um choque anímico no espírito, haja diálogo de esclarecimento
e outras técnicas possam ser aplicadas.
Lacerda
lembra que, após o espírito ser desacoplado do médium, é importante elevar
novamente a vibração deste, para que ele não fique sentindo por mais tempo as
sensações deixadas pelo espírito tratado, que, em regra, é um irmão em
sofrimento ou um irmão em maior ignorância, que se encontra nos planos mais
baixos os quais se chama normalmente de “trevas”. Para uma crítica a respeito
de termos como “trevas”, “trevoso” e afins, ver os últimos textos publicados
neste blog.
No diálogo
com o Pai Joaquim de Aruanda, ele pede à moça ao seu lado que dê um comando
para que seja melhorado o ajuste vibratório entre ele, o guia espiritual, e a
sua médium Camila Weinmann. Após dado o comando verbal, com contagem de 1 a 7,
Pai Joaquim relata que, de fato, houve um aperfeiçoamento da sintonia entre
eles.
Ele também
explica que os médiuns daquela casa costumam cantar o mantra “Om” antes dos
trabalhos, o que ajuda na afinização vibratória. Isso é comum, ainda, no início
ou ao final de práticas de Yoga e de meditação, permitindo uma harmonização dos
praticantes com as vibrações do ambiente, dos demais praticantes ou permitindo
uma elevação do padrão vibratório se houver pensamento dirigido a seres como,
por exemplo, o Buda.
Muitos
questionam os trabalhos na Umbanda com atabaque, cantos, palmas etc., mas
desconhecem que todos esses elementos contribuem vibratoriamente, gerando
afinização e produção de energia a ser utilizada pelos guias espirituais com o
objetivo de descarregar os médiuns e os assistidos que vão à chamada “gira”.
Muitos que
vão às giras, pelo fato de, em diversos casos, terem sido influenciados por uma
formação religiosa imposta pelo meio, pela família ou escolhida por eles
mesmos, têm dificuldades de compreender o que ali se passa. Contribuem para
isso os preconceitos, tendo em vista que a Umbanda é normalmente praticada em
locais mais pobres, por pessoas mais humildes e as suas características de
origem africana transmitem para alguns um ar de tribalismo que foge ao que se
tem por superior em muitas mentes humanas. Nada que se deva julgar, mas são
fatos que precisam ser enfrentados.
Sem estudos
e sem a participação em repetidas giras, ou seja, sem uma experiência mais
substancial, não é possível, como acontece com quase tudo na vida, compreender
bem o que acontece, havendo boas chances de o indivíduo sair acreditando que
ali há apenas uma festa rústica com música e incorporações, na qual espíritos
usam bebidas alcoólicas e fumo, o que revelaria supostamente inferioridade dos
desencarnados e encarnados presentes.
Alguns guias
da umbanda já vêm trabalhando sem álcool e fumo. No entanto, a imensa maioria
diz que a eficiência do trabalho é muito maior com esses elementos, pois, além
de fins magísticos, o álcool ajuda a deixar a consciência do médium mais
adormecida, permitindo uma comunicação do espírito com menos interferência do
seu animismo.
O fumo
permite a emissão de fumaça e o direcionamento dela conforme a vontade do
espírito que está incorporado, facilitando carregar miasmas, larvas, amebas
etc. espirituais que atrapalham o espírito dos encarnados. Além da defumação
com ervas, que limpa e prepara o ambiente, o fumo permite um direcionamento
específico da fumaça para as limpezas que acontecem na gira.
O álcool e o
fumo têm, portanto, fins magísticos e bioenergéticos, como lembram inúmeros
espíritos que participaram do programa Diálogo com os Espíritos, inclusive um
sábio espírito mago que nem sequer atua na umbanda:
Quando os
guias incorporam nos médiuns nas giras, como a vibração dos espíritos é maior
do que a dos encarnados, ao contrário do que acontece em reuniões de
desobsessão, é necessário um adensamento vibratório dos guias para que se
afinizem com os médiuns. Devido a isso, às questões fluídicas e outras, há na
umbanda as chamadas giras de desenvolvimento mediúnico, ao longo das quais os
guias vão se afinizando com os médiuns, às vezes ao longo de vários meses.
Parte do
trabalho na gira é simplesmente um tratamento espiritual e energético semanal
do médiuns. Como os guias são bem preparados em cursos no plano astral para,
dentre outras coisas, realizarem limpezas energéticas em seus médiuns e nos
consulentes, não é incomum que, num dia em que o médium esteja muito carregado,
o guia incorpore nele apenas para descarregar o excesso de energias negativas.
Como se sabe
a partir da literatura e da prática, há Espíritos elevadíssimos trabalhando na
Umbanda. Muitos guias da Umbanda são guias espirituais famosos em outras
religiões, alguns são, inclusive, espíritos que foram “santificados” pela
Igreja Católica. No entanto, muitos outros guias pouco ou nada conhecidos do
grande público encarnado são tão ou mais elevados.
Infelizmente,
ainda hoje, a limitada mente humana faz as pessoas idolatrarem nomes famosos e
crerem que as suas religiões são as melhores, o que lhes dá uma sensação de
superioridade, causando algum conforto. São tiradas conclusões precipitadas sem
nem mesmo buscar estudos teóricos e experiências mais detidos, pondo as pessoas
em posição de comodismo e de preconceito, fazendo-as erradamente acreditar que
estão ascendendo vertiginosamente quando estão apenas recaindo nos mesmos erros
do passado.
9a lei da
apometria: “Lei do deslocamento de um espírito no espaço e tempo – Se
ordenarmos a um espírito incorporado a volta a determinada época do Passado,
acompanhando-a de emissão de pulsos energéticos através de contagem, o espírito
retorna no Tempo à época do Passado que lhe foi determinada”.
O tempo e o
espaço são vistos, dentro da atual experiência sociocultural humana, de forma
bastante simplista, o que é natural. Tem-se, por exemplo, uma noção apenas
linear de tempo, sem se atentar para que passado, presente e futuro estejam
completamente interligados. Ainda que o passado já não exista mais e o futuro
ainda não exista, as conexões permitem acesso a eles.
Para
esclarecimento de um espírito, é possível comandar que ele retorne seu
pensamento ao passado, lembrando-se, por exemplo, de atos irrefletidos que
cometeu e levaram-no a passar mais tarde por determinado sofrimento cuja causa
ele imputa apenas a outro sujeito, normalmente justificando, em seu mental, uma
vingança. Daí surgem muitas obsessões espirituais.
Ao se fazer
isso, muitos espíritos, que se julgavam simples vítimas de algozes odiados por
eles, chegam até a passar mal e a desmaiar, tamanho o “baque” emocional causado
pela descoberta de que ele foi também algoz, não sendo um pobre coitado. Isso
facilita demovê-lo dos seus sentimentos de ódio, raiva e afins, abrindo espaço
para o tratamento. Esse tipo de prática terapêutica também é comum entre
encarnados, que costumam criar realidades nas quais são vítimas das relações,
quando também têm ou somente têm nelas papel de algoz.
O
deslocamento do espírito no espaço e no tempo permite que ele compreenda melhor
o ocorrido ou o que está acontecendo com ele, entendendo, assim, que tudo é
consequência da Lei de Causa e Efeito (ou Lei Cármica).
10a lei da
apometria: “Lei da Dissociação do Espaço-Tempo – Se, por aceleração do fator
Tempo, colocarmos no Futuro um espírito incorporado, sob comando de pulsos
energéticos, ele sofre um salto quântico, caindo em região astral compatível,
com seu campo vibratório e peso específico kármico (Km) negativo – ficando
imediatamente sob a ação de toda energia Km de que é portador”.
Do mesmo
modo, é possível comandar ao espírito que observe como ele estaria no futuro
dentro de alguns anos, para que entenda quanto mal está se fazendo por conta
dos comportamentos que vêm realizando. Espíritos que se recusam a reencarnar,
pois querem ficar fazendo o mal no plano astral, começam, por uma força da
natureza, a ter o seu perispírito deformado.
Seria muito
fácil se os espíritos pudessem escolher por encarnar ou não eternamente. Assim,
eles não passariam pelo aprendizado necessário em encarnações, que costuma ser
mais difícil, porém também mais proveitoso.
Espíritos
que estão nos planos mais baixos, chamados de trevosos, tocando planos contra
as leis naturais, contra a evolução, como muitos que querem destruir o planeta
e/ou causar a balbúrdia, ficam, às vezes, séculos sem encarnar e isso começa a
lhes afetar. Por estarem tão cegos pelos seus objetivos, terminam não notando
isso e não se dando conta de como poderão estar no futuro.
Por conta
disso, leva-se, em reuniões de desobsessão e de apometria, os espíritos ao
futuro para que eles vejam o estado lamentável em que ficarão, se continuarem
pelo mesmo caminho, ocasionando, em regra, um susto neles e uma mudança das
suas intenções.
Tenha-se
claro o seguinte: esse deslocamento do espírito ao futuro não é uma premonição,
mas uma real movimentação do espírito no espaço e no tempo. Isso não acontece
de uma forma linear, pois o tempo não é uma linha reta como se pensa. O
espírito dá um salto quântico e vai parar em outras dimensões espacial e
temporal.
Segundo as
palavras de Lacerda, quem passou muitos anos estudando e praticando essas leis
até que fosse possível registrá-las em livro:
“Nesses casos
de dissociação do Espaço-Tempo ocorre fenômeno sobremaneira interessante. Ao
acelerar-se o Tempo, a carga kármica a resgatar – que normalmente seria
distribuída ao longo do Tempo, 300 anos, por exemplo – fica acumulada, toda ela
e de uma só vez, sobre o espírito. Esta é a causa da sensação de terrível
opressão, de que começa a se queixar. Deste incômodo mas momentâneo mal-estar
podemos nos servir, apresentando-as como provas das consequências dos seus atos
e de sua repercussão negativa na harmonia cósmica
(...)
Explicamos melhor. É como se esse espírito possuísse um caminhão de tijolos a
ser descarregado ao longo de sucessivos amanhãs, mas que tivesse atirada toda
essa carga, de uma só vez, sobre sua cabeça – por acidente. O esmagamento seria
inevitável” (p. 88).
Esperamos
que esteja clara a importância do estudo da apometria para tratamento de
encarnados e desencarnados. Neste atual momento de transição planetária, é
muito importante que o máximo de espíritos sejam esclarecidos sobre as leis da
natureza que dizem respeito a aspectos espirituais.
As reuniões
de desobsessão e de apometria são ambientes de trabalho excelentes para tal
fim. Não se deve compreendê-las como atividades pontuais de ajuda a encarnados,
mas, numa perspectiva bem mais ampla, elas servem de ajuda também aos
desencarnados ligados àqueles e de prestação de esclarecimentos, tanto a
encarnados (médiuns e assistidos) quanto a desencarnados, que poderão servir
para uma nova postura deles ao longo de toda a sua eternidade.
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