Poder Político e Espiritismo
1.
DEFINIÇÃO
Poder
político é a força
que o estado detém para controlar o comportamento de uma coletividade
humana, a fim de garantir determinadas relações sociais.
O Estado é
a forma política de uma sociedade. “É a organização político-jurídica de uma
sociedade, com um governo próprio, um território determinado e tendo como
objetivo o bem comum ou o bem público” (1).
2. TEORIA
E PRÁXIS
A questão da
relação entre a teoria e a práxis pode ser encontrada no “Mito da Caverna”
desenvolvido por Platão, no famoso livro VII da República.
Nesta
alegoria, Platão coloca alguns homens numa caverna, de costas para a entrada,
de modo que só conseguem ver as próprias sombras projetadas no fundo da mesma.
Dentre eles
há o filósofo que se vira e vai ao encontro da luz (conhecimento). Inteirado do
saber, sente-se na obrigação de passá-lo aos outros. Mas, se disser a verdade,
será ridicularizado. Por isso, cria o “Mito” para ser obedecido (2).
3.
POLÍTICA
Segundo a
Filosofia Espírita, a política é um fenômeno social que tem origem na essência
ética do indivíduo, razão pela qual o cidadão se manifesta não somente como um
ser moral, mas também como um ser político.
O homem
adquire, por este ser político, o direito e a obrigação de participar do
progresso social, mas com um conceito totalmente distinto do conceito da
política clássica, que irremediavelmente conduzirá ao desmoronamento do Estado
contemporâneo (3).
4.
RIQUEZA E PODER
A maioria de
nós gosta de possuir muitos bens e ter domínio sobre os demais homens.
Mas de
acordo com as instruções dos Espíritos, “autoridade, da mesma forma que a
fortuna, é uma delegação da qual serão pedidas contas àquele que dela se acha
investido.
Não creiais
que lhe seja dada para lhe proporcionar o vão prazer de comandar, nem, assim
como o creem falsamente a maioria dos poderosos da Terra, como um direito, uma
propriedade” (4).
5.
ARISTOCRACIA INTELECTO-MORAL
As
sociedades em tempo algum prescindem de chefes para se organizarem.
Daí, a
necessidade da autoridade. Esta, porém, vem modificando ao longo do tempo.
No início,
tínhamos a força bruta, depois a do exército. Na Idade Média, a autoridade de
nascença. Segue-se lhe a influência do dinheiro e da inteligência, na época
atual. Será o fim? Não.
Há que se
implantar a Aristocracia Intelecto-Moral (5).
6. A
MORAL ESPÍRITA
Os
princípios codificados por Allan Kardec nos auxiliarão eficazmente nas
resoluções de ordem política, ou seja, substituirão os impulsos automatizados
no egoísmo pelos da fraternidade universal.
Dando uma
nova força à inteligência, indicar-lhe-á o rumo certo que deverá seguir para a
obtenção do “bem comum”.
POLÍTICA
E ESPIRITISMO
Política - do grego politikós (polis)
que significa tudo o que diz respeito à cidade. Na Grécia antiga, político era
aquele que participava de uma polis (cidade-estado) com o intuito da
obtenção do “bem comum”. Atualmente, visto as cidades tornarem-se dinâmicas, o
termo refere-se à “ciência do estado”, ciência política”, “filosofia política”
e “doutrina do estado”.
A finalidade
da política é o “bem comum”. Como alguns homens investidos de um cargo público
deixam-se corromper, há uma tendência de julgarmos a política no seu sentido
pejorativo. A consequência é um descrédito aos políticos e dificuldade no
exercício da cidadania, transparecendo que somos cidadãos somente quando
votamos. Depois disso, não temos mais nada a ver com o déficit público, a
dívida externa e outros fatos da vida nacional.
Os meios de
comunicação estão constantemente divulgando as falcatruas de alguns homens
públicos. Há um pessimismo generalizado. De que maneira o Espiritismo pode
contribuir para reverter essa situação? Ao refletirmos sobre seus princípios,
percebemos a necessidade de nossa transformação moral, caso queiramos alcançar
um elevado nível de evolução espiritual. Allan Kardec fornece os subsídios para
vencermos o egoísmo e o orgulho, os dois maiores cancros da sociedade e que
levam as pessoas ao materialismo exacerbado.
O
Espiritismo auxiliará eficazmente as resoluções de ordem política, porque
propõe substituirmos os impulsos antigos do egoísmo pelos da fraternidade
universal. A inteligência terá uma nova força, pois a “moral do Cristo” lhe
indicará o caminho reto a ser seguido. Alcançado esse estado evolutivo do Espírito,
veremos ser implantado o que Kardec denominou em seu livro Obras Póstumas,
ou seja, a aristocracia intelecto-moral.
Aristocracia - do grego aristos (melhor) e
cracia (poder) significa poder dos melhores. Poder dos melhores
pressupõe que os governantes tenham dado uma direção moral às suas
inteligências. Sem isso, corremos o risco de voltar à força do rei ou dos
exércitos. Somente os Espíritos libertos do jugo da matéria poderão dirigir com
imparcialidade as ações da coletividade. São estes que prepararão a humanidade
para a nova civilização do terceiro milênio, onde a fase da força cederá lugar
à do direito.
Acreditamos
que os governantes, quando a moral for o fator mais importante em todas as
resoluções, não mais irão buscar seus interesses mesquinhos, mas, acima de
tudo, aplicarão amplamente a noção de “bem comum”, propiciando sob todos os
meios possíveis a felicidade da maioria.
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