A mediunidade na
antiguidade e em todas as civilizações
A MEDIUNIDADE SEMPRE EXISTIU. Certas
pessoas consideram, sem razão, a mediunidade um fenômeno peculiar aos tempos
atuais, outras acreditam ter sido inventada pelo Espiritismo. A fenomenologia
mediúnica, entretanto, é de todos os tempos e de todos os países e religiões,
pois desde as idades mais remotas existiram relações entre a humanidade terrena
e o mundo dos Espíritos. A faculdade mediúnica sempre existiu desde o
surgimento do homem na face da Terra, porque se trata de uma faculdade inerente
ao espírito encarnado no organismo físico[1].
A humanidade tem sido guiada, desde sua origem, por leis do mundo oculto já
comprovadas na face do orbe, graças a essa faculdade mediúnica inata no primeiro
espírito aqui encarnado. Os fenômenos mediúnicos, no passado remoto eram tidos
como maravilhosos, sobrenaturais, sob a feição fantasiosa dos milagres que lhe
eram atribuídos, em razão do desconhecimento das leis que os regem, e os
indivíduos que podiam manter o intercâmbio com o mundo invisível eram
considerados privilegiados.
1. A MEDIUNIDADE NO HINDUÍSMO
1.1 – A relação entre os mundos, material e
espiritual, tem sido registrada em todas as épocas da Humanidade. Como exemplo,
temos o Código dos Vedas, o mais antigo código religioso que se tem notícia,
onde se encontra o registro da existência dos Espíritos: “Os Espíritos dos
antepassados, no estado invisível, acompanham certos Bramanes, convidados para
cerimônia em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam
lugar ao seu lado quando eles se assentam”.
1.2 – Desde tempos imemoriais, os sacerdotes
brâmanes, iniciados nos mistérios sagrados, preparavam indivíduos chamados
“faquíres” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a
levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade
hipnótica a dor, entre outros, além do treino para a evocação dos PITRIS
(espíritos que vivem no Espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram
reservados somente àqueles que “apresentassem quarenta anos de noviciado e de
obediência passiva”.
A INICIAÇÃO ENTRE OS BRÂMANES COMPORTAVA TRÊS GRAUS
No primeiro, eram formados para se encarregar do
culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se-lhes a comentar
os três primeiros livros dos Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os
sacrifícios;
– o brâmanes do primeiro grau estavam em
comunicação constante com o povo: eram seus diretores imediatos.
– O segundo grau era composto dos “exorcistas,
adivinhos e profetas evocadores de espíritos”, eram encarregados de atuar sobre
o imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.
– No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais
relações diretas com a multidão; quando o faziam sempre por meio de fenômenos
aterrorizantes, e de longe.
2. A MEDIUNIDADE NO ANTIGO EGITO
No Egito antigo, os magos dos faraós evocavam os
mortos, e muitos comercializavam os dons de comunicabilidade com os mundos
invisíveis para proveito próprio ou dos seus clientes; fato esse comprovado
pela proibição de Moisés aos hebreus: “Que entre nós ninguém use de sortilégio
e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade”.
(Deuterônimo)
De forma idêntica às práticas religiosas da
antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram desenvolvidas e
praticadas no silêncio dos templos sagrados sob o mais profundo mistério, e
rigorosamente vedadas a população leiga.
A iniciação nos templos egípcios era cercada de
numerosos obstáculos, e exigia-se o juramento de sigilo, e a menor indiscrição
era punida com a morte.
Saídos de todas as classes sociais, mesmo das
mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores do Egito; os reis, por
eles escolhidos e iniciados, só governavam a nação a título de mandatários. Todos
os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito
poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos. Os magos dos faraós
realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia; é bem certo que
eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os
hebreus se entregassem a essas práticas.
Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como
pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos, que eram misturados
maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação. A ciência dos
sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois
conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam
largamente a sugestão, provocavam a clarividência com fins terapêuticos e eram
célebres pelas práticas de curas hipnóticas.
AMENOPHIS – o sacerdote egípcio (A Iniciação do Codificador).
No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do
cativeiro egípcio, vamos encontrar o espírito daquele que um dia seria o
Codificador da Doutrina Espírita envergando a túnica sacerdotal e já detentor
de uma sabedoria que o colocava como sacerdote preferido do Faraó Ramsés II. O
sacerdote Amenophis era médium de efeitos físicos, inclusive existem relatos
sobre as sessões de materialização que eram realizadas naquela época.
3. MEDIUNIDADE NA SUMÉRIA
A medicina entre os sumarianos era em curioso
misto de ervanaria e magia, cujo receituário consistia principalmente em
feitiços para exorcizar os maus espíritos que acreditavam ser a causa das suas
moléstias.
4. MEDIUNIDADE NA BABILÔNIA
Os babilônios primitivos viviam cercados de
superstições. Acreditavam que hordas de espíritos malévolos se escondiam na
escuridão e cruzavam os ares, espalhando em seu caminho o terror e a
destruição, cuja única defesa eram os sacrifícios e os sortilégios mágicos. Se
o antigo povo babilônio não inventou a feitiçaria foi ao menos o primeiro a
dar-lhe um lugar de grande importância, a ponto do desenvolvimento da
demonologia e da bruxaria terem exigido leis que prescreviam a pena de morte
contra seus praticantes e há provas de ter sido bastante temido o poder dos
feiticeiros.
5. A MEDIUNIDADE NA ANTIGA GRÉCIA
Na Grécia a crença nas evocações era geral. Todos
os templos possuíam chamadas pitonisas encarregadas de proferir oráculos,
evocando os deuses, mas, as vezes, o consultante queria ele próprio ver e falar
a “sombra” desejada e, como na Judéia, conseguia-se pô-lo em comunicação com o
ser, ao qual desejava interrogar (Delanne, 1937).
6. A MEDIUNIDADE NOS CELTAS
Celtas, povo pré-histórico que se espalhou por
grande parte da Europa entre os séculos XXI a.C. a I a.C., atingindo o maior
poderio do século VI a.C. ao III a.C., possuíram grupos fechados de sacerdotes,
especializados em comunicações com além, chamados de “Druidas”.
ALLAN KARDEC – o sacerdote druida (Aquisição da Sabedoria)
Segundo o Espírito de Zéfiro aproximadamente no
ano 100 a. C., Denizar Rivail foi um chefe druida. Os druidas eram os
sacerdotes do povo celta. A escolha dos futuros sacerdotes era feita entre a
classe aristocrática e, desde criança, já se submetiam a rigorosa disciplina e
intenso aprendizado junto aos druidas mais velhos. A sabedoria druídica já
admitia a reencarnação, a inexistência de penas eternas, o livre-arbítrio, a
imortalidade da alma, a lei de causa e efeito, as esferas espirituais. Marcou
tanto essa etapa reencarnatória, que o Codificador decidiu assinar suas obras
espíritas, com o nome de Allan Kardec.
7. ORÁCULOS GREGOS E ROMANOS
Mediante a invocação de poderes sobrenaturais, o
homem sempre recorreu a vários tipos de adivinhação. No mundo greco-romano, um
dos meios mais difundidos foram os oráculos. Chamavam-se oráculos as respostas
dadas pelos deuses a perguntas a eles formuladas de acordo com determinados
rituais executados por uma pessoa que atuava como médium ou pitonisa. Os
Oráculos eram núcleos de intercâmbio medianímico, onde trabalhavam sibilas,
pítons e pitonisas. Gente de todas as classes sociais, inclusive autoridades
públicas, visitavam estes lugares, recebendo orientações das mais diversificadas;
O termo refere-se também à própria divindade que respondia e a seu intérprete,
bem como ao local onde eram dadas as respostas. Os templos ou grutas destinados
aos oráculos eram numerosos e dedicados a diversos deuses. Os rituais variavam
dos mais simples, como tirar a sorte, aos mais complexos, executados por
pessoas que atuavam como médium ou pitonisa. Antes da consulta, a pitonisa e o
consulente banhavam-se na fonte Castália; depois, ela bebia água da fonte
sagrada de Cassótis e entrava no templo, onde o deus era invocado por meio de
um ritual.
Em seguida, sentada numa trípode, entre vapores
sulfurosos (enxofre) e mascando folhas de louro (a árvore sagrada de Apolo),
entrava em transe ou “delírio divino”, quando transmitia as palavras do deus.
Sua mensagem era anotada e interpretada pelos sacerdotes, que comunicavam-na ao
consulente, com freqüência sob a forma de versos. As pessoas após o contato com
os Espíritos, passavam por uma limpeza com enxofre, as emanações dessas
substâncias tinha como função descontaminar as pessoas pela destruição dos
miasmas ou fluidos deixados pelos mortos. O mais famoso oráculo da antiguidade
foi o santuário de Apolo em Delfos, localizado nas encostas do monte Parnaso,
no golfo de Corinto (Grécia) Embora sua existência já fosse conhecida por
Homero, sua fama só se difundiu entre as comunidades helênicas nos séculos VII
e VI a.C., quando começou a ser consultado por legisladores e chefes militares.
Na Grécia existiam muitos outros, mas
destacavam-se mais o oráculo de Zeus em Dodona, no noroeste, o oráculo de
Epidauro com o deus Asclépio, o oráculo de Anficléia com o deus Dioniso. Os
oráculos sibilinos consistiam em profecias realizadas por mulheres chamadas
sibilas. As sibilas mais famosas eram a de Eritréia e a de Cumas. Os romanos
também tiveram os seus oráculos, chamados arúspices, que interpretavam as
disposições dos deuses pelo exame das vísceras de animais sacrificados ou pelos
fenômenos da natureza, como raios, trovões e eclipses. A expansão do
cristianismo pôs fim à atividade dos oráculos.
8. A MEDIUNIDADE NA BÍBLIA
A Bíblia com o Velho e o Novo Testamento é uma
fonte riquíssima de fenômenos mediúnicos, a própria tão propalada proibição de
Moisés à evocação dos espíritos é uma das maiores confirmações da existência da
mediunidade.
8.1. CASO DE ESCRITA DIRETA
DANIEL (5:5) – Por ocasião em que se realizava um
banquete oferecido pelo rei Balthazar (filho de Nabucodonosor), ao qual
compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho e
louvavam os deuses, apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam defronte
do candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os movimentos
da mão que escrevia.
8.2. CASOS DE LEVITAÇÃO
O que se dá é que os Espíritos operantes envolvem
a pessoa ou coisa a levitar em fluidos, isolando-os assim do ambiente físico. A
ação do espírito sobre o material a levitar se realiza pela utilização das suas
próprias mãos convenientemente materializadas ou condensadas.
EZEQUIEL (3:14) – Também o
Espírito me levantou e me levou consigo; e eu fui cheio de amargura, na
indignação do meu Espírito; porém a mão do Senhor estava comigo,
confortando-me.
EZEQUIEL (8:2) – Olhei, e eis
uma figura como de fogo; Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou
pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu, e me
levou a Jerusalém em visões de Deus.
8.3. CASO DE INCORPORAÇÃO
JEREMIAS (39:15) – O profeta da
paz, era médium de incorporação, quando o Espírito o tomava, pregava contra a
guerra aos exércitos de Nabucodonosor.
8.4. CASOS DE VIDÊNCIA
DANIEL (8:15) – Havendo eu,
Daniel tido uma visão, procurei entendê-la, e eis que se apresentou diante de
mim com aparência de homem, veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar
ele, fiquei amedrontado, e prostei-me com o rosto em terra; mas ele me disse:
Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.
DANIEL (10:5) – Levantei os
olhos, e olhei, e vi um homem vestido de linho, o seu rosto como um relâmpago.
Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não
obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam, contudo ouvi
a voz das suas palavras, e ouvindo- a, caí sem sentido, com o rosto em terra.
8.5. CASOS DE MATERIALIZAÇÃO
MOISÉS – Mediante fenômeno de
materialização, recebe do Alto a Tábua dos Dez Mandamentos, manisfestação de
uma vontade superior visando o despertamento moral dos povos;
ANJO GABRIEL – Anunciação de
Jesus feita pelo anjo Gabriel à Maria.
DANIEL (6:1) – Todos os grandes
da corte, por não acharem meios de acusar a Daniel, convenceram ao rei, que ele
deveria estabelecer um decreto, que fizesse com que todo homem que, por espaço
de trinta dias, fizesse petição a qualquer deus, e não ao rei, fosse lançado na
cova dos leões.
O rei Dario que simpatiza com Daniel, mesmo
contrariado assinou a escritura de interdito. Daniel, mesmo sabendo sobre o
decreto, três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante
do seu Deus, como costumava fazer. Então aqueles homens tendo achado Daniel a
orar e a suplicar, diante do seu Deus. Foram junto ao rei e o convenceram
penalizar a Daniel.
O rei ordenou que trouxessem a Daniel e o
lançassem na cova dos leões. Disse o rei a Daniel: o teu Deus, a quem tu
continuadamente serves, que ele te livre. Foi trazida uma pedra e posta sobre a
boca da cova; selou-a o rei com seu próprio anel, e com o dos seus grandes,
para que nada se mudasse a respeito de Daniel.
Então o rei se dirigiu para o seu palácio, passou
a noite em claro, o sono fugiu. Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei
e foi com pressa à cova dos leões. Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel –
disse o rei: Daniel, servo do deus vivo, dar-se-ia o caso que teu Deus, a quem
tu continuadamente serves, tenha podido te livrar-te dos leões?
Então Daniel respondeu ao rei: O meu deus enviou
o seu anjo, e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque
foi achada em mim inocência diante dele; O rei alegrou-se e mandou tirar a
Daniel da cova e nenhum dano se achou nele. Ordenou o rei, e foram trazidos
aqueles homens que tinham acusado a Daniel e foram atirados na cova dos leões.
9. OUTROS FATOS QUE EVIDENCIAM A PRESENÇA ESPIRITUAL NA HISTÓRIA:
SÓCRATES, constantemente orientado pela guia
espiritual, revela-se precursor do Cristianismo. “Desde a minha infância,
graças ao favor celeste, sou seguido por um Ser quase divino, cuja voz me
interpele a esta ou àquela ação. Os discípulos de Sócrates se referem, com
admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
PAULO DE TARSO, às portas de Damasco, tem a visão
do nazareno em perfeita configuração luminosa, convertendo-se deste modo em
apóstolo e medianeiro do Mestre.
PAULO DE TARSO – Na Bíblia, o apóstolo Paulo
deixa claro o intercâmbio entre os dois mundos ao afirmar: “Não extingais o
espírito; não desprezeis as profecias; examinai tudo. Retém o que é bom” (I
Tessalonicensses).
JOÃO – Também o apóstolo João mostra a
possibilidade de comunicação entre os dois mundos, mas nos alerta para a qualidade
dessa comunicação: “Não creais em todos espíritos, mas provai se os espíritos
são de Deus” (I João).
CÉSAR, o grande imperador romano, esteve com a
pitonisa Spurina, informando-se que no dia 15 de março algo muito grave
aconteceria em sua vida. Na data prevista, César segue para o Palácio e lá
recebe 23 punhaladas, morrendo imediatamente.
CALÍGULA – Neste relato encontramos claramente o
caso de materilaizações, onde os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram
tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali
vistos, frequentemente, até que se lhe exumaram os despojos para a incineração.
NERO – nos últimos dias de seu reinado, viu-se
fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otavia, sua genitora e sua esposa,
ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo;
RAINHA VITÓRIA, a soberana que mais tempo
permaneceu no Poder inglês, passou 30 anos mantendo diálogos com seu ex-esposo
Alberto, através do médium John Brawn. As grandes decisões de seu governo
tiveram a participação direta do Espírito;
CATARINA DA RÚSSIA é chamada às pressas para ver
o seu sósia fantasma, uma entidade materializada que se demora no trono da
rainha, sendo cercada pela guarda do Palácio. Alvejado por dois tiros de fuzil
desfez-se sem deixar qualquer sinal de sua presença.
JOÃO HUSS – o reformador (O testemunho que estava pronto)
Jean Hus ou João Huss, nasceu em Husinec em 1369
(Allan Kardec desencarnou exatamente 500 anos após, em 1869). Estudou na
capital, formou-se bacharel em Arte e Teologia, obteve grande destaque como
professor, foi nomeado Deão da Faculdade de Filosofia e, posteriormente, Reitor
da Universidade. Foi profundamente impregnado pelas idéias de Wycliffe
(futuramente, Léon Denis), professor da Universidade de Oxford, Inglaterra, e
considerado um dos maiores sábios de sua época. Wycliffe chamava o papa de
“Anticristo, mau sacerdote, corrupto, ladrão. Foi sob influência dessas idéias
e vivendo esses problemas sociais e políticos, que João Huss desenvolveu seu
pensamento e se tornou um grande pregador, recebia grande inspiração espiritual
ao pregar. Pelos desrespeitos às regras canônicas e morais que a Igreja
praticava naquela época, passou a atacá- la, publicamente. Aos 6 dias de
fevereiro de 1415, foi condenado e executado. Levaram-no a um terreno baldio,
despiram-no, amarraram-no a um poste, colocaram lenha ao redor e puseram fogo.
Morreu aos 46 anos queimado vivo pela “Santa Inquisição”.
JOANA D’ARC, nasceu no ano de 1412, numa pequena
aldeia da França chamada Dom Remy. Filha de pobres lavradores, não sabia nem
ler nem escrever. Desde pequena escutava vozes no silêncio dos bosques, que
atribuía a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais incentivaram
a voltar-se para Deus e defender a França, cuja nobreza se encontrava esmagada
na luta que durava quase cem anos contra a Inglaterra. Joana D’arc, heroína
francesa, orientada pelas “vozes do Céu”, assume a missão de libertar a sua
pátria do jugo inglês. Guiada por essas vozes, ela reorganizou o exército
francês e conduziu Carlos VII ao trono. Seu triunfo motivou inveja e intrigas
que culminaram na sua captura, foi perseguida como herege, submete-se ao
sacrifício inquisitorial, e posteriormente sua condenação pelo fato de não
querer negar essas vozes perante a Igreja, e mesmo, no momento extremo, ainda
afirmava ouvir os espíritos; A sua voz chegava até à silenciosa multidão, que
escutava, aterrada, as suas preces e gemidos. Por fim, num último grito de
agonia de amor, Joana disse: – “Jesus”. Conta-se que um dos soldados,
lançando-se entre a multidão gritou: “Estamos perdidos! Queimamos uma santa!”
Posteriormente, a Igreja que a condenou e à qual Joana sempre foi fiel,
declarou-a inocente. Foi canonizada, finalmente, em 1920, na basílica de São
Pedro, em Roma. Cinco séculos atrás, no entanto, houve quem soubesse que no
meio deles vivia uma santa.

Autoria desconhecida
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