Gênios Precoces
Entre muitos indícios que
sugerem ser verdadeira a teoria reencarnacionista, existem dois que agruparemos
aqui pelo seu especial e comum aspecto: a precocidade infantil e a genialidade.
Apesar de no período de
1971 a 1993, quando escrevemos estas páginas, termos na vida profissional
médica atendido muitas milhares de crianças, não ousaremos incluir qualquer um
dos nossos clientes nos gênios e precoces. Vamos nos reportar aos casos clássicos
da literatura mundial para um julgamento ou avaliação mais imparcial.
Muito se tem escrito a
respeito dos seres superdotados. Encontraremos autores afirmando que em termos
de saúde, já na infância e adolescência estas crianças apresentam uma saúde
melhor de que seus colegas da mesma faixa etária, sendo também mais ajustados
social e emocionalmente, o que equivale a dizer mais resistentes aos choques e
traumas psíquicos. Naturalmente há quem conteste estas colocações. Esta última
posição é contestada pelos autores Haverlock Ellis e F. Galton no livro
Hereditary Genius.
Preliminarmente caberia
uma sucinta definição do que se entende por precocidade. Considera-se a criança
como incluída nesta qualificação, quando a mesma se distingue pelo
desenvolvimento das faculdades e capacidades de uma forma nitidamente
prematura, comparando-a aos devidos padrões mínimos e máximos da média
esperada.
Como genialidade,
entende-se uma capacidade mental criadora em altíssimo grau e muito acima dos
níveis intelectuais vigentes.
Existe ainda a designação
Gênios-Precoces, referindo-se a crianças que prematuramente apresentam
elocubrações mentais a nível de gênios. Encontra-se também o uso do termo
crianças-prodígios, que se refere tanto à precocidade, à genialidade ou à associação
de ambas qualidades. Citemos alguns exemplos, antes de estudá-los.
Wolfgang Amadeus Mozart
nascido aos 27 de janeiro de 1756, era filho de Leopold Mozart, um compositor e
de Anna Maria. Teve seis irmãos, dos quais cinco morreram, restando-lhe apenas
a irmã Maria Alma. Os dois irmãos sempre demonstraram nítida inclinação musical
desde cedo, mas foi Amadeus quem se sobressaiu. Aos 4 anos de idade era capaz
de executar uma sonata ao piano. Aos 5 anos começou a compor minuetos e outras
peças musicais; aos 8 anos já compunha uma ópera. Quando se sentava ao cravo
para tocar, era curioso o silencio que se fazia. Ninguém proferia uma palavra,
pois a execução da música e a seriedade de sua expressão se impunham. Era
comum, à época, o comentário de que seu talento e porte tão amadurecidos não
poderiam lhe proporcionar uma vida de longevidade. Também tocava violino, mas
em 1770, aos 14 anos, abandonou este instrumento para dedicar-se exclusivamente
ao piano. Hoje, Mozart é considerado um dos maiores gênios e precoces do mundo.
Blaise Pascal, nascido em
1623, foi um célebre cientista francês. Pascal bem cedo mostrou uma
extraordinária precocidade na área matemática. Segundo Stuart Holroyd, o autor
de Psychic Voyages, Pascal aprendeu geometria sozinho, descobrindo, aos onze
anos de idade, um novo sistema geométrico. Ao completar seu décimo segundo
aniversário, escreveu um livro na área da física, mais exatamente sobre
acústica. No meio dos matemáticos, alcançou um sucesso sem precedentes sua
obra, 'Essai pour les coniques', que Pascal escreveu aos dezessete anos de
idade.
William Hamilton começou a
falar hebreu aos 3 anos de idade e aos 7 anos foi declarado membro do Trinity
College, em Dublin, Irlanda, tendo demonstrado nesta idade conhecimentos mais
extensos do que a maior parte dos candidatos ao magistério. "Estou vendo-o
ainda, dizia um de seus parentes, responder a uma pergunta difícil de
matemática, afastar-se depois, correndo aos pulinhos e puxando o carrinho com
que andava a brincar". Com 13 anos Hamilton já falava 13 línguas clássicas
e modernas. Quando o embaixador da Pérsia visitou a Irlanda, Hamilton
dirigiu-lhe uma carta em persa, fato que o diplomata estranhou, pois, segundo
ele, ninguém sabia escrever tão bem naquela língua em toda a Grã- Bretanha. Com
relação a Hamiltom, o Dr. Raymor Johnson em seu livro lmpresioned Splendor, diz
que aos dezoito anos de idade já era o maior matemático da Grã- Bretanha.
Para citarmos alguns casos
mais recentes, tomemos o ano de 1953 onde há duas referências muito expressivas.
No Times de Londres, publicado dia 13 de março do referido ano, há uma
reportagem sobre Gianella de Marco, uma criança italiana que conduziu a
orquestra Filarmônica de Londres, no Albert Hall (londrino), quando tinha 8
anos de idade. As peças escolhidas para o recital eram de Weber, Haydn, Wagner
e Beethoven. O crítico musical que assistiu à representação disse que "a
sua habilidade intelectual mostrava uma maturidade que chegava a ser frustrante
... "
Francis Bacon (1561/1626),
nascido em Londres, começou a cursar a Universidade de Cambridge, logo aos 12
anos. Aos 15 anos de idade ingressou no Gray's Inn (Fórum), onde seria admitido
como advogado.
Leibnitz, aos 8 anos, sem
ter tido mestre, falava o Latim e, aos 12, grego.
Gauss resolvia, aos 3 anos,
alguns problemas de matemática.
Trombetti, que conhecia
entre línguas e dialetos, perto de 300, já falava aos 12 anos, além de sua
língua natal, o alemão, o francês, latim, grego e hebraico.
O famoso engenheiro sueco
Ericsson, aos 12 anos de idade era inspetor de um importante canal marítimo e
tinha às suas ordens 600 operários.
São inúmeros os casos
referidos na literatura de gênios precoces, mas vamos transcrever do livro O
Problema do Ser do Destino e da Dor, de Léon Denis, um caso decididamente
documentado e apresentado no Congresso Internacional de Psicologia de Paris, em
1900 pelo Professor Charles Richet, da Academia de Medicina, em assembléia
geral reunidas todas as seções do Congresso. Trata-se de um menino espanhol de
3 anos e meio de idade chamado Pepito Arriola, que toca de improviso ao piano
árias variadas, muito ricas em sonoridade. A comunicação feita por Richet aos
congressistas na seção de 21 de agosto de 1900, a respeito desse menino, antes
da sua audição musical, conforme pode-se ver em Revue Scientifique de 6 de
outubro de 1900, página 432 e Compte Rendu Officiel du Congrés de Psychologie,
1900, F. Alcam, pág. 93. Os detalhes são necessários a fim de que possam ser
conferidos pelos que desejam documentar ou pesquisar.
Vou transcrever fielmente
o que diz sua mãe do modo como descobriu os extraordinários dons musicais do
jovem Pepito.
"Tinha o menino 2
anos e meio, pouco mais ou menos, quando, pela primeira vez, se me depararam
casualmente as sua aptidões musicais. Nessa época, recebi de um amigo meu
músico, uma composição de sua lavra e pus-me a tocá-la ao piano com bastante
assiduidade. É provável que o menino a ouvisse com atenção, mas não reparei
nisso. Ora, certa manhã, ouço tocar numa sala contígua a mesma ária; com tanta
mestria e justez, que quis saber quem era que assim tomava a liberdade de tocar
piano em minha casa. Entrei na sala e vi o meu pequeno que estava só, a tocar a
ária; estava sentado num assento alto para onde subira sozinho e, ao ver-me
pôs-se a rir e disse-me: "Que me diz, mamãe?" Acreditei que se
realizava um pequeno milagre.
A partir desse momento o
pequeno Pepito continuou a tocar, sem que a sua mãe lhe tenha dado lições,às
vezes as árias que ela própria tocava diante dele ao piano, outras vezes árias
que ele próprio era capaz de inventar.
Não tardou que tivesse
capacidade suficiente, sem se poder, contudo, dizer que se tratava de
verdadeiros progressos, para permitir-lhe, no dia 4 de dezembro de 1899, isto
é, com 3 anos incompletos, tocar diante de um auditório bastante numeroso de
críticos e músicos: em 26 de dezembro, isto é , com 3 anos e 12 dias, tocou no
Palácio Real de Madrid diante do rei e da rainha mãe. Nessa ocasião tocou seis
composições musicais de sua lavra, que foram notadas.
Não sabe ler, quer se
trate de música, quer do alfabeto: não tem talento especial para o desenho, mas
se entretém às vezes a escrever àrias musicais, escrita que não tem, entenda-se
bem, nenhum sentido. É, entretanto, engraçado vê-lo pegar um papelzinho,
pôr-lhe um cabeçalho de garatujas ( que significam, parece, a natureza do
trecho, sonata, habanera ou valsa, etc.): depois, por baixo, figurar linhas que
serão a pauta, com uma borradela que quer dizer clave de sol e linhas também
pretas que, afirma ele, são notas. Olha então para esse papel, com satisfação,
põe-no no piano e diz: "Vou tocar isto" e, com efeito, tendo diante
da vista aquele papel informe, improvisa de maneira admirável.
Para metodicamente estudar
a maneira como ele toca piano, separei a execução da invenção.
Execução - É claramente
infantil; vê-se que ele imaginou a dedilhação em todas as suas partes sem
nenhuma lição. Tem, não obstante, dedilhação bastante desembaraçada, tanto
quanto lhe permite a pequenez de sua mão, que não abrange a oitava. Para
resolver a dificuldade imaginou, o que é curioso, substituir a oitava por
arpejos habilmente executados e muito rápidos. Toca com as duas mãos, que
muitas vezes cruza para obter certos efeitos ou certas harmonias. Às vezes
também como os pianistas de nomeada, levanta a mão a grande altura, com a maior
seriedade, para deixá-la cair exatamente na nota que quer. Não é provável que
isto lhe tenha sido ensinado, porque, na maneira de tocar de sua mãe, que aliás
tem boa execução, nada há de análogo. Pode tocar árias de bravura com agilidade
às vezes admirável e com vigor surpreendente numa criança de sua idade; mas
apesar dessas qualidades, força é reconhecer que a execução é desigual. De
repente, depois de alguns momentos de prelúdio, põe-se a tocar como se
estivesse inspirado, com agilidade e precisão.
Ouvi-o tocar trechos de
muita dificuldade, uma habanera galiciana e a marcha turca de Mozart, com
habilidade em algumas passagens.
A harmonia, ainda mais que
a dedilhação, é extraordinária. Acha, quase sempre, o acorde justo e hesita,
como lhe sucede no princípio de um trecho, tateia alguns segundos: depois,
continuando, acha a verdadeira harmonia. Não se trata de uma harmonia muito
complicada, quase sempre consiste em acordes de muita simplicidade; mas por
vezes inventa alguns que causa surpresa.
Para falar com rigor, o
que mais assombra a todos não é a dedilhação, nem a harmonia, nem a agilidade,
mas a expressão; tem uma riqueza de expressão admirável. Seja triste, alegre,
marcial ou enérgico o trecho musical a expressão é arrebatadora. Uma vez fiz
tocar a mãe a mesma música que ele. Sem dúvida, ela tocava muito melhor, sem
notas erradas, nem hesitações, nem tateios, nem repetições, mas o bebezinho
tinha muito mais expressão.
Muitas vezes mesmo é tão
forte essa expressão, tão trágica até em certas árias melancólicas ou fúnebres,
que se tem a perfeita sensação de que o pequeno Pepito não pode, com sua
dedilhação imperfeita, exprimir todas as idéias musicais que nele fremem,
"de maneira que me atreveria a dizer que ele é muito maior músico do que
parece ... "
Não somente executa as
músicas que acaba de ouvir no piano, mas pode também, posto que com maior
dificuldade, executar no piano as árias que ouviu cantar. Causa pasmo vê-lo
então achar, imaginar, reconstituir os acordes do contraponto e da harmonia,
como o poderia fazer um músico perito. Numa experiência feita há pouco tempo,
um amigo meu cantou-lhe uma melodia muito complexa. Depois de tê-la ouvido
cinco ou seis vezes, sentou-se ao piano, dizendo que se tratava de uma
habanera, o que era verdade, e repetiu-a, senão no todo, pelo menos nas partes
essenciais.
Invenção - É muitas vezes
dificil quando se ouve um improvisador, distinguir o que é uma invenção do que
é uma reprodução, pela memória, de árias e trechos musicais já ouvidos. É
certo, entretanto, que, quando Pepito se põe a improvisar, raras vezes lhe
falta a inspiração e acha, muitas vezes, melodias extremamente interessantes
que pareceram mais ou menos originais a todos os assistentes. Há uma
introdução, um meio, um fim; há ao mesmo tempo, uma variedade e uma riqueza de
sons que talvez admirassem, se se tratasse de um músico de profissão, mas que,
numa criança de três anos e meio, causam verdadeira estupefação.
Assim, encerra seu
comentário no Congresso Internacional de Psicologia de Paris, ao apresentar
este caso para estudo.
Desde aquela época
prosseguiu o menino artista a seqüência de fatos com triunfos cada vez maiores.
Tendo-se feito violinista incomparável, causa admiração à comunidade musical
com seu talento prematuro. Segundo Annales des Sciences Psychiques, abril 1908,
pág. 98, Pepito Arriola deu inúmeros concertos e fez diversas apresentações em
Leipzig e posteriormente repetiu-os em São Petersburgo.
Não descreveremos outros
casos, também devidamente documentados, em função de evitar sermos repetitivos.
Contestando a tese da
reencarnação, como explicação para os gênios precoces, há duas hipóteses a
serem consideradas. A da hereditariedade psíquica e a da mediunidade ou
paranormalidade. Alguns também se referem à influência do meio como
responsável, não só pela genialidade, como também pela precocidade desta
qualidade.
No que se refere à
hereditariedade, há que se colocar, inicialmente, não ter sido isolado até o
momento qualquer gen responsável não só pela genialidade, como nem uma só
molécula de DNA (gen) que confira características claras no que diz respeito à
inteligência. Conforme a concepção espiritista, embora o espírito se expresse
por recursos do sistema nervoso central, cuja formação molecular é
geneticamente transmissível, a origem do pensamento ou fonte do psiquismo é de
natureza transcendental. O espírito pensa, age psiquicamente, ama ou odeia, mas
o veículo de transmissão é o cérebro. Não há, pois, a nível dos conhecimentos
da genética, qualquer comprovação de que a genialidade possa ser transmitida
aos descendentes, além de se constatar que os estudos das árvores genealógicas
de gênios não fornece qualquer indicação desta característica nos seus ramos
ancestrais.
Ao se estudar os
descendentes, vemos também que a genialídade não foi transmitida como se fosse
um patrimônio genético. Comum é se encontrar filhos normais, ou até destoando
tanto dos pais, que chamam a atenção. Sócrates, o filósofo grego, teve, segundo
Aristóteles, filhos inexpressivos. A família de Sócrates era obscura também na
sua ascendência. Joana D'Arc teve também linhas ou ramos genealógicos vindo de
troncos sem qualquer expressividade. Sábios ilustres sairam de centros
vulgares, por exemplo : Bacon, Kant, Kepler, Copérnico, Galvani, Hume, Locke,
Malebranche, Reaumur, Spinoza Laplace, etc. Rousseau na loja de seu pai
apaixona-se pela Filosofia e pelas Letras: D' Alembert. enjeitado, foi
simplesmente encontrado na soleira da porta de uma igreja e criado por uma
mulher simples, casada com um vidreiro. Nem a ascendência de Shakespeare nem o
meio, explicam as concepções geniais desse inglês. O estudo dos descendentes
dos gênios nos leva à constatação curiosa de que muitos de seus filhos eram
verdadeiros patetas.
Péricles foi pai de
Parallas e Xântipo, conhecidos por sua estúpida personalidade e limitadas
percepções. Aristipo, Tucídedes, Sófocles, Aristarco. Temístocles também não
foram sucedidos por filhos que de algum modo lembrassem seus pais, ao inverso,
primaram pela ignorância crassa. O famoso Cícero, Vespasiano, Germânico, Marco
Aurélio, Carlos Magno, Henrique IV, Pedro o Grande. Goethe, Napoleão e outros
que se tomaram célebres por suas capacidades em setores diversos, deixaram
filhos que deslustraram a imagem intelectual de seus pais.
Consideram alguns
adversários da reencarnação, mas que aceitam mediunidade, que os gênios
precoces poderiam ser explicados pela influência dos espíritos, que nestes
casos seriam dotados de elevados atributos intelectuais que se expressariam
pelos médiuns, os quais seriam tomados por gênios. É sem dúvida incontestável
que o gênio muito deve à inspiração, e que esta é uma das formas de
mediunidade. No entanto, mesmo nos casos onde isto ocorre, não é possível se
considerar o gênio como um simples instrumento, assim como se toma o médium
propriamente dito.
A genialidade é resultante
das aquisições e experiências pretéritas, resultante de uma longa vivência de
muitas encarnações onde por muitos séculos se estudou, trabalhou ou pesquisou
uma determinada área do conhecimento. Às vezes foram muitos séculos de lenta e dolorosa
iniciação. A sensibilidade profunda que se observa hoje decorreu desta
experienciação anterior, que o torna agora acessível às influências espirituais
elevadas. A captação mediúnica de mensagens espirituais de elevado conteúdo
requer uma condição dispositiva interna do médium que o permite sintonizar a
mesma freqüência daquele que transmite a informação. São ondas mentais de alta
freqüência vibratória emanadas pelos transmissores (espíritos), que necessitam
também de alta freqüência mental no receptor (médium) para se estabelecer o
contato.
Há, sem dúvida,
substanciais diferenças entre as manifestações intelectuais dos gênios-precoces
e a mediunidade no seu sentido global. A mediunidade tem caráter transitório
nas suas manifestações, é intermitente e não contínua. O médium não tem
condições de exercer suas faculdades ininterruptamente, são necessárias
condições específicas que propiciem ambiente energético adequado, às vezes
difícil de se obter. As crianças consideradas como gênios precoces podem manifestar
seus talentos a cada momento que lhes for solicitado, como nós mesmo fazemos,
com nossas possibilidades psíquicas.
Observando meticulosamente
os casos de genialidade precoce, percebe-se que o gênio dos meninos prodígio
lhes é muito pessoal; a manifestação da genialidade é regida pela vontade de
cada criança. Segundo os pesquisadores desta área, as produções que apresentam,
por mais surpreendentes que possam ser, sempre acabam transparecendo em alguns
detalhes algo infantil que não se encaixa com uma manifestação inteligente de
um espírito adulto que estaria se comunicando. No exemplo transcrito da obra de
Léon Denis, o pequeno Pepito em sua maneira de trabalhar procedia a ensaios e
tateamentos próprios da idade e que não se produziriam se eles fossem
manifestações passivas de uma vontade superior e oculta.
Há que se ter clara a
concepção de que se combinam e se afinizam ou se atraem, a inspiração exterior
e os valores da aquisição pessoal de muitas encarnações anteriores.
O espírito não é feito de
uma só vez. Suas faculdades, suas qualidades, seus bens intelectuais e morais,
em vez de se esvaírem, capitalizam-se, aumentam, de século a século. Por isto,
vemos a brilhante superioridade de certas inteligências que têm vivido muito,
trabalhado intensamente e sobretudo integrado em si mesmas, pela reflexão, as
experiências vivenciadas anteriormente.
O espírito é que se
expressa pelos recursos disponíveis no sistema nervoso central. Sabemos que a
estrutura transcendental do corpo espiritual que vibra em outra dimennsão, traz
em seu bojo os arquivos energéticos que constituem sua individualidade ou seu
patrimônio específico. No entanto, como o corpo espiritual se fixa molécula a
molécula ao corpo fisico, fica limitado à consciência desta vida, ao se expressar
pelo cérebro virgem dos registros pretéritos. Não se recorda, habitualmente,
das encarnações passadas, porém o potencial criativo permanece íntegro e se
expressa à medida que o sistema nervoso central o permita.
Dr. Ricardo
Di Bernardi
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