Início
do Espiritismo no Brasil
(Capítulo do Livro
"O Espiritismo ao alcance de todos")
Entre 1853 e 1854 surgiram no Brasil notícias sobre
os fenômenos das "mesas girantes" que ocorriam principalmente nos
Estados Unidos da América e na Europa, publicadas no Jornal do Commércio, do
Rio de Janeiro, do Diário de Pernambuco, de Recife, e em O Cearense, de
Fortaleza.
Primeiro Centro Espírita do Mundo
- Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada
em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec.
Observação: Na Revista Espírita de abril de 1868,
Kardec informa que antes de o Espiritismo ter sido codificado, em Cadiz, na
Espanha, já havia um grupo espírita organizado. Diz Kardec: "Os espíritas
de Cadiz reivindicam para a sua cidade a honra de ter sido uma das primeiras,
senão a primeira na Europa, a possuir uma reunião espírita constituída, e recebendo
comunicações regulares dos Espíritos, pela escrita e pela tiptologia, sobre
temas de moral e de filosofia. Tal pretensão é, com efeito, justificada pela
publicação de um livro impresso em espanhol, em Cadiz, em 1854." O
material apresentado data de 1853.
Primeiro Centro Espírita do Brasil
- Grupo Familiar de Espiritismo, instalado em 17 de
setembro de 1865, às 20h30m, por Luís Olímpio Teles de Menezes, na cidade de
Salvador, na Bahia.
Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o
opúsculo O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo
páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos ataques
expressos em Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da Bahia e
Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do Espiritismo,
em que, conforme consta da obra Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa,
ele afirma:
"O
Espiritismo tem de passar por provas rudes, e nelas Deus reconhecerá sua
coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se ausentam por um simples
temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados que somente são corajosos
em tempo de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam as armas".
Luís Olímpio Teles de Menezes foi professor
primário, estenógrafo, funcionário da Assembléia Legislativa e Oficial da
Biblioteca Pública da Bahia. Falava o inglês, o francês, o castelhano e o
latim. Escreveu nos seguintes periódicos: Diário da Bahia, Jornal da Bahia, A
Época Literária e publicou o romance Os Dois Rivais.
Primeiro jornal espírita do Brasil
- O Eco do Além Túmulo, publicado em julho de 1869,
em Salvador, com o esforço de Luís Olímpio Teles de Menezes. Contava com 56
páginas e chegou a circular até no exterior – Londres, Madri, Nova Iorque,
Paris. Aparecem referências ao Eco do Além Túmulo na Revista Espírita, edição
de outubro de 1869.
Primeiro Centro Espírita do Rio de Janeiro
"Sociedade de Estudos Espiríticos – Grupo
Confúcio", fundado em 2 de agosto de 1873. Faziam parte dele elementos da
alta sociedade da Corte (Capital do Império), entre eles Joaquim Carlos
Travassos e Bittencourt Sampaio. O Grupo se extinguiu em 1879.
Segundo periódico espírita do Brasil
- "Revista Espírita, lançada em 10 de janeiro
de 1875, pelo Grupo Confúcio, redigida e dirigida por Antônio da Silva Neto.
Neste ano de 1875 vão aparecendo as traduções para o
português das obras de Allan Kardec, feitas por Joaquim Carlos Travassos, com
pseudônimo de Fortúnio, e editadas pelo Grupo Confúcio. Ainda neste ano, o
tradutor oferece a Bezerra de Menezes um exemplar de O Livro dos Espíritos.
Em 23 de março de 1876 é fundada, no Rio de Janeiro,
a "Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade", da qual
participavam Bittencourt Sampaio e Antônio Luís Sayão. Mais tarde, a entidade
passou a se denominar "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade".
Havia divergências entre os espíritas do Rio de
Janeiro, que de acordo com os pontos de vista defendidos se dividem em místicos
e cientificistas, o que resultou na criação de várias instituições.
A data de 28 de agosto de 1881 registra a perseguição
oficial ao Espiritismo. Nos periódicos O Cruzeiro e Jornal do Commércio, do Rio
de Janeiro, foi anunciada a ordem policial proibindo o fundamento da
"Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e dos Centros filiados.
Em 6 de setembro de 1881, uma comissão de espíritas
é recebida pelo Imperador D. Pedro II, que promete não haver mais perseguições
aos espíritas, porém elas continuaram a ocorrer. Em 21 de setembro do mesmo
ano, a comissão retorna ao Imperador, que volta a afirmar sua intenção de não permitir
perseguições aos espíritas.
Ainda em 6 de setembro de 1881 é realizado o
Primeiro Congresso Espírita do Brasil, com o objetivo de reunir e orientar as
instituições espíritas.
Em 28 de agosto de 1882 é realizada a Primeira
Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica Espírita Deus,
Cristo e Caridade. A data, aliás, recordava o início da perseguição policial ao
Espiritismo.
Em 21 de janeiro de 1883, Augusto Elias da Silva,
fotógrafo português radicado no Brasil, publica o Reformador, com seus próprios
recursos e cuja direção intelectual fica a cargo do Major Francisco Raimundo
Ewerton Quadros. Também neste ano, Augusto Elias da Silva promove encontra
fraternal dos espíritas, em virtude das divergências entre os integrantes das
instituições espíritas da ocasião: "Grupo dos Humildes",
"Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade", "Centro da União
Espírita do Brasil" e "Grupo Espírita Fraternidade", situados no
Rio de Janeiro.
Em 2 de janeiro de 1884 é instalada, na Rua da
Carioca nº 120 – sobrado – Rio de Janeiro, a Federação Espírita Brasileira,
sendo seu primeiro Presidente o Major Ewerton Quadros, anteriormente já citado.
Em 15 de junho de 1886, Bezerra de Menezes, diante
de mais de 1.500 pessoas, no Salão da Guarda Velha (na rua de igual nome, hoje
Av. 13 de maio) faz sua profissão de fé espírita.
Em 1889, Bezerra de Menezes assume a presidência da
Federação Espírita Brasileira, em substituição a Ewerton Quadros. Bezerra
instituiu o estudo sistematizado de O Livro dos Espíritos em reuniões públicas
realizadas no salão da Federação.
Dada a crise administrativa e financeira que passava
a Federação, comprometida ainda pelas divergências dos líderes espíritas, e com
a renúncia de Julio César Leal, após sete meses no cargo, Bezerra de Menezes,
em 3 de agosto de 1895, aceita assumir novamente a presidência da Federação
Espírita Brasileira.
Em 10 de dezembro de 1911, a Federação Espírita
Brasileira se transfere para a Av. Passos, antiga Rua do Sacramento. Em 27 de
outubro de 1937, a Federação é fechada pela Polícia e reaberta três dias
depois, por ordem do Dr. Macedo Soares, então Ministro da Justiça.
Em 5 de outubro de 1949, é assinado o Pacto Áureo,
na sede da Federação Espírita Brasileira, visando à unificação dos espíritas,
fortalecendo os laços de fraternidade. É, então, criado o Conselho Federativo
Nacional (CFN), composto dos representantes das entidades adesas à Federação
Espírita Brasileira.
Não se deve perder de vista que tanto no Rio de
Janeiro, como na Bahia e em todo o Brasil se desenvolvia e se expandia a
prática mediúnica da Umbanda e de outros credos afro-brasileiros.
Leitura Complementar:
- Espiritismo
Básico – Pedro Franco Barbosa – FEB.
- Grandes
Espíritas do Brasil – Zêus Wantuil – FEB.
- Os
Intelectuais e o Espiritismo – Ubiratan Machado – Ed. Antares
- Bezerra de
Menezes – F.Acquarone – Ed. Aliança.
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