Enfeitiçamento Verbal
PERGUNTA: - Que significa
enfeitiçamento verbal?
RAMATÍS: - O enfeitiçamento ou a bruxaria, na
realidade, pode efetivar-se pela força do pensamento, das palavras
e através de
objetos imantados, que
produzem danos a
outras criaturas. O enfeitiçamento verbal resulta de palavras de crítica
antifraterna, maledicência, calúnia, traição
à amizade, intriga,
pragas e maldições.
A carta anônima
e até mesmo
a reticência de alguém, quando, ao falar, dá azo a
desconfiança ou dúvida sobre a conduta alheia, isso é um ato de enfeitiçamento. O
seu autor é
responsável perante a Lei
do Carma e fica sujeito
ao "choque de retorno" de sua bruxaria verbal,
segundo a extensão do prejuízo que venha a resultar, das palavras ou gestos
reticenciosos desfavoráveis ao próximo.
A palavra
tem força, pois
é o veículo
de permuta do
pensamento dos homens,
os quais ainda não
se entendem pela
telepatia pura, conforme acontece noutros
planetas adiantados. (1)
Consoante a
significação, a intensidade e o motivo da palavra, ela também se reveste de
igual cota de matéria sutilíssima do
éter-físico, sobre aquilo
que ela define.
Quando a criatura
fala mal de alguém,
essa vibração mental
atrai e ativa
igual cota dessa
energia das demais
pessoas que a escutam,
aumentando o seu
feitiço verbal com
nova carga malévola.
Assim, cresce a responsabilidade do maledicente pelo
caráter ofensivo de
suas palavras, à
medida que elas
vão sendo divulgadas e apreciadas por outras mentes,
atingindo então a vítima com
um impacto mais vigoroso do que o de sua força original.
O malefício verbal segue o seu curso, pessoa por pessoa, assim como a bola de
neve se encorpa lançada costa abaixo!
1
- Vide o
capítulo "Idioma, Cultura
e Tradições", da obra A
Vida no Planeta
Marte e os
Discos Voadores, Ramatís, Editora do Conhecimento.
A mobilização
de forças através do verbo é predominantemente criadora, (2) é uma ação de feitiçaria de
consideráveis prejuízos futuros
para o seu próprio
autor, pois as
palavras despertam ideias e
estas, pelo seu reflexo moral de "falar mal" de outrem, produzem a
convergência de forças repulsivas,
as quais se acasalam à
natureza do pensamento
e do sentimento,
tanto de quem
fala como de quem
ouve. Sem dúvida,
esta espécie de
bruxaria através de
palavras, também varia conforme a culpa e a responsabilidade
da criatura.
2 - "No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", como elucida João Evangelista
sobre o ato de "pensar" e "materializar" divino. Vide o capítulo
"Ante o Serviço", da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz,
edição da FEB, página 39, em que a praga paterna deu origem à paralisia do
braço do filho desnaturado.
PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos
melhor esse assunto?
RAMATÍS: -Evidentemente, a
pessoa que fala
mal de outrem só por leviandade, há de ser menos culpada espiritualmente
do que quem o faz por maledicência, inveja, sarcasmo, ódio ou vingança.
No primeiro caso,
as palavras não
possuem a força
molesta própria de uma
deliberação malévola consciente. A criatura leviana é menos responsável do que
a maldosa; porém, aquela que se concentra na ação deliberada de prejudicar
alguém pelo pensamento, pela palavra ou pela
bruxaria através de
objetos preparados, movimentando
forças tenebrosas contra
o próximo, elabora ou cria o seu
próprio infortúnio.
PERGUNTA:- Há fundamento de
que as pragas
e maldições também,
causam desgraças?
RAMATÍS: - O homem é um espírito ou núcleo
espiritual, que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes aos
diversos planos de vida. O corpo físico é a vestimenta transitória de menos
importância no conjunto
do homem, pois
a energia que ali se
condensa na forma
de matéria, força, incessantemente, a
fuga e libertação
para retomar ao
seu plano original.
Essa energia, aprisionada em todas as
formas do mundo,
produz na sua
exsudação permanente as diversas
auras, que se compõem das
radiações dos objetos
e seres. É a polarização
resultante do impulso centrífugo
da energia condensada, tentando readquirir a sua vivência normal ou estado de absoluta
liberdade.
Quando o
espírito pensa, ele agita todos os campos de forças que baixaram
vibratoriamente até atingirem o
seu perispírito e
o corpo físico;
assim projeta em
todas as direções
energias benfeitoras ou malévolas,
criadoras ou destrutivas,
segundo a natureza
dos seus pensamentos
e sentimentos. A palavra, portanto,
é a manifestação sonora, para
o mundo exterior,
do sentimento ou pensamento
gerado no plano
oculto do ser.
Deste modo, além dela constituir
força duradoura, ainda incorpora
no seu trajeto as demais energias benéficas ou maléficas que, no seu curso,
ativa e desperta nas criaturas interessadas no
mesmo assunto. Aliás, é tão sutil e influente a palavra, que certas pessoas, devido
a um sentido oculto, chegam a pressentir quando alguém fala mal delas, e as deixa
alertas contra algum perigo iminente.
Ademais, as
palavras ainda conduzem
algo do cunho particular ou
psicológico da característica individual
do seu autor,
quando são forjadas por
sentimentos censuráveis contra outrem.
PERGUNTA: - Gostaríamos de uma
explicação mais clara.
RAMATÍS: - Há
diferença de "tensão" ou
"impacto" no feitiço verbal, ou
na praga, quando é
pronunciado por um
homem egoísta, avarento,
invejoso, luxurioso ou
pusilânime, pois embora sempre
seja crueldade causar
qualquer dano ao
próximo, a palavra conduz
na sua base o
fluido gerado pelo
pecado fundamental de
cada ser!
Servindo-nos de
um exemplo, algo rudimentar, diríamos
que a maldição
do avarento é mais avara na sua
contextura vocabular daninha, do
que a mesma praga pronunciada
por um homem
pródigo. As pragas
proferidas pelas pessoas
"otimistas" são bem mais inofensivas do que as maldições das
"pessimistas"; as primeiras não conseguem eliminar da base de suas palavras ofensivas o
sentido peculiar de verem as coisas de
um modo saudável.
As segundas, no
entanto, através da
emissão verbal, vertem
toda a sua mágoa do mundo e dos demais seres, pois
transbordam um rio de vingança pela ofensa de algumas "gotas de
água".
Também existe
profunda diferença entre
o ato de maldizer e abençoar, que
se revela na própria
expressão psicofísica da
figura humana, porque
também difere o
tipo e a
qualidade de energias que
são utilizadas para
manifestar cada uma
dessas atitudes. Quando
abençoamos, mobilizamos energias dosadas desde o reino espiritual,
mental, astral, etérico e físico, na forma de um combustível
superior, para expressar
a ideia, o sentimento
e a emoção sublimes
do nosso espírito naquele
momento. Durante o
ato de abençoar,
o homem revela
na sua configuração humana a
magnitude, altiloquência, mansuetude
e o recolhimento
do espírito preocupado
em invocar forças superiores e benfeitoras em favor de alguém. O brilho
dos olhos, o gesto das mãos, a expressão do rosto e a quietude do corpo formam
um conjunto de aspecto atraente, a combinar-se mansamente com
o fluido amoroso
que sempre acompanha
a palavra benfeitora.
Há indizível encanto e respeito no
gesto da mãe que abençoa o filho, quando ela mobiliza a sua força materna e invoca
a condição divina de médium da vida, a fim de rogar ao Criador a proteção
amorosa para o seu prolongamento vivo,
no mundo. O
pior bandido comove-se
diante da sinceridade
e do sentimento puro de alguém
que o abençoa, e não rejeita essa oferenda espiritual, que não humilha nem
ofende!
A bênção é
uma invocação divina outorgada aos homens
para ajudar outros homens, pois, em
vez de pedido
ou rogativa egotista
a favor de quem abençoa,
é uma súplica
a Deus para beneficiar o
próximo. A bênção
é a homenagem
fraternal, que adoça
a alma de
quem a recebe
e beneficia a quem a dá!
PERGUNTA: -
Então há fundamento
na praga ou
maldição, que é um acontecimento oposto à bênção, e até
algo frequente entre as criaturas mais primitivas?
RAMATÍS:- Há pouco explicamos que
a criatura, quando abençoa,
expressa-se num gesto sereno, simpático,
agradável e cativante,
como reflexo exterior
do sentimento magnânimo que
lhe vai na
alma! Mas tudo
se modifica quando
ela maldiz, porque
então mobiliza energias inferiores e agressivas, que revelam
o seu estado espiritual de ira, turbulência e desatino espiritual, numa
aparência repulsiva e atrabiliária.
O
praguejador. crispa as mãos e os olhos fuzilam despedindo faíscas de ódio;
dilatam-se as narinas sob o
arfar violento do
amor-próprio ferido, ou
entorce-se o canto
dos lábios sobre
os dentes cerrados! A
fisionomia fica congesta
e retesada, delineando
o "facies" animal
na sua fúria destruidora. Sem
dúvida, há pessoas
que também maldizem
ou rogam
pragas tão despercebidamente, como a usina
elétrica projeta a sua
força mortífera e
silenciosa através dos diversos transformadores que a conduzem
até o objetivo final. Mas a carga pensada e concentrada sob uma
vontade diabólica e
fria, assim como
o veneno, disfarça-se
e mata no
copo de água cristalina, é o feitiço silencioso e de
força penetrante como a rosca sem fim! Consoante as leis de afinidade
energética, esse feitiço mental e verbal, além do seu impulso original,
alimenta-se, dia a dia, sob o pensamento perverso da pessoa extremamente
vingativa. .
No entanto,
a praga ou a maldição proferida abertamente pela pessoa temperamental e sem controle
emotivo, é impulso mais inofensivo do que a carga enfeitiçante e destruidora,
que se forja lenta e calculadamente no
quimismo do laboratório
consciente mental. E
o povo então
considera inofensiva a praga que sai da "boca pra fora", mas arrepia-se
quando ela parte do coração!
PERGUNTA: - Como se explica isso?
RAMATÍS: - Há pragas e
maldições que são
frutos de uma
construção mental demorada,
cozidas a "fogo lento" e avivadas, dia a dia, sob a nutrição odiosa
de um amor-próprio orgulhoso e vingativo.
Elas se alimentam
no calculismo mental
frio e criminoso
de destruir o adversário.
"A vingança é
a delícia dos
deuses", disse certo
imbecil na Terra,
provavelmente acometido de alguma
crise mórbida, que o fez ignorar
o sofrimento atroz espiritual
e próprio dos vingativos, depois
de sua morte física!
Aliás, não,
é preciso ser
um mago para
concentrar a desgraça na
palavra que maldiz
o próximo; basta ser um homem perverso! Mas, enquanto as pragas forjadas
da "boca pra fora" são instintivas, como as avezitas que tombam
desamparadas dos ninhos ao iniciar o seu voo indeciso, a maldição consciente
é força tão
diabólica, que arrasa
a vítima indefesa
e massacra o seu próprio autor imprudente!
PERGUNTA: - Há fundamento de que a
praga de mãe é irreparável?
RAMATÍS: - A força destruidora da praga ou
maldição depende fundamentalmente do grau
de sua veemência
odiosa e do
vínculo fluídico que exista
entre a pessoa
que amaldiçoa e a que
é amaldiçoada. Obviamente, entre mãe e filho existe o mais profundo vínculo
psicofísico, pois a mãe gera-lhe o corpo carnal no ventre durante os nove meses
tradicionais, e ainda sofre todos os impactos
da natureza espiritual
boa ou má
do descendente, pela
fluência ou troca
de fluidos mentais e
emotivos entre ambos,
durante alguns anos e
acima dos laços
comuns consanguíneos.
Ademais,
segundo a Lei do Carma, os pais e filhos tanto podem ser inseparáveis amigos como
os piores inimigos
enlaçados pelo pretérito.
No primeiro caso,
eles estarão unidos
pelo amor, e, no
segundo, imantados pelo ódio!
Há filhos
cuja conduta mercenária
e exploração dos pais, leva-os
a cometimentos tão censuráveis, que
as pragas maternas
encontram um terreno
fértil para medrar
sem qualquer apelação. As mães não
costumam maldizer os filhos amorosos, bons' e laboriosos e os lembram em suas
preces e rogativas a Deus. E aquelas que, por qualquer contrariedade filial,
rogam pragas num desabafo ou desespero sobre os filhos gerados para a sua
própria redenção espiritual pregressa, são como as crianças imprudentes, que
lançam a esmo o brinquedo chamado bumerangue, e depois são atingidas no
retorno, com redobrada violência.
Alhures já
comentamos que a
ira, a cólera,
o despotismo e o ódio
produzem fluidos tão tóxicos
na vestimenta espiritual
do homem, que
ao verterem para
o "mata-borrão" vivo
do corpo físico produzem
moléstias incuráveis e
as aflições mais indesejáveis.
As explosões mentais
ou verbais contra o próximo, convertendo-se na carga tóxica gerada pela
mente sob o combustível do ódio,
raiva ou vingança, após
atingir o objetivo
colimado, encorpam-se com
os fluidos mórbidos da vítima e retomam centuplicadas em
sua natureza agressiva contra o próprio autor!
A maldição
de mãe é
a mais funesta
de todas as maldições,
porque
além de produzir
o fluido virulento, próprio
da criatura encolerizada, age com
extrema rapidez através
dos laços íntimos forjados
na própria gestação
materna. Os fluidos
destrutivos, mobilizados pela
praga de mãe, causam inevitável
desgraça porque ferem o próprio vaso carnal a que ela deu vida.
PERGUNTA: - Obviamente, a praga de
mãe é realmente irreparável?
RAMATÍS: - Isso depende da intensidade da
força do ódio da mãe que maldiz, como
também do
grau de culpa do filho!
PERGUNTA:- Há fundamento de que a
praga de madrinha também é difícil de se conjurar?
RAMATÍS: - Conforme a
tradição católica consagrada
pela cerimônia do
batismo, a madrinha é
a substituta da
própria mãe. O
ritual do batismo é uma cerimônia
respeitosa, que confirma severa
obrigação espiritual dos
padrinhos junto à pia
batismal, comprometidos de protegerem o afilhado na ausência dos pais
ou em circunstâncias infelizes. Ninguém
é obrigado a batizar qualquer criança,
mas, depois de fazê-lo, seja sob a égide católica, protestante, espírita ou umbandista,
terá de cumpri-lo, sob pena de sofrer imensas desventuras no mundo espiritual!
Embora saibamos
que as cerimônias
religiosas do mundo,
derivadas de dogmas
e "tabus" do passado,
jamais poderão modificar
a essência íntima
do espírito, elas
podem despertar forças ocultas e
ajustar os pensamentos
sob o mesmo
tema espiritual. Durante
o batismo processam-se fenômenos de "imantação"
pela convergência de fluidos que são mobilizados pelos pais, padrinhos e pelo
próprio afilhado, compondo-se
um amálgama ou
vínculo de grave
compromisso espiritual entre os
presentes até o
fim da existência
carnal.
A madrinha
e o padrinho
assumem espontaneamente, em espírito, a obrigação de cuidar do filho
virtual e adotivo, que lhes é oferecido através
da cerimônia do batismo. O
ritual apenas consagra
no mundo profano
aquilo que já foi
deliberado no mundo espiritual! (3)
3 - Nota de Ramatís: -
Despreocupa-nos cuidar se as crianças devem ou não devem ser batizadas, pois,
segundo a doutrina espírita, todas já nascem sob o batismo amoroso de Deus. Em
verdade, o homem salva-se pelas suas
obras, e não
por suas crenças. Mas
a cerimônia ainda
é um hábito
que se justifica pelos acontecimentos mais
importantes na vida
humana. Há cerimônias
na esfera científica,
durante a consagração de um sábio ou evento incomum; na esfera política, marcando o triunfo eleitoral ou a vitória diplomática. Na
colação de grau
de doutorandos, há discursos,
juramentos, flores, becas,
trajes novos,ritual de
entrega de diplomas,
evocações saudosistas dos
falecidos ou homenagem
aos veteranos. A cerimônia,
portanto, é uma
"confirmação" ou "memorização", no
mundo de formas,
até que o homem possa manifestar-se na sua autenticidade
espiritual.
Evidentemente, se
a madrinha assume
perante a Divindade
o compromisso espiritual
de substituir a mãe do ente que aceita por afilhado, ela também fica
vinculada a ele por laços ocultos avivados
durante o batismo.
Dali por diante,
tanto a sua bênção
como a maldição
transmitem-se rapidamente
sobre o afilhado
ou "filho adotivo", sob
a mesma vinculação
de mãe e
filho! Daí a veracidade
do senso popular,
quando diz que
"praga de
madrinha" é tão
forte como a
"praga de mãe"!
PERGUNTA: - Há preocupações ou sofrimentos
por parte dos pais desencarnados, que não batizaram os seus filhos, quando em
vida física?
RAMATÍS: - Os pais desencarnados não se
preocupam porque seus filhos não foram
batizados, pois
verificam, no Além,
que a salvação do
homem não depende
de crença ou cerimônia, porém, de suas obras! Mas eles
sofrem atrozmente, quando os seus descendentes ficam na penúria, entregues aos
vícios do álcool, jogo, entorpecentes ou descambam para o roubo, crime ou para
o suicídio. É lamentável o
sofrimento dos pais
aflitos, quando depois
de confiarem os filhos na cerimônia do batismo a padrinhos
de estabilidade financeira no mundo carnal, verificam que estes nada fazem para
minorar a desdita de seus afilhados.
Não importa
se o batismo é uma cerimônia católica, protestante, espírita ou umbandista; ou se o
consideram superstição, mito,
dogma ou crendice.
Ele pouco vale
na consagração à
luz do mundo físico, mas é um
compromisso severo e espiritual, alguém apadrinhar uma criança que lhe é oferecida
em nome de Deus!
O próprio
dicionário humano esclarece,
em linguagem categórica,
que padrinho é o "patrono",
o protetor e madrinha no feminino. É, portanto, uma segunda paternidade que o
homem assume sobre o filho do amigo, parente ou servidor, no ato espontâneo de
aceitar um filho adotivo.
Mas as
obrigações também são recíprocas entre
padrinhos e afilhados, motivo por que estes tanto merecem a bênção, como
podem fazer jus à maldição de madrinhas!
PERGUNTA: - E qual seria um exemplo
convincente da força da palavra em sentido construtivo?
RAMATÍS: - Há pouco, referimo-nos à palavra
amorosa, construtiva e catalisadora de forças e
emoções superiores, como é a expressão verbal "Deus-te-abençoe", vigoroso "mantram", que dinamiza na
criatura a esperança e o júbilo espiritual.
Assim como a praga ou a
maldição de mãe, a de madrinha é força tenebrosa e mais destrutiva do
que a proferida por estranhos, a bênção, no
mesmo caso, também
produz resultados mais
sublimes e benfeitores.
Com o magnetismo energético e
hipnótico das palavras,
podemos despertar energias
e promover transformações miraculosas. Jesus levantava
paralíticos com sua palavra criadora, desatando energias adormecidas e produzindo
verdadeiros milagres. Há
médicos inteligentes, que
obtêm curas extraordinárias de seus
pacientes, mobilizando palavras
criadoras e dinamizando
"formas-pensamentos"
vigorosas, que combatem e destroem as acumulações fluídicas enfermiças.
Cada letra, ou sílaba, além de sua ação
vibratória no campo mental,
astral e etérico
do homem, ainda
repercute em determinada região ou
zona do seu corpo físico,
onde produz as modificações mais
sensíveis. Aliás, diz a ciência
do mundo que o homem põe em movimento 72 músculos do corpo, cada vez que
pronuncia uma só sílaba.
PERGUNTA: - Seria possível dar-nos
alguns exemplos concretos da ,ação psíquica e física das palavras?
RAMATÍS: - Há palavras
antipáticas e equívocas,
com demasiada aglutinação
de consoantes, que produzem
sensações desagradáveis na mente
humana e influem
na temperatura, pressão e
circulação humana. Cada uma das letras do alfabeto repercute pelo corpo do
homem em zonas distintas, conforme pode ser comprovado pela auscultação mental,
durante a sua pronúncia.
Malgrado julgar-se
mito ou superstição,
os magos conseguiam
aumentar a produção
de sucos gástricos, fermentos
pancreáticos e bílis,
inclusive acelerar os batimentos cardíacos,
elevar a pressão, a
temperatura e relaxar
os nervos, pronunciando
determinadas palavras. Graças
às inteligentes combinações de sílabas
e palavras atuando
na contextura fisiológica
do ser, desapareciam eczemas,
impingens, verrugas ou excrescências da pele.
É bastante o
homem concentrar sua atenção, quando pensa ou, fala, para verificar a atuação de cada
letra num ponto
dado do corpo
físico. O I, por
exemplo, quando a
pessoa pensa nele, repercute no alto da cabeça, porque é o
símbolo da união psíquica com o "chacra coronário"; o Ksoa
mentalmente no centro da garganta, repercutindo na região do
"chacra laríngeo"; o H tende a
ressoar no ventre, na região do plexo abdominal, onde se situa o "chacra
gástrico" ou "umbilical", repercutindo exatamente
à altura do
grande nervo simpático,
onde se apoia
o corpo astral
das emoções. O A repercute mentalmente na base dos pulmões; o N nas
fossas nasais; o L na ponta da língua e o X na ponta do umbigo. O T atua na
fronte, principalmente nos lobos frontais do "chacra frontal". A
sua haste horizontal
e a vertical
deixam a sensação
de saírem pelo
topo da cabeça através do "chacra coronário".
É o elo da união divina; é a letra simbólica da cruz humana. Basta o homem abrir
os braços e pensar nela,
com atenção e calma,
para verificar o
eflúvio da corrente fluídica, que sai pela ponta dos
dedos das mãos e da cabeça aos pés, num processo de "fio-terra". A letra O
ressoa na base da espinha,
no campo etérico do
"chacra kundalíneo", controlador
do processo genético.
PERGUNTA: - Mas
não existem idiomas
que até possuem
caracteres completamente diferentes dessas letras tradicionais, como é o
chinês e o árabe?
RAMATÍS: - Sem dúvida, há certas diferenças
de letras na conformidade dos diversos idiomas falados no mundo; porém, cada
raça é de uma contextura etéreo-física à parte, possuindo características e
idiossincrasias distintas das
demais. Assim, as
variações ou tipos
de letras que podem
produzir mentalizações e
repercussões diferentes do
que estamos explicando
coincidem, também, com o tipo psicológico e espiritual da mesma raça.
Por isso, o idioma mais perfeito como um meio de relação entre a humanidade, no
futuro, ainda é o Esperanto. (4)
Apesar de sua expressão predominantemente
fonética, as repercussões de letras, sílabas e palavras da pronúncia
esperantista incidem sobre os principais centros de ligações entre o corpo
físico e o perispírito. Assim, durante o
próprio falar esperantista,
processam-se, também, louváveis
operações de reajustes
e a melhor sintonia nas relações do espírito com
a matéria.
4
- Vide a
obra A Sobrevivência
do Espírito, Ramatís
e Atanagildo, Editora do
Conhecimento, capítulo
"Uma Academia de
Esperanto e Sua
Modelar Organização", subtítulo,
"Departamento de Fonação".
Os estudiosos
podem verificar, pela
atenciosa auscultação mental,
que as combinações
de sílabas repercutem em certos pontos do organismo, qual seja nas glândulas
endócrinas, nos plexos nervosos,
nas zonas cerebrais,
nas mãos, nos
pés, nas pontas
dos dedos e
demais órgãos. Em consequência, é
fácil de comprovar-se
o efeito produzido
pelas palavras boas
ou más, que
atuam no perispírito humano modificando-lhe a estabilidade,
alterando-lhe a circulação "mental astralina" e o
seu comportamento energético
com o duplo-etérico. Daí,
existirem palavras "trágicas", "tenebrosas" ou
"fatídicas", que funcionam
supercarregadas de maldade
e ódio, como
terríveis dardos do feitiço verbal projetados veementemente sobre
determinada vítima. Da mesma forma, há os
"mantras", palavras abençoadas,
"chaves-mágicas" do
passado, que ajudam
a desenvolver corretamente os
chacras etéricos, pela sua sonora combinação mental, astral, etérica e física.
PERGUNTA: -Que são
"mantras"?
RAMATÍS: - "Mantras", como
peças idiomáticas consagradas
pelo uso superior,
são letras e sílabas de articulação harmoniosa. Quando pronunciadas num
ritmo ou sonoridade peculiar e sob forte
concentração mental, elas despertam
no organismo físico do
homem um energismo incomum, que
lhe proporciona certo
desprendimento ou euforia
espiritual. Há pouco,
explicamos os efeitos produzidos no corpo físico pelo simples pensar em
algumas letras do alfabeto ocidental.
As palavras
mantrânicas, no entanto,
possuem maior poder de
ação no campo
etéreo-astral do homem, pois
aceleram, harmonizam e
ampliam as funções
dos "chacras" do
duplo etérico. Elas auxiliam
a melhor sintonização
do pensamento sobre o
sistema neurocerebral e
as demais manifestações da
vida física. Como
a palavra se reveste de
forças mentais, que
depois atuam em todos os planos da vida oculta e física,
para dar curso às vibrações
sonoras no campo da matéria, ela, então, produz transformações
equivalentes à sua natureza elevada.
A palavra
escrita ou falada expressa a linguagem do homem, da tribo, do povo, da nação ou
da raça. Em consequência,
ela também define
o temperamento, o
idealismo, o otimismo,
o pessimismo, o senso
artístico, a conduta
moral, a malícia,
a seriedade, a
cultura, a alegria,
e, portanto, o progresso espiritual. Os povos civilizados e otimistas,
cuja cultura filosófica é de ordem superior, quando falam ou escrevem usam
vocábulos leves, fluentes, agradáveis, claros, sonoros e reveladores exatos
das ideias superiores.
Em certas localidades
italianas, a linguagem
do povo é tão sonora como a música que ali predomina
sobre todos os motivos de vida. O francês parisiense, inato, fala num tom de
cortesia, no qual transparece um ar travesso, malicioso e inteligente. Porém a linguagem
de muitos povos
asiáticos é engrolada, gritante e desagradável, afim
à sua idiossincrasia, belicosidade
ou especulação inescrupulosa. Os
negros africanos e
os selvagens falam para
"dentro", como diz o vulgo;
são palavras obscuras,
verdadeiros rumores verbais,
que exigem uma multiplicidade de
gestos para serem
entendidos, cujo desperdício
de sons não identifica ideias nítidas, lembrando
alguém que despeje um tonel de água somente para encher um copo!
Por isso,
as palavras mágicas
ou "mantras" revelam,
também, na sua
enunciação disciplinada e no
seu ritmo ascendente,
o caráter, a força,
a sublimidade, a
religiosidade ou a ternura
espiritual de um povo.
Os tipos de
"mantras",
escolhidos para as
práticas religiosas e esotéricas, também são expressões verbais
de ideias revesti das de elevado teor espiritual.
PERGUNTA: -Diríamos
que os "mantras" são
palavras construídas propositadamente,
para despertar efeitos ocultos nos seres?
RAMATÍS: - Não se constroem "mantras"
sob a frialdade científica nem por caprichos esotéricos de simples ajustes de
vocábulos, pois não despertariam efeitos espirituais superiores na alma humana.
Em verdade, são as próprias palavras, que se consagram em "mantras"
pelo seu uso elevado, transformando-se em
verdadeiras "chaves verbais"
de ação espiritual
incomum sobre os diversos
veículos ocultos e
físicos de que
se compõe o
homem. Elas congregam
as energias e as próprias
ideias ocultas dos seus cultores, associando as forças psíquicas benfeitoras,
que depois se convertem em vigorosos despertadores espirituais.
Ademais, há
nas palavras sublimes
certa musicalidade terna
e vigorosa, doce
ou agreste, que acionada
progressivamente pode alcançar
a intimidade atômica
da matéria e
alterar-lhe a coesão íntima,
causando modificações inesperadas. Existe muito fundamento científico na
tessiturade certas lendas do passado,
quando determinadas palavras, pronunciadas sob forte concentração, podiam
agir na matéria, como a frase
mágica do "Abre-te-Sésamo", na história pitoresca de "Ali-Babá e
os Quarenta Ladrões". A
cultura, a ciência, o
ideal e a religiosidade
e o grau
de espiritualidade de um povo, também
cria-lhe um timbre
ou cunho esotérico
firmado no mundo oculto pela sua "Egrégora
Mental". (5)
5
- Egrégora é
uma forma astral
gerada e alimentada,
mental e sentimentalmente, por
uma coletividade, pela persistência de motivos, costumes, devoções ou
ideais num mesmo ponto ou objetivo. O pensamento, a vontade, o desejo são
forças tão reais, talvez ainda mais poderosas do que a dinamite e a eletricidade. Sob
tal influência, a
matéria astral plástica faz-se
compacta e toma
forma, sob o
alimento incessante das mesmas
vibrações, pensamentos etc. Então produz-se
um ser ou
manifestação, que adquire vida,
animado de uma
força boa ou
má, conforme os
pensamentos emitidos, influindo vigorosamente em todos os que
passam a subordinar-se à sua influência.
Os
"mantras", de um povo para outro, embora sejam sempre formados de
palavras sublimes consagradas pelo tempo,
também se revelam de matizes diferentes. O ambiente esotérico de
cada povo também influi na intimidade de sua linguagem, em suas palavras
escritas e orais, enfim, em seus "mantras".
Quanto mais
pronunciamos determinada palavra
e pensamos nela,
ou na sua
expressão fundamental, tanto mais energética, mais coesa e nítida é a
sua representação idiomática e vibração psicofísica. Palavras
como amor, paz,
perdão, mansuetude, ternura,
esperança, bondade, embora sejam
vocábulos comuns e de uso
no mundo profano,
já possuem sentido
para servirem como verdadeiros "mantras" em
cursos esotéricos, lojas
maçônicas, igrejas e
templos religiosos, desde que sejam pronunciadas dentro do ritmo
sonoro e da disciplina que lhes é própria. São de vibração sublime e
acumulam forças criadoras,
pela expressão moral da ideia superior
que as mesmas traduzem.
A Igreja
Católica possui os
seus "mantras", os quais, quando
recitados religiosamente e dinamizados
pela música sacra,
acomodam a alma,
reajustam energias espirituais,
dispersam emoções
desagradáveis e associam
sentimentos sublimes nos
crentes, incorporando-se aos pensamentos semelhantes e ensejando
purificações emotivas e mentais.
PERGUNTA: - Para
a nossa melhor
compreensão espiritual, poderíeis
dar-nos alguns exemplos dessa influência emotiva e mental do
"mantra"?
RAMATÍS: - Ante a
palavra "guerra", por
exemplo, que poderíamos
considerar um "mantra" negativo
e fatídico, o
homem desata na mente uma
série de imagens
e lembranças mórbidas, como
soldados esfrangalhados, desgraça,
sangue, morte, hospitais
e bombas, O tema
"guerra" ainda associa
outras evocações amargas
ou quadros temerosos de
carestia da vida, convocação de filhos ou netos, falta de
gêneros alimentícios, epidemias, desempregos, cidades em ruínas! Obviamente,
uma simples palavra
pode desencadear no
psiquismo humano quadros mórbidos de
toda espécie. Aliás,
conforme assegura a medicina
moderna, essa disposição
mental também produz na
criatura as mais
variadas modificações na
corrente sangüínea ,
endocrínica, linfática e nervosa.
Movem-se os músculos,
refletindo no rosto
a tristeza, a
angústia e o
medo; mobilizam-se os hormônios, líquidos,
sucos e ingredientes
químicos para atender
às zonas corporais, cujo
metabolismo orgânico perturba-se pelo desagradável estado de espírito.
Ainda há
pouco tempo a humanidade terrena comprovou o efeito terrificante dos
"mantras" negativos e malévolos, quando o Nazismo divulgou pela
Alemanha fórmulas, distintivos, insígnias e
símbolos, que, tanto pela imagem
como verbalmente, visavam
despertar as emoções
belicosas dos alemães. A cruz suástica funcionou como um poderoso
dinamizador sob a tonalidade primária, excitante e física da cor vermelha; os
uniformes negros dos "SS" evocavam no subconsciente das criaturas as
próprias forças trevosas,
que alimentam e
compõem a "egrégora" infernal
do mundo diabólico! Tudo isso
acicatou o temperamento belicoso e destrutivo do povo alemão, despertando mágoas, ressentimentos, prejuízos
e humilhações sofridas
na vida humana
e ansiosos de
desforra contra as demais nações. Os povos vencidos pagaram duramente
o transbordamento mórbido dos nazistas, onde
os crimes bárbaros
e bestiais figuraram
à conta de saneamento louvável,
como no caso dos judeus! Adolf Hitler, mediunizado pelos mentores das Sombras,
usou e abusou da força da palavra
no evento nazista,
praticando o "feitiço
verbal" mais chocante
e pernicioso na
história do mundo. Mas, em sentido oposto e positivo, a palavra
"paz" é maravilhoso "mantra" que produz um estado de
espírito eufórico, agradável,
sedativo e jubiloso, principalmente entre
as mães, porque alimenta ideias
e imagens
confortantes, esperançosas e
otimistas, associando a
segurança, tranquilidade e alegria
de viver! É
palavra amiga e
inofensiva, que recebe
o alento e
a energia criadora dos pacifistas,
instrutores espirituais, discípulos do bem e amigos do Cristo!
Assim como
a palavra de
maldição semeia amarguras e
perturba a pessoa
visada, o vocábulo "guerra" é
de ação enfeitiçante
sobre uma coletividade, despertando
medo, aflições e depressão psíquica. E a bênção, quando
dinamiza energias salutares e consoladoras num indivíduo, também equivale
à palavra mantrânica
"Paz", que dissipa
no espírito as
apreensões futuras, os temores mórbidos e reergue o ânimo para a
construtividade futura!
PERGUNTA: - Qual é o
"mantra" de maior importância já consagrado pelo tempo, no seio de
nossa humanidade?
RAMATÍS: - Há "mantras" universais,
cujos sons e
vibrações identificam a mesma ideia mater em
toda a face
do orbe. É
o caso do vocábulo "AUM", que
se pronuncia mais propriamente "OM", pois é um
"mantra" poderoso em qualquer latitude geográfica. No seu ritmo iniciático, é
a representação universal
da própria idéia de
Deus, a Unidade,
o Absoluto! Na sua
expressão idiomática elevada do mundo, ele tem por função associar, tanto
quanto possível, na sua repercussão vibratória, o "máximo" sensível
do espírito do homem da essência eterna e infinita de Deus! Os monges brancos
do Himalaia, criaturas condicionadas a uma vivência sublime, frugais e vegetarianos, cuja
glândula pineal funciona
ativamente na comunicação
sadia com o
mundo espiritual, quando recitam
o "mantra" "AUM" alcançam
tal "clímax" vibratório,
que se sentem imersos no plano edênico!
Enquanto, na
Ásia, a palavra Buda é um poderoso "mantra" de evocação esotérica e o
nome de Crishna significa
o mesmo na
Índia, o vocábulo
Cristo representa a
mais alta expressão mantrânica para
o homem ocidental
despertar no seu espírito
as virtudes do
amor, da renúncia, bondade e
pureza. Os iniciados
que sabem dar curso à
vibração sonora sideral
do vocábulo "Cristo" também
mergulham num estado
de expectativa cósmica, tomados
de júbilo, esperança
e imunes às vicissitudes
e crueldades do
mundo. Os cristãos
deixavam trucidar-se nos
circos romanos, entoando o
cântico "Ave Cristo"; muitos
deles desencarnavam
completamente anestesiados e em êxtase, apenas
sob o efeito
sonoro vibratório ou mantrânico dessa
palavra sublime!
A palavra
"Agnus Dei" nada tem de excepcional quando pronunciada comumente
entre os homens profanos; mas
é um "mantra" de
imponente beleza e
misteriosa magia sobre
os fiéis, quando o sacerdote a
recita sob o coro de vozes acompanhantes e a consagra na elevação do cálice sagrado. A
Igreja seria um
dos maiores viveiros
de milagres, caso os
seus crentes soubessem aproveitar as energias criadoras
que despertam pela sonoridade dinamizadora de certos "mantras", evocados
durante as cerimônias religiosas católicas. A convergência de sentimentos e
pensamentos elevados de todos
os presentes compõe
a "egrégora" sublime alimentada
pelos "mantras" de energias
poderosas. Sem dúvida,
ao término de
cada missa os estropiados
abandonariam suas muletas e os
enfermos dariam gritos de júbilo ante as curas miraculosas no seio da própria
nave!
PERGUNTA: -Qual é a diferença da
mesma palavra de sentido comum no mundo profano, mas consagrada como um
"mantra" nos, ambientes religiosos, esotéricos e iniciáticos?
RAMATÍS: - Há homens
que passam indiferentes
diante de um
majestoso roseiral esmagando as
pétalas espalhadas no solo; o artista, no entanto, comove-se, enlevado diante
da mais singela rosa! Há
homens que falam
no Cristo com
a mesma displicência
com que mencionam
a marca do cigarro
preferido. Mas, também,
existem os que
se alheiam do
próprio mundo quando pretendem evocar a imagem do mais
generoso amigo do homem!
Aliás, o
vocábulo profano define uma ideia oposta ou estranha ao que é sagrado,
venerável, inviolável, puro e santo, vinculado a ritos mágicos, cultos religiosos
ou cerimônias iniciáticas.
Em consequência,
a mesma palavra que só identifica uma ideia ou ideias, no mundo profano, pode despertar encanto
ou euforia, quando
pronunciada mantranicamente no
mundo sagrado ou de intimidade
espiritual do ser! O que dá
força à palavra
transformada em "mantra", além
de sua significação
superior ou consagração sublime,
é a vontade, a ternura, a vibração pessoal e o amor de quem a recita em fusão com a
vibração individual do
próprio Espírito Cósmico!
O recitativo mantrânico, disciplinado pelas leis de magia do mundo
oculto, transborda de poder e força no campo mental, astral e etérico do homem.
É poderoso vocábulo ou detonador psíquico, que liberta as energias do espírito
imortal e o conduz
ao arrebatamento, à
suspensão dos sentidos
comuns, pela fugaz
contemplação do mundo divino.
PERGUNTA:- Se
o "mantra" é o vocábulo
que arrebata nossa
alma pela sua sublimidade sonora e idiomática,
porventura o seu oposto não seria uma palavra de profanação?
RAMATÍS: - O "mantra" pode
ser uma palavra,
um verso, um
aforismo ou uma fórmula,
variando o seu
culto conforme as
diversas fraternidades
iniciáticas, doutrinas espiritualistas e
credos religiosos. Ele
deve resultar de
uma consagração idiomática
vivida num campo benfeitor
ou imantado de
sentimentos amorosos, que irradiam ou convocam energias sublimes quando enunciado sob
determinado ritmo e evocação sonora! Há criaturas que mobilizam as palavras
mais comuns, dando-lhes
um efeito mantrânico,
porque são rogativas
que beneficiam os demais
companheiros, enquanto outras,
vingativas e inconformadas, operam
num sentido oposto produzindo
o enfeitiçamento verbal
na convocação de
forças mesquinhas, enfermiças
e destrutivas!
PERGUNTA: -
Sentimos dificuldade em
crer que um
conjunto de letras agregadas numa palavra
consagrada por "mantra" provoque
o arrebatamento contemplativo
da própria alma, ou o seu oposto
possa congregar forças demolidoras contra o homem!
RAMATÍS:- A própria Natureza possui a sua
linguagem específica e expressa-se em sons
diversos, através de
motivos e funções
dos seus reinos,
onde cada coisa,
mineral, vegetal, animal ou
humana, representa uma
letra viva compondo
divinas palavras! Que
é a vida,
senão o
Verbo de
Deus? A linguagem humana deriva-se de uma só base ou expressão linguística
primitiva, pois todos os idiomas trazem sinais indeléveis de que provieram de
um só tronco original. As letras não são produtos de caprichos extemporâneos ou
invenções a esmo; elas nasceram como símbolos necessários para
representar os estados
da alma através
do físico, e
por esse motivo
estão fortemente impregnadas do próprio espírito e das ideias que as
originaram.
Por isso,
elas podem ser agrupadas e ajudar na sua vibração sonora o dinamismo liberador dos
chacras do duplo etérico, produzindo elevadas emoções nas criaturas de bons
sentimentos e a serviço da Verdade
Espiritual. No entanto,
reunidas e exploradas
na sua vibração
idiomática, também podem tornar-se agressivas, operando desfavoravelmente
no processo detestável do feitiço verbal!
Referência:
RAMATIS
(Espírito). Enfeitiçamento verbal. In: ______. Magia de redenção. [Psicografado por] Hercílio Maes. 6. ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1996. cap. 2, p.45-62.
Imagem:
Marco A. C. Neves