Para quê orgulho se
todas as situações e condições humanas são efêmeras, passageiras?
O orgulho, a
ganância e a sede de poder refletem a imaturidade do ser humano, das pessoas
que acreditam que as leis cósmicas podem permitir uma felicidade egoísta, onde
alguns se locupletam e outros vegetam.
Certamente
os valores negativos mais danosos à humanidade são o orgulho, o egoísmo e a
ambição, que levam o ser humano a querer sobressair-se sempre aos demais, a
viver apenas em função de si mesmo, das suas vontades e satisfação das próprias
paixões, e a ter sempre mais e mais.
Esses
valores negativos demonstram apenas a imaturidade do ser humano, a sua tolice.
Para que
orgulho se todas as situações e condições humanas são efêmeras, são passageiras?
Orgulho de quê? Das posses que não podemos levar conosco para além desta vida,
e que nem mesmo nos conseguem livrar das doenças, dos acidentes dos sofrimentos
e da própria morte? Orgulho pela posse de bens que na realidade não nos
pertencem; desses bens que a vida nos cede por empréstimo, e que temos de
devolver na passagem pelo túmulo?
Além do
mais, existem as reencarnações... O orgulhoso que se envaidece pelas posições
que ocupa, pisoteando e humilhando seus subordinados ou aqueles a quem
considera inferiores, nas futuras encarnações certamente irá sofrer as mesmas
humilhações que impingiu a seus irmãos em humanidade.
O egoísta
que se apega aos bens que possui e não lhes dá a correta destinação, ou seja,
meios de vida também para outras pessoas, em futuras encarnações deverá amargar
a pobreza, a penúria, a miséria, para poder dessa forma aprender a respeitar as
leis divinas.
Quanto à
ambição, é também uma clara amostra da tolice humana. É como um vírus que faz
sofrer seu portador. O ambicioso não tem paz, porque sempre está desejando
algo, desejando intensamente, e fica infeliz e frustrado quando não consegue o
que quer.
O ambicioso
está sempre querendo mais e mais. Ele não se conforma com o que possui, mesmo
que possua muito. Também não se aquieta para usufruir o que possui, desfrutar
das coisas boas da vida, que uma vida financeiramente folgada pode
proporcionar. O ambicioso é um eterno insatisfeito e, portanto, não é feliz.
PERGUNTA NATURAL
O que pode
tornar feliz o ser humano?
Se em vez da sede de poder, as criaturas se
deixassem conduzir pela responsabilidade, tudo seria diferente. Imaginemos como
seria o mundo se todos os homens públicos trabalhassem visando o bem coletivo;
se usassem seus potenciais para o benefício da comunidade e se toda a população
fosse fraterna, honesta e solidária? A vida seria bem diferente.
O orgulho, a
ganância e a sede de poder refletem a imaturidade do ser humano, daqueles que
pensam que as leis cósmicas permitem uma felicidade egoísta, onde alguns se
locupletam e outros vegetam.
A lei divina
é profundamente justa e sábia. E ela determina que a comunidade deve evoluir
como um todo. Todos devem contribuir para essa evolução. Aqueles que não o
fizerem acabarão tendo que sofrer as consequências de seus atos. Para isso existe
a reencarnação que modifica as posições dos seres e assim, todos, cada um por
sua vez, experimentam e vivenciam as inúmeras condições que o planeta oferece.
Uns aprendem mais rapidamente as lições da vida, da ciência do bem viver.
Outros custam mais a aprendê-las, mas nesse aprendizado todos acabamos por
compreender que ambição, egoísmo e orgulho não proporcionam felicidade, ao
contrário, são semeaduras de sofrimentos para o futuro.
Se fosse
possível olharmos o nosso interior, a nossa subconsciência; se fosse possível
olharmos com olhos alheios as nossas atitudes, veríamos logo que não existem
razões para sentimos orgulho ou sermos vaidosos.
Mas o que é
orgulho?
O orgulho resulta da ideia que fazemos de nós
mesmos e, como sempre, essa ideia não é real, porque não conseguimos ver a nós
próprios.
Poucas
pessoas possuem visão interior correta, ou seja, a capacidade de observarem a
si mesmas, fazendo uma autocrítica justa, não tendenciosa. Quem possui essa
visão interior consegue avaliar a si mesmo, sem ilusões. A visão interior
correta é o resultado de esforço, de auto análise, de reflexão, de maturação do
próprio espírito. Por enquanto, em nossa imaturidade espiritual, quando
resolvemos fazer alguma observação sobre nós mesmos a nossa deformada visão interior
só vê aquilo que possa servir de base para o nosso orgulho, a nossa vaidade.
Por isso só vemos as coisas positivas, principalmente aquelas que acreditamos,
ou nos interessa acreditar que possuímos.
Na verdade
costumamos nos ver numa condição muito superior à realidade. As qualidades que
observamos em nós, nos parecem bem maiores do que são, e os defeitos que temos
e que anulam muitas das nossas qualidades, esses, geralmente não vemos, ou
vemos com os olhos da complacência.
Geralmente,
quando começamos a aceitar a ideia da reencarnação, nossa curiosidade logo se
acende para sabermos que personagens importantes podemos ter sido no passado. E
quando pensamos nos espíritos superiores, logo começamos a imaginar qual deles
deve ser o nosso mentor.
Ao conhecermos
as obras do espírito André Luiz, em suas narrativas sobre a colônia espiritual
Nosso Lar, através da psicografia de Chico Xavier, queremos logo acreditar que
somos procedentes daquela colônia, e ficamos imaginando que descemos à terra
nesta encarnação para realizarmos grandes missões.
É sempre a
vaidade que nos move, fazendo-nos sonhar com grandezas inexistentes, ou com
situações irreais.
Até mesmo na
mediunidade as almas imaturas, ao perceberem a presença de um guia espiritual,
vão logo imaginando que se trata de um Bezerra de Menezes, Emanuel, André Luiz
ou outro espírito conhecido e admirado. E quando a entidade se comunica a
imaginação exacerbada pela vaidade pode até mesmo acionar os mecanismos do
animismo e a comunicação poderá encerrar-se apresentando um nome de alguém que
ali não estava. Isto se chama animismo.
Se olharmos
com os olhos da verdade para dentro de nós, analisando com absoluta sinceridade
nossas grandezas e mesquinharias, nossos valores positivos e negativos, veremos
que fazemos parte do grande rebanho humano com todas as suas idiossincrasias,
suas luzes e suas sombras. Se já conseguimos alcançar um pouco mais de
conhecimento espiritual; se buscamos intensamente nosso crescimento interior
sob as claridades do Evangelho, esse fato deve nos alegrar e nos tornar mais
gratos àqueles que do Alto acompanham nossa jornada, nos auxiliando sempre. Mas
deve também fortalecer nosso senso de responsabilidade, convidando-nos à
vivência da humildade.
Toda
grandeza se esvai sob o peso do orgulho e da vaidade, restando apenas algo
lamentável, triste de se ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário