NO QUE O
ESPIRITISMO ACREDITA E NÃO ACREDITA
Uma pessoa nos mandou este quadro abaixo pedindo
para explicar cada item segundo a visão espírita. Vamos lá:
1
-
Não acreditamos mesmo. Pois, foi o próprio Jesus que deixou claro que Ele não
era Deus. Exemplo: "Pai, NAS TUAS
MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO" - (Lc 23:46). Mesmo após a sua morte e
ressurgimento espiritual, Jesus continua a demonstrar, com suas palavras, que
permanece a dualidade e desigualdade entre Ele e Deus: "Subo para MEU PAI e vosso Pai, para MEU DEUS e vosso DEUS."
- (Jo 20:17)
2- Nós não
acreditamos que “tudo” que esteja na Bíblia seja a palavra de Deus. Porque o
Antigo Testamento há uma PARTE HUMANA e uma PARTE DIVINA.
A
PARTE HUMANA expressa as ideias que os hebreus faziam quanto à
origem do Universo, a criação da Terra e dos seres que a habitam e contém leis
civis e disciplinares escritas por Moisés e outros dirigentes hebreus. A PARTE DIVINA são os 10
mandamentos.
Tanto
que, muitas leis de Moisés dizem para: “...
apedrejar até a morte”, caso não sejam seguidas. E uma das leis contidas
nos 10 mandamentos diz: “ não matarás”.
Então, se todas as leis fossem de Moisés, este seria contraditório. Da parte
humana da Bíblia, muita coisa ficou ultrapassada pelo progresso do conhecimento
humano e mudança dos costumes sociais. Exemplo: O homem que se deitar com outro homem (homossexualismo) será punido até
a morte (Levítico, 20: 13); Deficientes físicos estão proibidos de
aproximar-se do altar do culto, para não profaná-lo com seu defeito
(Levítico, 21: 17-23); Os adúlteros
serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 22: 22); Quem
trabalha no sábado será morto (Êxodo, 35:2); Os filhos desobedientes e rebeldes, que não ouçam pais e se comprometam
no vício, serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 21: 18-21), dentre
outros. Como vemos, não são só os espíritas que não seguem o antigo testamento.
Cremos que ninguém segue tais leis.
Observemos
o que Jesus disse: "Vocês ouviram o que foi dito (por Moisés no
passado): 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo.' Mas eu (Jesus) lhes digo:
"Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem
(...)" Jesus deixou claro que seus ensinamentos, que são os mesmos
de Deus, são diferentes dos de Moisés.
3- Se o Cristo tivesse levado o pecado do mundo
o mundo não estaria cheio de pecadores e pecados. Para nós espíritas Jesus
não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.
Para nos libertarmos dos “pecados”, ou seja, dos nossos erros, das nossas
falhas morais, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos
Dele como nosso guia. É cômodo pensar que estamos “salvos”, assim continuaremos
a pecar, errar e transgredir as leis de Deus e, consequentemente, a plantar
dores e aflições.
4- Nós acreditamos
na reencarnação e não na ressurreição. Reencarnação é uma palavra criada por
Allan Kardec que significa a volta do espírito “NA” carne, “NUMA NOVA CARNE”. E
ressurreição significa “RESSURGIR”. Muitos entendem a ressurreição como o
ressurgimento do espírito na carne, mas “NA MESMA CARNE”, ou seja, no mesmo
corpo que morreu. Mas, como pode um espírito ressuscitar (ressurgir), por
exemplo, num corpo carbonizado, ou que foi comido pelos peixes, etc.? Então,
reencarnação significa o retorno do
espírito em um novo corpo carnal; e ressurreição significa o retorno do
espírito no mesmo corpo carnal, o que cientificamente é impossível.
5- Os sete
sacramentos católico são 1- batismo, 2-
confissão, 3- eucaristia, 4- confirmação (ou crisma), 5- matrimônio, 6- ordens
sagradas, 7- unção dos enfermos. Nós
não batizamos porque o Espiritismo não adota ritual. João mergulhava as
criaturas nas águas do Jordão, num ato simbólico de batismo, para anunciar a
vinda do Cristo e convidar o povo a se arrepender dos seus pecados e, se propor
a uma renovação moral. Portanto, para os espíritas, o batismo, foi tão somente
um divisor de águas, o marco de uma vida nova. Há muitos batizados cometendo delitos,
e há muitos que não são batizados que vivem de maneira cristã. Acreditamos que
seremos julgados pelos nossos atos e não por sermos ou não batizados. É o que
fica evidente, em passagens como estas: “Arrependei-vos, fazei penitência,
porque é chegado o reino dos céus”; “Eu na verdade, vos batizo com água para
vos trazer à penitência; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu;
cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e
com o fogo”. Aqui, João deixa claro que, Jesus batizaria as pessoas não
mais com água, mas com o Espírito Santo e com o Fogo. Confissão, eucaristia, crisma, ordens, são criações do catolicismo,
não está mencionado no Evangelho. O Espiritismo não tem sacerdotes, não há
hierarquia, há distribuição de funções que pode ser trocado de tempo em tempo. Matrimônio espírita é só no civil, a
cerimônia no templo também não está no Evangelho. É só um ritual. Quem abençoa
nosso casamento somos nós mesmos utilizando nele os ensinamentos de respeito,
fidelidade, amor, tolerância, etc., ensinadas pelo Cristo. E unção dos enfermos é um ato que também
não está no Evangelho. É o ato de ouvir o desabafo de um enfermo, levar-lhe uma
boa palavra, estimular sua fé, e dar-lhe o perdão de Deus. Nós espíritas
ouvimos, damos passe, tentamos passar boa palavra e estimulamos sua fé, sua
resignação porque é um ato de caridade, mas não achamos que temos o poder de
perdoar os pecados da pessoa. Acreditamos que ela terá que resgatar suas
faltas. É muito fácil errarmos a vida toda e no final dela nos arrependermos e
recebermos o perdão. Assim, muitas pessoas viverão a vida de maneira promiscua,
ilegal, imoral, desrespeitosa com a sua vida e a do próximo porque acreditam
que no final da vida poderão ser perdoadas.
6
-
Antigamente,
havia coisas consideradas como maravilhoso ou sobrenatural. Algumas nem eram
fatos reais, mas apenas crendices ou superstições sem fundamento. Outras eram
fenômenos verdadeiros (fatos naturais) e foram consideradas milagres por
estarem mal explicadas ou serem desconhecidas as suas causas.
O círculo
do maravilhoso ou do sobrenatural vem diminuindo ao longo dos tempos, pelo
progresso do conhecimento humano, através: da Ciência, que
revela as leis que regem os fenômenos do campo material; do Espiritismo,
que revela e demonstra a existência dos espíritos e como agem sobre os fluidos,
explicando certos fenômenos como efeitos dessa causa espiritual.
As curas
realizadas por Jesus, por exemplo, foram consideradas pelo povo como milagres,
no sentido que a palavra tinha na época: o
de coisa admirável, prodígio.
Atualmente,
o Espiritismo esclarece que os fenômenos de curas se dão pela ação fluídica,
transmissão de energias, intervenção no perispírito, e permite examinar e
compreender as curas realizadas por médiuns (espíritas ou não) ou por pessoas
dotadas de excelente magnetismo. Essa explicação não diminui nem invalida as
curas admiráveis, feitas por Jesus; pelo contrário, leva-nos a reconhecer que
Jesus tinha alto grau de sabedoria e ação, para poder acionar assim as leis
divinas e produzir tais fenômenos.
7
-
Segundo a doutrina da Igreja os demônios foram criados bons e tornaram-se maus
por sua desobediência: são anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da
escala, tendo dela decaído. Segundo o Espiritismo os demônios são Espíritos
imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que, um dia serão espíritos elevados
(anjos). Os que por má-vontade persistem em ficar, por mais tempo, nas classes
inferiores, sofrem as consequências dessa atitude, o hábito do mal
dificulta-lhes a regeneração. Um dia, a fadiga dessa vida penosa e das suas
respectivas consequências os farão mudar; eles compararão a sua situação à dos
bons Espíritos e compreendem que o seu interesse está no bem. Deus fornece-lhes
constantemente os meios, porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los. Se
o progresso fosse obrigatório não haveria mérito, e Deus quer que todos
tenhamos o mérito de nossas obras. Ninguém é colocado em primeiro lugar por
privilégio; mas o primeiro lugar a todos é franqueado à custa do esforço
próprio.
Os
anjos mais elevados conquistaram a sua graduação, passando, como os demais,
pela rota comum.
Compilação de Rudymara
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