Farmácia não vende SAÚDE
A maioria
das pessoas deseja
curar-se, a qualquer
preço, sem despender
esforços para alcançar
a vitalidade do corpo.
Para que tanto
esforço se inúmeros
produtos, vendidos nas
drogarias (ou por intermédio da Internet) prometem devolver
a vitalidade da juventude, a plena forma física e o melhor desempenho dos
nossos órgãos?
Cada vez
um número maior
de pessoas se
automedica, desconhecendo o perigo
representado pela ingestão
descontrolada de medicamentos
que, mesmo sob controle médico,
ainda oferecem riscos. Cresce também o número daqueles que buscam a saúde
em produtos considerados naturais, e
que, no entanto,
quando consumidos sem
orientação médica, podem provocar
danos ao organismo.
Dietas e regimes,
recomendados por amigos,
indicados pela mídia ou
sugeridos pela literatura
de autoajuda que
prolifera nas bancas
de jornais, são
seguidos sem precauções ou
o necessário acompanhamento médico.
Essas e outras
panaceias contribuem para o
crescimento desmedido do número de doentes, em maior ou menor grau. O médico e
escritor
Américo Canhoto,
autor do livro
“Saúde ou doença:
a escolha é sua”
(São Paulo: Petit
Editora), se detém nessa
realidade: “A cura como necessidade de mudança definitiva na forma de pensar,
sentir e agir, de reformular
hábitos e eliminar
vícios prazerosos é
evitada, pois, às
vezes, exige decisões contundentes na maneira de escolher,
separar, avaliar”.
A medicina
na antiguidade "Quantas doenças
e enfermidades resultam
da imprudência e
excessos de toda
ordem”, adverte o quinto
capítulo de “O
Evangelho Segundo do
Espiritismo”, de Allan
Kardec, que também adverte: “Deste
modo o homem
é, na maior
parte dos casos, o
autor de seus
próprios infortúnios, mas, ao
invés de reconhecer
isso, acha mais
conveniente e menos
humilhante para sua
vaidade acusar a sorte,
a providência, o
azar, sua má
estrela, quando, na
verdade sua má
estrela é a negligência”. Atribuir
a causa das
doenças a fatores
externos é uma
crença arraigada desde
a Antiguidade. No Egito,
acreditava-se que a
doença era causada
pela possessão dos
demônios e o exorcismo
era uma das
artes curativas mais
valorizadas naquela época.
Remonta a essa
época a existência de
Imhotep, considerado um dos maiores
sábios do Egito.
Sacerdote e médico,
foi grão-vizir, sumo-sacerdote, arquiteto,
escriba, astrônomo, mago
na corte de
Zoser, faraó da
terceira dinastia, por volta
de 2.900 a.C.
Para obter-se a
cura, apelava-se diretamente
às divindades.
Considerado o
patrono dos médicos
da atualidade, há
muitas indicações de
que o deus
grego Asclépio tenha sido, realmente, um grande médico e que,
desencarnado, manifestava-se em espírito para auxiliar aqueles que o evocavam.
Dando um salto para os dias de hoje, essa consideração nos leva a um exemplo
semelhante, porém embasado na realidade, daquele que foi considerado, por sua
atuação social, o “Médico dos Pobres”, doutor Adolpho Bezerra de Menezes
Cavalcante (1831-1900), que além de
médico, político, empresário,
escritor foi um espírita
atuante, presidente da
Federação Espírita Brasileira (FEB), no Rio de Janeiro. Patrono da Federação Espírita do Estado
de São Paulo (Feesp), o Espírito
Bezerra de Menezes
está à frente
da Fraternidade dos
Humildes, que reúne espíritos na
mesma sintonia do seu
mentor, dedicados à cura do
corpo e da
alma. Um dos maiores divulgadores do
Espiritismo no Brasil,
foi um abolicionista
determinado, político íntegro
e idealista. Ainda encarnado,
consta que nunca
negou atendimento médico àqueles
que não podiam pagar
por suas consultas – desdobrava-se para atender gratuitamente a
população carente que batia à porta de seu consultório, doando remédios e
alimentos.
Curas
espirituais o trabalho
espiritual desenvolvido pelo Espírito
Bezerra de Menezes
e seus seguidores
– como também
o de outras entidades dedicadas
a essa tarefa
– realizado principalmente nos
centros espíritas, assemelha-se
à situação de Asclépio, o deus grego, que se apresentava nos templos de
cura dedicados ao seu culto.
Registros
que datam de 600 A.C. indicam que o mais antigo santuário dedicado a Asclépio
localizava-se em Trica, na Tessália. Outros templos foram erguidos, Epidauro,
na Argólida – aquele que ganhou maior
projeção – em
Atenas, Cós, Pérgamo
e Roma. Esses
desses edifícios eram
geralmente erguidos próximos de
bosques e fontes
de águas minerais.
Segundo constam de
inscrições que se destacam nesses locais, a maioria daqueles
que recorriam a Asclépio o faziam depois de esgotar as possibilidades de
cura junto aos
médicos da época.
Ao chegar
no templo, o
doente oferecia um sacrifício ao deus, recebia um banho purificador e era conduzido a um recinto
considerado sagrado, onde
adormecia. Durante o
sono, o próprio
Asclépio apresentava-se
indicando procedimentos para ajudar
o enfermo a
recuperar-se. Quando o
deus não pontificava nos
sonhos, era representado
por suas sacerdotisas. Sugeriam-se,
habitualmente, banhos, chás,
massagens, viagens de
repouso, sacrifícios.
DE ASCLÉPIO A BEZERRA DE
MENEZES: NÃO HÁ MILAGRES
Afonso Moreira Jr.
Colaboraram: Dirce Yukie
Yamamoto e Adriana Maria Cláudio
Imagem: Marco A. C. Neves
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