terça-feira, 31 de março de 2015

Ò Deus, por que esquecestes de mim? Ò Deus, por que sou tão sofredor?

Mensagem psicografada em: 08/09/1999

Ò Deus, por que esquecestes de mim?
Ò Deus, por que sou tão sofredor?
Um dia eu assim pensava.
Eu me julgava injustiçado, abandonado, largado à revelia.
Desmerecido de qualquer ajuda ou amparo.
Eu era o resto. Era tudo aquilo que não prestava.
Pobre, feio, aleijado e ainda negro.
Na Europa um ex-escravo no Brasil, o mesmo que um vagabundo ou  mendigo.
Não tinha escapatória minha vida, não servia de nada.
Nunca teria uma chance.
Estava renegado aos restos de comida e aos bolsões das praças.
Não sei como, mas fui surpreendido um dia por um homem.
Frei José, que me deu acolhida, e de comer e beber.
Me ensinou a ler e escrever. Passei a ajudar na missão.
Aprendi um ofício com os frades, tudo parecia se tornar o mais feliz possível para mim.
Mas aos vinte anos a dor voltou, a doença acometeu meu corpo.
Tomou minha face, meus braços, minhas pernas. Não podia mais trabalhar e tive que ser afastado da missão.
Fiquei isolado até a morte.
O único que a mim vinha consolar-me era Frei José.
Sempre me dizia para não ter medo.
Que minha vida não estava indo embora, que estava só começando.
Entendia aquilo como se fosse um consolo.
Um acalanto para a alma.
A minha partida se veio aos vinte e um anos de idade.
E no que para mim seria a mais profunda dor, se tornou surpresa. Sentia-me vivo.
Não entendia, mas me sentia vivo.
As coisas para mim mudaram e aprendi o que Frei José queria me dizer.
Não sei se era bem ao pé da letra, mas o que queria transmitir, era que a vida nunca acaba.
Hoje estou aqui a contar um fato que se passou comigo há muito tempo.
Sei que Frei José onde estiver saberá o quanto lhe sou grato.
Não sei se está encarnado ou em outro plano mais elevado, só sei que está recebendo todo o meu carinho.
Espero ter contribuído com estas palavras aos irmãos encarnados.

José de Arimateia Filho

Autor: José de Arimateia Filho (Espírito)                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   
Médium: M. A. Neves


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