domingo, 16 de julho de 2017

Conceito de Família em Marte

Conceito de Família em Marte





PERGUNTA:

Os marcianos estão submetidos aos mesmos dispositivos da constituição de família que são adotados na Terra?

RAMATIS:

As características fundamentais são análogas, porém a norma comum em Marte é já a composição da "família universal". O lar é organização muito diferente do vosso egocentrismo de "família por vínculos consanguíneos", em que vos devotais ferozmente ao grupo doméstico, considerando os outros grupos alheios como adversos ou estranhos no campo dos favores humanos. Não existe essa disposição rígida e estreita de manter coeso o círculo restrito do lar, baseado exclusivamente na descendência da mesma ancestralidade. O agrupamento doméstico, marciano, assemelha-se à generosa hospedagem de "boa-vontade", em que o homem e a mulher aceitam a divina tarefa de preceptores de almas que buscam o aperfeiçoamento espiritual. Muito acima da idéia de "propriedade" sobre os filhos, prevalece o conceito de "irmandade universal", em que o organismo físico, sendo apenas um veículo transitório, não deve sobrepor-se às realidades morais, evolutivas, do indivíduo espírito eterno reencarnado.

PERGUNTA:

Como se exerce essa função preparatória para a "família universal"?

RAMATIS:

Através da consciência de que o grupo doméstico é um perfeito conjunto de almas ligadas por velhos compromissos apenas diferenciadas pelas condições de cônjuges, parentes, pais ou filhos. A recordação de outras vidas, que é comum entre os marcianos, anula filosófica e espiritualmente os complicados laços de ascendentes biológicos que compõem o quadro consanguíneo. A convicção de que a realidade espiritual sobrevive às condições físicas, desvanece as preocupações ancestrais de sangue e tradições de família.
Os corpos físicos que servem de "habitat" aos espíritos descidos do Espaço, são considerados provisórios e rápidas estações de pouso educativo em vez de personais característicos de família.
Consideram o lar como oficina e escola de aperfeiçoamento espiritual, distante da "arena doméstica" em que os terrícolas se digladiam nos conflitos gerados pelos sentimentos ferozes do ciúme e do amor-próprio.
A célula doméstica significa-lhes antes a preliminar do entendimento espiritual, sobrepondo-se à instituição de deveres de parentela física. Não se entrechocam interesses opostos, porque os preceitos puros do espírito prevalecem acima da transitoriedade da carne. O homem e a mulher marcianos convivem e se confraternizam, intercambiando forças do magnetismo divino e absolutamente desinteressados de manterem "pontos de vista" pessoais.
Amam-se e admiram-se, aventando experimentações para o mútuo aperfeiçoamento, assim como os escolares se amparam para o êxito das lições em comum.

PERGUNTA:

A família marciana se constitui à semelhança terrena, quanto à associação de pai, mãe e filho?

RAMATIS:

Os vínculos consanguíneos são idênticos e os filhos atravessam o período infantil, de adaptação, sob os cuidados protetores dos pais. Difere, no entanto, o sistema de educação na tenra idade ou infância, porquanto lá se cogita, a sério, das contingências e necessidades psíquicas do reencarnado, muito antes das exaltações e dos caprichos do bebê rechonchudo que é a alegria do lar.
A compreensão de que, acima do indivíduo-corpo, encontra-se a alma em busca de aperfeiçoamento íntimo, induz o pai marciano a cuidar e atender, com zelo especial, a evolução moral de seus filhos como entidade-espírito, mesmo que isso importe em sacrifício ou prejuízo dos interesses do "lar material".

PERGUNTA:

Cremos que em nosso mundo os objetivos educacionais a respeito da criança atendem também à melhoria do espírito, embora varie quanto à idéia que cada um faz dessa entidade "espírito". Não lhe parece?

RAMATIS:

Não pomos isso em dúvida; mas, na verdade, o esforço mais acentuado dos pais terrenos concentra-se em preparar os filhos para que eles consigam êxito futuro, no que concerne, especialmente, a se "instalarem bem na vida", e pouco atendendo às virtudes superiores da alma, as quais exigem um curso moral e instrutivo de maior profundidade.
Não podeis ignorar que muitas das moças voluntariosas e de caprichos estranhos e insubmissos que vão ao extremo da cólera ou dos choros e crises histéricas, foram aquelas "bonequinhas" graciosas e queridas da família, a quem os pais outorgam poderes discricionários para fazerem do lar um campo de desatinos e arbitrariedades, levadas, geralmente, à conta de "gracinhas" desculpáveis. Raros, também, são os lares terrenos, onde o "caçula" não se transforma em feroz "reizinho" que solapa e subverte todos os princípios da disciplina doméstica, sob o olhar dos pais embevecidos, ou da visão complacente dos avós emotivos.
O desconhecimento da realidade espiritual-reencarnatória que é comum a todas as almas, conduz os pais aos mais profundos erros educativos, confundindo as necessidades da alma, com o instinto proverbial dos ascendentes hereditários. O apego de sangue na tradição da família terrena, o zelo demasiado em torno dos descendentes que o amor-próprio do conjunto doméstico leva ao extremo de defender e justificar os erros dos filhos, contribuem, decisivamente, para os infelizes desajustes futuros dos moços e das moças, desamparados e desprevenidos diante de um mundo hostil e contraditório. Só o controle disciplinado, inadiável e inteligente das exatas qualidades do espírito reencarnado, polindo-o em suas asperezas e recalques milenários estratificados em outras vidas, é que firmará a criança no rumo certo de sua segurança social e moral na fase adulta. Doutro modo, os impulsos inferiores da matéria que serve de corpo, em combinação com o psiquismo indisciplinado, criam uma entidade "psicofísica" descontrolada, impulsiva, arbitrária e tolerável só à base de favores e interferências alheias. E como o mundo é severa escola de educação espiritual, funcionando como departamento de correção psíquica, chega o momento em que o moço ou a moça voluntariosa são contrafeitos em suas incontroláveis atitudes prejudicialmente aquecidos na família condescendente.
Abatidos, estupefatos e dolorosamente decepcionados com a resistência encontrada aos seus caprichos, até entre os mais íntimos, então, alguns deles, feridos no amor-próprio e humilhados pelo abandono e reprovação exterior, culminam o seu desespero no ato de revolta que é o suicídio. Na realidade, a causa está firmada lá na infância, no conjunto da família, onde os pais negligentes e os avós extasiados concorreram para o florescimento de um conteúdo moral impróprio das condições do meio agressivo que é a Terra, como escola disciplinadora e não como palco de expansões emotivas inferiores, contrárias à vida ambiente.

Texto do livro “AVida no Planeta Marte e os Discos Voadores” - de Ramatis - por Hercílio Maes 




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