Beneficência
e Promoção Humana
Sem a menor
dúvida, foi Jesus o exemplo máximo da dignificação humana.
Israel
mantinha nos arredores das suas cidades lugares especiais para os hansenianos e
os considerados imundos, que eram proibidos de conviver com a sociedade
considerada saudável.
Embora a
rudeza do tratamento era uma propositura inicial de compaixão e de defesa dos males
que afligiam os mais infelizes, que eram deixados em total desvalimento.
Jesus
iniciou o sublime serviço de caridade para com todos, especialmente esses
rejeitados e aqueloutros, os portadores das grandes enfermidades escondidas sob
os tecidos custosos e as aparências enganosas.
Jamais
selecionou quem quer que seja, negando-lhe assistência carinhosa e socorro especial,
de acordo com a problemática de que fosse portador.
As suas mãos
misericordiosas arrancaram da cegueira, da paralisia, da mudez, da surdez, das obsessões
constritoras todos quantos o buscaram, mas também da perversidade, do ódio, da
avareza, da mesquinhez, da perversão moral, dos vícios e dissolução do caráter
outro número não menor de pacientes que lhe requisitaram a compaixão.
Onde quer
que se apresentasse, logo era solicitado ao auxílio fraternal libertador e ao
serviço de iluminação de consciências, orientando os necessitados a não mais
permanecerem no erro, de modo que nada pior lhes viesse a acontecer.
Com o seu
retorno no seio generoso do Pai, Simão Pedro ergueu, em sua memória, nos Arredores
de Jerusalém, na estrada que levava a Jope, o primeiro núcleo de socorro
contínuo aos filhos do calvário, demonstrando que o exemplo do Evangelho do
Reino era também o legado de amor vibrante a todos quantos se encontrassem sob
as tenazes do sofrimento.
Na Casa do
Caminho havia acolhimento para todas as necessidades. Desde o pão aos esfaimados
do corpo, em longas filas diárias, ao tratamento das mais estranhas
enfermidades com o carinho e o devotamento que somente o amor consagrado ao
ideal da solidariedade é capaz de realizar...
Simultaneamente
eram oferecidos os recursos espirituais em forma de grandiosas psicoterapias
que arrancavam as causas das enfermidades de todo porte. Prevenindo o enfermo quanto
à recidiva da problemática, que lhe cabia evitar.
Desse modo,
a beneficência cristã iniciou a grande saga do auxílio fraternal a todos os indivíduos,
sem qualquer preconceito em relação à sua origem, crença, comportamento,
recurso, todos considerados irmãos em necessidades, filhos do mesmo Pai Altíssimo.
Auxiliado
nos primeiros tempos, por Tiago e João, a construção modestíssima albergava com
o mesmo carinho todos aqueles que tinham
sede e fome de misericórdia e de amor.
À medida que
foi aumentando o número dos aflitos, sempre em grande quantidade em todas as
épocas, foi realizada a primeira aplicação técnica do serviço social, sendo
selecionados sete membros da Igreja primitiva para os labores imediatos, o
atendimento das mazelas complexas, enquanto os primeiros servidores se
dedicariam ao atendimento de iluminação espiritual.
Na suprema
ignorância que se deriva da intolerância religiosa o Sinédrio, que reunia a opulência
e o desvario dos rabinos, não entendendo a grandeza do Mestre, investiu várias vezes
contra o seu santificado labor, tentando destruí-la ou impedi-la de funcionar
dentro dos padrões de misericórdia e de compaixão.
Quando Paulo
a visitou, num dos períodos mais difíceis de sua manutenção, face ao imenso número
de aflitos e os poucos recursos o que a submetia ao talante do farisaísmo que
lhe oferecia algumas migalhas, o Apóstolo dos gentios teve a extraordinária
inspiração de elevá-la a Núcleo de promoção humana, sugerindo que os pacientes melhorados
e aqueles que se curavam deveriam contribuir com o seu esforço em favor da sua manutenção,
aprendendo também a ajudar o seu próximo.
Ao mesmo
tempo, propôs que fossem convocados servidores remunerados que poderiam
desempenhar o papel de auxiliares, desse modo, dispondo de recursos para uma
vida digna, enquanto outros ali trabalhando aprenderiam uma profissão relevante
para a aquisição de melhor status social.
Visitando as
igrejas que fundara anteriormente, o bravo servidor de Jesus passou a solicitar
o auxílio de todas elas, em benefício da Casa do Caminho ao mesmo tempo
estimulando a criação de outros núcleos socorristas, em idênticos moldes aos
aplicados em Jerusalém.
Quando hoje
o serviço social promove o indivíduo, socorrendo-o e oferecendo-lhe os meios de
preservação dos valores de que necessita para uma vida honorável, as lições de bondade
dos que se encarregam da promoção humana infelizmente pouco aplicadas, devem
ser mantidos, de forma que ninguém se sinta humilhado pela situação em que
chega à instituição ou em que se encontra na sociedade.
Por aquela
Casa passaram antigos políticos que um dia foram poderosos e, mais tarde,
reduzidos à penúria, mulheres de alta situação anterior atiradas à mais
dolorosa situação de miséria, como tem ocorrido em todos as épocas.
Isto porque,
a existência humana apresenta sinuosidades inesperadas e aqueles que hoje se
encontram no poder, amanhã poderão ser jogados no charco e no abandono, da
mesma forma que pessoas outras de alta postura econômica e social resvalam
pelos abismos da decadência e da necessidade, tombando anônimas nos porões do
sofrimento inenarrável.
A beneficência
é a mãe generosa da promoção do ser humano, haurida nos ensinamentos de Jesus e
vivenciada pelos seus servidores ao longo destes dois mil anos, dedicando-se
uns à educação, outros aos cuidados médicos, mais outros à velhice abandonada,
às crianças em orfandade e, por fim, grande número ao alimento, ao vestuário,
ao medicamento, à solidariedade da palavra gentil e fraternal.
Nunca faltará
na Terra, após Jesus, o concurso da sua bondade convidando os seus discípulos
ao ministério do amor em ação, da alegria de ajudar e de promover o seu irmão,
forma superior de promover-se a si mesmo.
Aprende a
fazer silêncio moral no teu périplo orgânico.
Fala com
emoção o de que está cheio o teu coração conforme a lição do Mestre de Nazaré.
Medindo os
conceitos antes de exteriorizá-los tens o poder sobre eles, que logo desaparece
ao serem verbalizados.
Tudo quanto
digas torna-se parte da tua sementeira e tudo quanto silenciares transforma-se
em contribuição valiosa para os momentos oportunos da ensementação.
Nem o
silêncio constrangedor nem a parlapatice desagradável deve ser a tua atitude existencial.
Mantém o te
u silêncio
moral e sempre que convocado à contribuição favorável aos demais em relação ao
que tens, distribui-o em palavras sábias com todos aqueles que te buscarem.
Joanna de Ângelis (Página
psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 08 de junho de 2011, na
Residência de Josef Jackulak, em Viena, Áustria.)
Imagem: http://espiritismovidaeluz.blogspot.com.br/2014/12/a-psicologia-da-oracao-por-joanna-de.html
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