domingo, 30 de outubro de 2016

Enfeitiçamento Verbal

Enfeitiçamento Verbal




PERGUNTA: - Que significa enfeitiçamento verbal? 

RAMATÍS: - O enfeitiçamento ou a bruxaria, na realidade, pode efetivar-se pela força do pensamento, das  palavras  e  através  de  objetos  imantados,  que  produzem  danos  a  outras criaturas. O enfeitiçamento verbal resulta de palavras de crítica antifraterna, maledicência, calúnia, traição  à  amizade,  intriga,  pragas  e  maldições.  A  carta  anônima  e  até  mesmo  a  reticência  de alguém, quando, ao falar, dá azo a desconfiança ou dúvida sobre a conduta alheia, isso é um ato de enfeitiçamento.  O  seu  autor  é  responsável  perante  a Lei  do  Carma  e  fica  sujeito  ao  "choque  de retorno" de sua bruxaria verbal, segundo a extensão do prejuízo que venha a resultar, das palavras ou gestos reticenciosos desfavoráveis ao próximo.
A  palavra  tem  força,  pois  é  o  veículo  de  permuta  do  pensamento  dos  homens,  os  quais ainda  não  se  entendem  pela  telepatia  pura,  conforme acontece  noutros  planetas  adiantados. (1)
Consoante a significação, a intensidade e o motivo da palavra, ela também se reveste de igual cota de matéria  sutilíssima  do  éter-físico,  sobre  aquilo  que  ela  define.  Quando  a  criatura  fala  mal  de alguém,  essa  vibração  mental  atrai  e  ativa  igual  cota  dessa  energia  das  demais  pessoas  que  a escutam,   aumentando   o   seu   feitiço   verbal   com   nova   carga   malévola.   Assim,  cresce   a responsabilidade  do  maledicente  pelo  caráter  ofensivo  de  suas  palavras,  à  medida  que  elas  vão sendo divulgadas  e  apreciadas por outras  mentes,  atingindo  então a vítima com um  impacto  mais vigoroso do que o de sua força original. O malefício verbal segue o seu curso, pessoa por pessoa, assim como a bola de neve se encorpa lançada costa abaixo! 

1  -  Vide  o  capítulo  "Idioma,  Cultura  e  Tradições", da  obra A  Vida  no  Planeta  Marte  e  os  Discos Voadores, Ramatís, Editora do Conhecimento. 

A  mobilização  de forças através do verbo é predominantemente criadora, (2) é uma ação de feitiçaria  de  consideráveis  prejuízos  futuros  para o  seu  próprio  autor,  pois  as  palavras  despertam ideias e estas, pelo seu reflexo moral de "falar mal" de outrem, produzem a convergência de forças repulsivas,  as  quais  se  acasalam  à  natureza  do  pensamento  e  do  sentimento,  tanto  de  quem  fala como  de  quem  ouve.  Sem  dúvida,  esta  espécie  de  bruxaria  através  de  palavras,  também  varia conforme a culpa e a responsabilidade da criatura. 

2 - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", como elucida João Evangelista sobre o ato de "pensar" e "materializar" divino. Vide o capítulo "Ante o Serviço", da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, edição da FEB, página 39, em que a praga paterna deu origem à paralisia do braço do filho desnaturado.

PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos melhor esse assunto?
RAMATÍS: -Evidentemente,  a  pessoa  que  fala  mal de outrem só por leviandade, há de ser menos culpada espiritualmente do que quem o faz por maledicência, inveja, sarcasmo, ódio ou  vingança.  No  primeiro  caso,  as  palavras  não  possuem  a  força  molesta  própria  de  uma deliberação malévola consciente. A criatura leviana é menos responsável do que a maldosa; porém, aquela que se concentra na ação deliberada de prejudicar alguém pelo pensamento, pela palavra ou pela  bruxaria  através  de  objetos  preparados,  movimentando  forças  tenebrosas  contra  o  próximo, elabora ou cria o seu próprio infortúnio. 

PERGUNTA:-    fundamento  de  que  as  pragas  e  maldições  também,  causam desgraças? 
 
RAMATÍS: - O homem é um espírito ou núcleo espiritual, que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes aos diversos planos de vida. O corpo físico é a vestimenta transitória de  menos  importância  no  conjunto  do  homem,  pois  a  energia  que  ali  se  condensa  na  forma  de matéria,  força,  incessantemente,  a  fuga  e  libertação  para  retomar  ao  seu  plano  original.  Essa energia,  aprisionada  em  todas  as  formas  do  mundo,  produz  na  sua  exsudação  permanente  as diversas  auras,  que  se  compõem  das  radiações  dos  objetos  e  seres.  É  a  polarização  resultante  do impulso centrífugo da energia condensada, tentando readquirir a sua vivência normal ou estado de absoluta liberdade.
Quando o espírito pensa, ele agita todos os campos de forças que baixaram vibratoriamente até  atingirem  o  seu  perispírito  e  o  corpo  físico;  assim  projeta  em  todas  as  direções  energias benfeitoras  ou  malévolas,  criadoras  ou  destrutivas,  segundo  a  natureza  dos  seus  pensamentos  e sentimentos.  A  palavra,  portanto,  é  a  manifestação sonora,  para  o  mundo  exterior,  do  sentimento ou  pensamento  gerado  no  plano  oculto  do  ser.  Deste modo,  além  dela  constituir  força  duradoura, ainda incorpora no seu trajeto as demais energias benéficas ou maléficas que, no seu curso, ativa e desperta nas criaturas interessadas no  mesmo  assunto.  Aliás, é tão sutil e  influente a palavra, que certas pessoas, devido a um sentido oculto, chegam a pressentir quando alguém fala mal delas, e as deixa alertas contra algum perigo iminente.
Ademais,   as   palavras   ainda   conduzem   algo   do   cunho particular   ou   psicológico   da característica  individual  do  seu  autor,  quando  são forjadas  por  sentimentos  censuráveis  contra outrem. 

PERGUNTA: - Gostaríamos de uma explicação mais clara. 

RAMATÍS:  -    diferença  de  "tensão"  ou  "impacto"  no  feitiço verbal,  ou  na  praga, quando  é  pronunciado  por  um  homem  egoísta,  avarento,  invejoso,  luxurioso  ou  pusilânime,  pois embora  sempre  seja  crueldade  causar  qualquer  dano  ao  próximo,  a  palavra  conduz  na  sua  base  o fluido   gerado   pelo   pecado   fundamental   de   cada   ser!
Servindo-nos   de   um   exemplo,   algo rudimentar,  diríamos  que  a  maldição  do  avarento  é  mais  avara  na  sua  contextura  vocabular daninha,  do  que  a  mesma  praga  pronunciada  por  um  homem  pródigo.  As  pragas  proferidas  pelas pessoas "otimistas" são bem mais inofensivas do que as maldições das "pessimistas"; as primeiras não conseguem  eliminar da base de suas palavras ofensivas o sentido peculiar de verem as coisas de  um  modo  saudável.  As  segundas,  no  entanto,  através  da  emissão  verbal,  vertem  toda  a  sua mágoa do mundo e dos demais seres, pois transbordam um rio de vingança pela ofensa de algumas "gotas de água".
Também  existe  profunda  diferença  entre  o  ato  de  maldizer  e  abençoar,  que  se  revela  na própria  expressão  psicofísica  da  figura  humana,  porque  também  difere  o  tipo  e  a  qualidade  de energias  que  são  utilizadas  para  manifestar  cada  uma  dessas  atitudes.  Quando  abençoamos, mobilizamos energias dosadas desde o reino espiritual, mental, astral, etérico e físico, na forma de um  combustível  superior,  para  expressar  a  ideia,  o sentimento  e  a  emoção  sublimes  do  nosso espírito  naquele  momento.  Durante  o  ato  de  abençoar,  o  homem  revela  na  sua  configuração humana  a  magnitude,  altiloquência,  mansuetude  e  o  recolhimento  do  espírito  preocupado  em invocar forças superiores e benfeitoras em favor de alguém. O brilho dos olhos, o gesto das mãos, a expressão do rosto e a quietude do corpo formam um conjunto de aspecto atraente, a combinar-se mansamente  com  o  fluido  amoroso  que  sempre  acompanha  a  palavra  benfeitora.    indizível encanto e respeito no gesto da mãe que abençoa o filho, quando ela mobiliza a sua força materna e invoca a condição divina de médium da vida, a fim de rogar ao Criador a proteção amorosa para o seu  prolongamento  vivo,  no  mundo.  O  pior  bandido  comove-se  diante  da  sinceridade  e  do sentimento puro de alguém que o abençoa, e não rejeita essa oferenda espiritual, que não humilha nem ofende!
A bênção é uma invocação divina outorgada aos  homens para ajudar outros homens, pois, em  vez  de  pedido  ou  rogativa  egotista  a  favor  de  quem  abençoa,  é  uma  súplica  a  Deus  para beneficiar  o  próximo.  A  bênção  é  a  homenagem  fraternal,  que  adoça  a  alma  de  quem  a  recebe  e beneficia a quem a dá! 

PERGUNTA:   -   Então      fundamento   na   praga   ou   maldição,   que   é um acontecimento oposto à bênção, e até algo frequente entre as criaturas mais primitivas? 

RAMATÍS:-  Há pouco explicamos que  a criatura, quando  abençoa, expressa-se num gesto  sereno,  simpático,  agradável  e  cativante,  como  reflexo  exterior  do  sentimento  magnânimo que  lhe  vai  na  alma!  Mas  tudo  se  modifica  quando  ela  maldiz,  porque  então  mobiliza  energias inferiores e agressivas, que revelam o seu estado espiritual de ira, turbulência e desatino espiritual, numa aparência repulsiva e atrabiliária.
O praguejador. crispa as mãos e os olhos fuzilam despedindo faíscas de ódio; dilatam-se as narinas  sob  o  arfar  violento  do  amor-próprio  ferido,  ou  entorce-se  o  canto  dos  lábios  sobre  os dentes  cerrados!  A  fisionomia  fica  congesta  e  retesada,  delineando  o  "facies"  animal  na  sua  fúria destruidora.    Sem    dúvida,        pessoas    que    também    maldizem    ou    rogam    pragas    tão despercebidamente,  como  a  usina  elétrica  projeta  a sua  força  mortífera  e  silenciosa  através  dos diversos transformadores que a conduzem até o objetivo final. Mas a carga pensada e concentrada sob  uma  vontade  diabólica  e  fria,  assim  como  o  veneno,  disfarça-se  e  mata  no  copo  de  água cristalina, é o feitiço silencioso e de força penetrante como a rosca sem fim! Consoante as leis de afinidade energética, esse feitiço mental e verbal, além do seu impulso original, alimenta-se, dia a dia, sob o pensamento perverso da pessoa extremamente vingativa. .
No entanto, a praga ou a maldição proferida abertamente pela pessoa temperamental e sem controle emotivo, é impulso mais inofensivo do que a carga enfeitiçante e destruidora, que se forja lenta  e  calculadamente  no  quimismo  do  laboratório  consciente  mental.  E  o  povo  então  considera inofensiva a praga que sai da "boca pra fora", mas arrepia-se quando ela parte do coração!

PERGUNTA: - Como se explica isso? 

RAMATÍS:  - Há  pragas  e  maldições  que  são  frutos  de  uma  construção  mental demorada, cozidas a "fogo lento" e avivadas, dia a dia, sob a nutrição odiosa de um amor-próprio orgulhoso  e  vingativo.  Elas  se  alimentam  no  calculismo  mental  frio  e  criminoso  de  destruir  o adversário.  "A  vingança  é  a  delícia  dos  deuses",  disse  certo  imbecil  na  Terra,  provavelmente acometido de alguma  crise mórbida, que o  fez ignorar o sofrimento  atroz  espiritual  e  próprio dos vingativos, depois de sua morte física!
Aliás,  não,  é  preciso  ser  um  mago  para  concentrar a  desgraça  na  palavra  que  maldiz  o próximo; basta ser um homem perverso! Mas, enquanto as pragas forjadas da "boca pra fora" são instintivas, como as avezitas que tombam desamparadas dos ninhos ao iniciar o seu voo indeciso, a maldição  consciente  é  força  tão  diabólica,  que  arrasa  a  vítima  indefesa  e  massacra  o  seu  próprio autor imprudente! 

PERGUNTA: - Há fundamento de que a praga de mãe é irreparável? 

RAMATÍS: - A força destruidora da praga ou maldição depende fundamentalmente do grau  de  sua  veemência  odiosa  e  do  vínculo  fluídico que  exista  entre  a  pessoa  que  amaldiçoa  e  a que é amaldiçoada. Obviamente, entre mãe e filho existe o mais profundo vínculo psicofísico, pois a mãe gera-lhe o corpo carnal no ventre durante os nove meses tradicionais, e ainda sofre todos os impactos  da  natureza  espiritual  boa  ou    do  descendente,  pela  fluência  ou  troca  de  fluidos mentais  e  emotivos  entre  ambos,  durante  alguns  anos e  acima  dos  laços  comuns  consanguíneos.
Ademais, segundo a Lei do Carma, os pais e filhos tanto podem ser inseparáveis amigos como os piores  inimigos  enlaçados  pelo  pretérito.  No  primeiro  caso,  eles  estarão  unidos  pelo  amor,  e,  no segundo, imantados pelo ódio!
  filhos  cuja  conduta  mercenária  e  exploração  dos pais,  leva-os  a  cometimentos  tão censuráveis,  que  as  pragas  maternas  encontram  um  terreno  fértil  para  medrar  sem  qualquer apelação. As mães não costumam maldizer os filhos amorosos, bons' e laboriosos e os lembram em suas preces e rogativas a Deus. E aquelas que, por qualquer contrariedade filial, rogam pragas num desabafo ou desespero sobre os filhos gerados para a sua própria redenção espiritual pregressa, são como as crianças imprudentes, que lançam a esmo o brinquedo chamado bumerangue, e depois são atingidas no retorno, com redobrada violência.
Alhures    comentamos  que  a  ira,  a  cólera,  o  despotismo  e  o  ódio  produzem  fluidos  tão tóxicos  na  vestimenta  espiritual  do  homem,  que  ao  verterem  para  o  "mata-borrão"  vivo  do  corpo físico  produzem  moléstias  incuráveis  e  as  aflições mais  indesejáveis.  As  explosões  mentais  ou verbais contra o próximo, convertendo-se na carga tóxica gerada pela mente sob o combustível do ódio,  raiva  ou  vingança,  após  atingir  o  objetivo  colimado,  encorpam-se  com  os  fluidos  mórbidos da vítima e retomam centuplicadas em sua natureza agressiva contra o próprio autor!
A  maldição  de  mãe  é  a  mais  funesta  de  todas  as  maldições,  porque  além  de  produzir  o fluido  virulento,  próprio  da  criatura  encolerizada, age  com  extrema  rapidez  através  dos  laços íntimos  forjados  na  própria  gestação  materna.  Os  fluidos  destrutivos,  mobilizados  pela  praga  de mãe, causam inevitável desgraça porque ferem o próprio vaso carnal a que ela deu vida. 

PERGUNTA: - Obviamente, a praga de mãe é realmente irreparável?

RAMATÍS: - Isso depende da intensidade da força do ódio da mãe que maldiz, como
também do grau de culpa do filho! 

PERGUNTA:- Há fundamento de que a praga de madrinha também é difícil de se conjurar? 

RAMATÍS:  -  Conforme  a  tradição  católica  consagrada  pela  cerimônia  do  batismo,  a madrinha  é  a  substituta  da  própria  mãe.  O  ritual  do batismo  é  uma  cerimônia  respeitosa,  que confirma  severa  obrigação  espiritual  dos  padrinhos junto  à  pia  batismal,  comprometidos  de protegerem o afilhado na ausência dos pais ou em circunstâncias infelizes. Ninguém  é obrigado a batizar qualquer criança,  mas, depois de  fazê-lo,  seja sob a égide  católica, protestante, espírita ou umbandista, terá de cumpri-lo, sob pena de sofrer imensas desventuras no mundo espiritual!
Embora  saibamos  que  as  cerimônias  religiosas  do  mundo,  derivadas  de  dogmas  e  "tabus" do  passado,  jamais  poderão  modificar  a  essência  íntima  do  espírito,  elas  podem  despertar  forças ocultas  e  ajustar  os  pensamentos  sob  o  mesmo  tema  espiritual.  Durante  o  batismo  processam-se fenômenos de "imantação" pela convergência de fluidos que são mobilizados pelos pais, padrinhos e  pelo  próprio  afilhado,  compondo-se  um  amálgama  ou  vínculo  de  grave  compromisso  espiritual entre   os   presentes   até   o   fim   da   existência   carnal.
A   madrinha   e   o   padrinho   assumem espontaneamente, em espírito, a obrigação de cuidar do filho virtual e adotivo, que lhes é oferecido através  da  cerimônia  do  batismo.  O  ritual  apenas  consagra  no  mundo  profano  aquilo  que    foi deliberado no mundo espiritual! (3)

3 - Nota de Ramatís: - Despreocupa-nos cuidar se as crianças devem ou não devem ser batizadas, pois, segundo a doutrina espírita, todas já nascem sob o batismo amoroso de Deus. Em verdade, o homem salva-se  pelas  suas  obras,  e  não  por  suas  crenças. Mas  a  cerimônia  ainda  é  um  hábito  que  se  justifica pelos  acontecimentos  mais  importantes  na  vida  humana.    cerimônias  na  esfera  científica,  durante  a consagração  de um sábio ou evento  incomum; na esfera política,  marcando o triunfo eleitoral ou a vitória diplomática.  Na  colação  de  grau  de  doutorandos,  há discursos,  juramentos,  flores,  becas,  trajes  novos,ritual  de  entrega  de  diplomas,  evocações  saudosistas  dos  falecidos  ou  homenagem  aos  veteranos.  A cerimônia,  portanto,  é  uma  "confirmação"  ou  "memorização",  no  mundo  de  formas,  até  que  o  homem possa manifestar-se na sua autenticidade espiritual. 

Evidentemente,  se  a  madrinha  assume  perante  a  Divindade  o  compromisso  espiritual  de substituir a mãe do ente que aceita por afilhado, ela também fica vinculada a ele por laços ocultos avivados  durante  o  batismo.  Dali  por  diante,  tanto a  sua  bênção  como  a  maldição  transmitem-se rapidamente  sobre  o  afilhado  ou  "filho  adotivo",  sob  a  mesma  vinculação  de  mãe  e  filho!  Daí  a veracidade  do  senso  popular,  quando  diz  que  "praga de  madrinha"  é  tão  forte  como  a  "praga  de mãe"! 

PERGUNTA: - Há preocupações ou sofrimentos por parte dos pais desencarnados, que não batizaram os seus filhos, quando em vida física? 

RAMATÍS: - Os pais desencarnados não se preocupam porque seus filhos não foram
batizados,  pois  verificam,  no  Além,  que  a  salvação do  homem  não  depende  de  crença  ou cerimônia, porém, de suas obras! Mas eles sofrem atrozmente, quando os seus descendentes ficam na penúria, entregues aos vícios do álcool, jogo, entorpecentes ou descambam para o roubo, crime ou  para  o  suicídio.  É  lamentável  o  sofrimento  dos  pais  aflitos,  quando  depois  de  confiarem  os filhos na cerimônia do batismo a padrinhos de estabilidade financeira no mundo carnal, verificam que estes nada fazem para minorar a desdita de seus afilhados.
Não importa se o batismo é uma cerimônia católica, protestante, espírita ou umbandista; ou se  o  consideram  superstição,  mito,  dogma  ou  crendice.  Ele  pouco  vale  na  consagração  à  luz  do mundo físico, mas é um compromisso severo e espiritual, alguém apadrinhar uma criança que lhe é oferecida em nome de Deus!
O  próprio  dicionário  humano  esclarece,  em  linguagem  categórica,  que  padrinho  é  o "patrono", o protetor e madrinha no feminino. É, portanto, uma segunda paternidade que o homem assume sobre o filho do amigo, parente ou servidor, no ato espontâneo de aceitar um filho adotivo.
Mas as obrigações também são recíprocas entre  padrinhos e afilhados, motivo por que estes tanto merecem a bênção, como podem fazer jus à maldição de madrinhas! 

PERGUNTA: - E qual seria um exemplo convincente da força da palavra em sentido construtivo? 

RAMATÍS: - Há pouco, referimo-nos à palavra amorosa, construtiva e catalisadora de forças e  emoções  superiores, como  é a expressão verbal "Deus-te-abençoe",  vigoroso "mantram", que dinamiza na criatura a  esperança e o júbilo espiritual. Assim  como a  praga ou a  maldição de mãe, a de madrinha é força tenebrosa e mais destrutiva do que a proferida por estranhos, a bênção, no  mesmo  caso,  também  produz  resultados  mais  sublimes  e  benfeitores.  Com  o  magnetismo energético  e  hipnótico  das  palavras,  podemos  despertar  energias  e  promover  transformações miraculosas. Jesus levantava paralíticos com sua palavra criadora, desatando energias adormecidas e  produzindo  verdadeiros  milagres.    médicos  inteligentes,  que  obtêm  curas  extraordinárias  de seus  pacientes,  mobilizando  palavras  criadoras  e  dinamizando  "formas-pensamentos"  vigorosas, que combatem e destroem as acumulações fluídicas enfermiças. Cada letra, ou sílaba, além de sua ação  vibratória  no  campo  mental,  astral  e  etérico  do  homem,  ainda  repercute  em  determinada região  ou  zona  do  seu  corpo  físico,  onde  produz  as modificações  mais  sensíveis.  Aliás,  diz  a ciência do mundo que o homem põe em movimento 72 músculos do corpo, cada vez que pronuncia uma só sílaba. 

PERGUNTA: - Seria possível dar-nos alguns exemplos concretos da ,ação psíquica e física das palavras? 

RAMATÍS:  -    palavras  antipáticas  e  equívocas,  com  demasiada  aglutinação  de consoantes,  que  produzem  sensações  desagradáveis  na mente  humana  e  influem  na  temperatura, pressão e circulação humana. Cada uma das letras do alfabeto repercute pelo corpo do homem em zonas distintas, conforme pode ser comprovado pela auscultação mental, durante a sua pronúncia.
Malgrado  julgar-se  mito  ou  superstição,  os  magos  conseguiam  aumentar  a  produção  de  sucos gástricos,  fermentos  pancreáticos  e  bílis,  inclusive  acelerar  os  batimentos  cardíacos,  elevar  a pressão,  a  temperatura  e  relaxar  os  nervos,  pronunciando  determinadas  palavras.  Graças  às inteligentes   combinações   de   sílabas   e   palavras   atuando   na   contextura   fisiológica   do   ser, desapareciam eczemas, impingens, verrugas ou excrescências da pele.
É bastante o homem concentrar sua atenção, quando pensa ou, fala, para verificar a atuação de  cada  letra  num  ponto  dado  do  corpo  físico.  O I,  por  exemplo,  quando  a  pessoa  pensa  nele, repercute no alto da cabeça, porque é o símbolo da união psíquica com o "chacra coronário"; o Ksoa mentalmente no  centro da  garganta, repercutindo na região do "chacra laríngeo"; o H tende  a ressoar no ventre, na região do plexo abdominal, onde se situa o "chacra gástrico" ou "umbilical", repercutindo  exatamente  à  altura  do  grande  nervo  simpático,  onde  se  apoia  o  corpo  astral  das emoções. O A repercute mentalmente na base dos pulmões; o N nas fossas nasais; o L na ponta da língua e o X na ponta do umbigo. O T atua na fronte, principalmente nos lobos frontais do "chacra frontal".  A  sua  haste  horizontal  e  a  vertical  deixam  a  sensação  de  saírem  pelo  topo  da  cabeça através do "chacra coronário". É o elo da união divina; é a letra simbólica da cruz humana. Basta o homem  abrir  os  braços  e  pensar  nela,  com  atenção  e calma,  para  verificar  o  eflúvio  da  corrente fluídica, que sai pela ponta dos dedos das mãos e da cabeça aos pés, num processo de "fio-terra". A letra  O  ressoa  na  base  da  espinha,  no  campo  etérico do  "chacra  kundalíneo",  controlador  do processo genético. 

PERGUNTA:  - Mas    não    existem    idiomas    que    até    possuem    caracteres completamente diferentes dessas letras tradicionais, como é o chinês e o árabe? 

RAMATÍS: - Sem dúvida, há certas diferenças de letras na conformidade dos diversos idiomas falados no mundo; porém, cada raça é de uma contextura etéreo-física à parte, possuindo características  e  idiossincrasias  distintas  das  demais.  Assim,  as  variações  ou  tipos  de  letras  que podem  produzir  mentalizações  e  repercussões  diferentes  do  que  estamos  explicando  coincidem, também, com o tipo psicológico e espiritual da mesma raça. Por isso, o idioma mais perfeito como um meio de relação entre a humanidade, no futuro, ainda é o Esperanto. (4)
 Apesar de sua expressão predominantemente fonética, as repercussões de letras, sílabas e palavras da pronúncia esperantista incidem sobre os principais centros de ligações entre o corpo físico e o perispírito. Assim, durante o  próprio  falar  esperantista,  processam-se,  também,  louváveis  operações  de  reajustes  e  a  melhor sintonia nas relações do espírito com a matéria. 

4  -  Vide  a  obra  A  Sobrevivência  do  Espírito,  Ramatís  e  Atanagildo, Editora  do  Conhecimento, capítulo  "Uma  Academia  de  Esperanto  e  Sua  Modelar  Organização",  subtítulo,  "Departamento  de Fonação". 

Os  estudiosos  podem  verificar,  pela  atenciosa  auscultação  mental,  que  as  combinações  de sílabas repercutem em certos pontos do organismo, qual seja nas glândulas endócrinas, nos plexos nervosos,  nas  zonas  cerebrais,  nas  mãos,  nos  pés,  nas  pontas  dos  dedos  e  demais  órgãos.  Em consequência,  é  fácil  de  comprovar-se  o  efeito  produzido  pelas  palavras  boas  ou  más,  que  atuam no perispírito humano modificando-lhe a estabilidade, alterando-lhe a circulação "mental astralina" e  o  seu  comportamento  energético  com  o  duplo-etérico.  Daí,  existirem  palavras  "trágicas", "tenebrosas"  ou  "fatídicas",  que  funcionam  supercarregadas  de  maldade  e  ódio,  como  terríveis dardos do feitiço verbal projetados veementemente sobre determinada vítima. Da mesma forma, há os  "mantras",  palavras  abençoadas,  "chaves-mágicas" do  passado,  que  ajudam  a  desenvolver corretamente os chacras etéricos, pela sua sonora combinação mental, astral, etérica e física.

PERGUNTA: -Que são "mantras"? 

RAMATÍS:  -  "Mantras",  como  peças  idiomáticas  consagradas  pelo  uso  superior,  são letras e sílabas de articulação harmoniosa. Quando pronunciadas num ritmo ou sonoridade peculiar e  sob  forte  concentração  mental,  elas  despertam  no organismo  físico  do  homem  um  energismo incomum,  que  lhe  proporciona  certo  desprendimento  ou  euforia  espiritual.    pouco,  explicamos os efeitos produzidos no corpo físico pelo simples pensar em algumas letras do alfabeto ocidental.
As  palavras  mantrânicas,  no  entanto,  possuem  maior poder  de  ação  no  campo  etéreo-astral  do homem,  pois  aceleram,  harmonizam  e  ampliam  as  funções  dos  "chacras"  do  duplo  etérico.  Elas auxiliam  a  melhor  sintonização  do  pensamento  sobre o  sistema  neurocerebral  e  as  demais manifestações  da  vida  física.  Como  a  palavra  se  reveste  de  forças  mentais,  que  depois  atuam  em todos os planos da vida oculta e física, para  dar curso às  vibrações  sonoras  no campo da  matéria, ela, então, produz transformações equivalentes à sua natureza elevada.
A palavra escrita ou falada expressa a linguagem do homem, da tribo, do povo, da nação ou da raça.  Em  consequência,  ela  também  define  o  temperamento,  o  idealismo,  o  otimismo,  o pessimismo,  o  senso  artístico,  a  conduta  moral,  a  malícia,  a  seriedade,  a  cultura,  a  alegria,  e, portanto, o progresso espiritual. Os povos civilizados e otimistas, cuja cultura filosófica é de ordem superior, quando falam ou escrevem usam vocábulos leves, fluentes, agradáveis, claros, sonoros e reveladores  exatos  das  ideias  superiores.  Em  certas  localidades  italianas,  a  linguagem  do  povo  é tão sonora como a música que ali predomina sobre todos os motivos de vida. O francês parisiense, inato, fala num tom de cortesia, no qual transparece um ar travesso, malicioso e inteligente. Porém a   linguagem   de   muitos   povos   asiáticos   é   engrolada, gritante   e   desagradável,   afim   à   sua idiossincrasia,  belicosidade  ou  especulação  inescrupulosa.  Os  negros  africanos  e  os  selvagens falam  para  "dentro",  como  diz  o  vulgo;  são  palavras  obscuras,  verdadeiros  rumores  verbais,  que exigem  uma  multiplicidade  de  gestos  para  serem  entendidos,  cujo  desperdício  de  sons  não identifica ideias nítidas, lembrando alguém que despeje um tonel de água somente para encher um copo!
Por   isso,   as   palavras   mágicas   ou   "mantras"   revelam,   também,   na   sua   enunciação disciplinada  e  no  seu  ritmo  ascendente,  o  caráter, a  força,  a  sublimidade,  a  religiosidade  ou  a ternura  espiritual  de  um  povo.  Os  tipos  de  "mantras",  escolhidos  para  as  práticas  religiosas  e esotéricas, também são expressões verbais de ideias revesti das de elevado teor espiritual. 

PERGUNTA:  -Diríamos    que    os    "mantras"    são    palavras    construídas propositadamente, para despertar efeitos ocultos nos seres? 

RAMATÍS: - Não se constroem "mantras" sob a frialdade científica nem por caprichos esotéricos de simples ajustes de vocábulos, pois não despertariam efeitos espirituais superiores na alma humana. Em verdade, são as próprias palavras, que se consagram em "mantras" pelo seu uso elevado,  transformando-se  em  verdadeiras  "chaves  verbais"  de  ação  espiritual  incomum  sobre  os diversos  veículos  ocultos  e  físicos  de  que  se  compõe  o  homem.  Elas  congregam  as  energias  e  as próprias ideias ocultas dos seus cultores, associando as forças psíquicas benfeitoras, que depois se convertem em vigorosos despertadores espirituais.
Ademais,    nas  palavras  sublimes  certa  musicalidade  terna  e  vigorosa,  doce  ou  agreste, que  acionada  progressivamente  pode  alcançar  a  intimidade  atômica  da  matéria  e  alterar-lhe  a coesão íntima, causando modificações inesperadas. Existe muito fundamento científico na tessiturade certas lendas do passado,  quando determinadas palavras, pronunciadas sob forte concentração, podiam agir na  matéria, como a  frase  mágica do  "Abre-te-Sésamo",  na história pitoresca de  "Ali-Babá  e  os  Quarenta  Ladrões".  A  cultura,  a  ciência, o  ideal  e  a  religiosidade  e  o  grau  de espiritualidade  de  um  povo,  também  cria-lhe  um  timbre  ou  cunho  esotérico  firmado  no  mundo oculto pela sua "Egrégora Mental". (5)

5  -  Egrégora  é  uma  forma  astral  gerada  e  alimentada,  mental  e  sentimentalmente,  por  uma coletividade, pela persistência de motivos, costumes, devoções ou ideais num mesmo ponto ou objetivo. O pensamento, a vontade, o desejo são forças tão reais, talvez ainda mais poderosas do que a dinamite e a eletricidade.  Sob  tal  influência,  a  matéria  astral plástica  faz-se  compacta  e  toma  forma,  sob  o  alimento incessante  das  mesmas  vibrações,  pensamentos  etc.  Então  produz-se  um  ser  ou  manifestação,  que adquire   vida,   animado   de   uma   força   boa   ou   má,   conforme   os   pensamentos   emitidos,   influindo vigorosamente em todos os que passam a subordinar-se à sua influência.

Os "mantras", de um povo para outro, embora sejam sempre formados de palavras sublimes consagradas pelo tempo,  também se  revelam de  matizes diferentes. O ambiente esotérico de cada povo também influi na intimidade de sua linguagem, em suas palavras escritas e orais, enfim, em seus "mantras".
Quanto  mais  pronunciamos  determinada  palavra  e  pensamos  nela,  ou  na  sua  expressão fundamental, tanto mais energética, mais coesa e nítida é a sua representação idiomática e vibração psicofísica.  Palavras  como  amor,  paz,  perdão,  mansuetude,  ternura,  esperança,  bondade,  embora sejam  vocábulos  comuns  e  de  uso  no  mundo  profano,    possuem  sentido  para  servirem  como verdadeiros  "mantras"  em  cursos  esotéricos,  lojas  maçônicas,  igrejas  e  templos  religiosos,  desde que sejam pronunciadas dentro do ritmo sonoro e da disciplina que lhes é própria. São de vibração sublime  e  acumulam  forças  criadoras,  pela  expressão moral  da  ideia  superior  que  as  mesmas traduzem.
A  Igreja  Católica  possui  os  seus  "mantras",  os  quais,  quando  recitados  religiosamente  e dinamizados  pela  música  sacra,  acomodam  a  alma,  reajustam  energias  espirituais,  dispersam emoções   desagradáveis   e   associam   sentimentos   sublimes   nos   crentes,   incorporando-se   aos pensamentos semelhantes e ensejando purificações emotivas e mentais. 

PERGUNTA:  - Para  a  nossa  melhor  compreensão  espiritual,  poderíeis  dar-nos alguns exemplos dessa influência emotiva e mental do "mantra"? 

RAMATÍS:  -  Ante  a  palavra  "guerra",  por  exemplo,  que  poderíamos  considerar  um "mantra"  negativo  e  fatídico,  o  homem  desata  na  mente  uma  série  de  imagens  e  lembranças mórbidas,  como  soldados  esfrangalhados,  desgraça,  sangue,  morte,  hospitais  e  bombas,  O  tema "guerra"  ainda  associa  outras  evocações  amargas  ou quadros  temerosos  de  carestia  da  vida, convocação de filhos ou netos, falta de gêneros alimentícios, epidemias, desempregos, cidades em ruínas!  Obviamente,  uma  simples  palavra  pode  desencadear  no  psiquismo  humano  quadros mórbidos  de  toda  espécie.  Aliás,  conforme  assegura a  medicina  moderna,  essa  disposição  mental também  produz  na  criatura  as  mais  variadas  modificações  na  corrente  sangüínea  ,  endocrínica, linfática  e  nervosa.  Movem-se  os  músculos,  refletindo  no  rosto  a  tristeza,  a  angústia  e  o  medo; mobilizam-se  os  hormônios,  líquidos,  sucos  e  ingredientes  químicos  para  atender  às  zonas corporais, cujo metabolismo orgânico perturba-se pelo desagradável estado de espírito.
Ainda há pouco tempo a humanidade terrena comprovou o efeito terrificante dos "mantras" negativos e malévolos, quando o Nazismo divulgou pela Alemanha fórmulas, distintivos, insígnias e  símbolos,  que,  tanto  pela  imagem  como  verbalmente,  visavam  despertar  as  emoções  belicosas dos alemães. A cruz suástica funcionou como um poderoso dinamizador sob a tonalidade primária, excitante e física da cor vermelha; os uniformes negros dos "SS" evocavam no subconsciente das criaturas  as  próprias  forças  trevosas,  que  alimentam  e  compõem  a  "egrégora"  infernal  do  mundo diabólico! Tudo isso acicatou o temperamento belicoso e destrutivo do povo alemão, despertando mágoas,  ressentimentos,  prejuízos  e  humilhações  sofridas  na  vida  humana  e  ansiosos  de  desforra contra  as  demais nações. Os povos vencidos pagaram duramente o  transbordamento  mórbido dos nazistas,  onde  os  crimes  bárbaros  e  bestiais  figuraram  à  conta  de  saneamento  louvável,  como  no caso  dos judeus! Adolf  Hitler, mediunizado pelos mentores  das  Sombras, usou e abusou da  força da  palavra  no  evento  nazista,  praticando  o  "feitiço  verbal"  mais  chocante  e  pernicioso  na  história do mundo. Mas, em sentido oposto e positivo, a palavra "paz" é maravilhoso "mantra" que produz um estado  de  espírito  eufórico,  agradável,  sedativo  e jubiloso,  principalmente  entre  as  mães,  porque alimenta   ideias   e   imagens   confortantes,   esperançosas   e   otimistas,   associando   a   segurança, tranquilidade  e  alegria  de  viver!  É  palavra  amiga  e  inofensiva,  que  recebe  o  alento  e  a  energia criadora dos pacifistas, instrutores espirituais, discípulos do bem e amigos do Cristo!
Assim  como  a  palavra  de  maldição  semeia  amarguras e  perturba  a  pessoa  visada,  o vocábulo  "guerra"  é  de  ação  enfeitiçante  sobre  uma coletividade,  despertando  medo,  aflições  e depressão psíquica. E a bênção, quando dinamiza energias salutares e consoladoras num indivíduo, também  equivale  à  palavra  mantrânica  "Paz",  que  dissipa  no  espírito  as  apreensões  futuras,  os temores mórbidos e reergue o ânimo para a construtividade futura! 

PERGUNTA: - Qual é o "mantra" de maior importância já consagrado pelo tempo, no seio de nossa humanidade? 

RAMATÍS:  -    "mantras"  universais,  cujos  sons  e  vibrações identificam  a  mesma ideia mater  em  toda  a  face  do  orbe.  É  o  caso  do  vocábulo  "AUM",  que  se  pronuncia  mais propriamente "OM", pois é um "mantra" poderoso em qualquer latitude  geográfica. No seu ritmo iniciático,  é  a  representação  universal  da  própria idéia  de  Deus,  a  Unidade,  o  Absoluto!  Na  sua expressão idiomática elevada do mundo, ele tem por função associar, tanto quanto possível, na sua repercussão vibratória, o "máximo" sensível do espírito do homem da essência eterna e infinita de Deus! Os monges brancos do Himalaia, criaturas condicionadas a uma vivência sublime, frugais e vegetarianos,  cuja  glândula  pineal  funciona  ativamente  na  comunicação  sadia  com  o  mundo espiritual,  quando  recitam  o  "mantra"  "AUM"  alcançam  tal  "clímax"  vibratório,  que  se  sentem imersos no plano edênico!
Enquanto, na Ásia, a palavra Buda é um poderoso "mantra" de evocação esotérica e o nome de  Crishna  significa  o  mesmo  na  Índia,  o  vocábulo  Cristo  representa  a  mais  alta  expressão mantrânica  para  o  homem  ocidental  despertar  no  seu espírito  as  virtudes  do  amor,  da  renúncia, bondade  e  pureza.  Os  iniciados  que  sabem  dar  curso à  vibração  sonora  sideral  do  vocábulo "Cristo"  também  mergulham  num  estado  de  expectativa cósmica,  tomados  de  júbilo,  esperança  e imunes  às  vicissitudes  e  crueldades  do  mundo.  Os  cristãos  deixavam  trucidar-se  nos  circos romanos,   entoando   o   cântico   "Ave   Cristo";   muitos   deles   desencarnavam   completamente anestesiados  e  em  êxtase,  apenas  sob  o  efeito  sonoro  vibratório  ou  mantrânico  dessa  palavra sublime!
A palavra "Agnus Dei" nada tem de excepcional quando pronunciada comumente entre os homens  profanos;  mas  é  um  "mantra"  de  imponente  beleza  e  misteriosa  magia  sobre  os  fiéis, quando o sacerdote a recita sob o coro de vozes acompanhantes e a consagra na elevação do cálice sagrado.  A  Igreja  seria  um  dos  maiores  viveiros  de milagres,  caso  os  seus  crentes  soubessem aproveitar as energias criadoras que despertam pela sonoridade dinamizadora de certos "mantras", evocados durante as cerimônias religiosas católicas. A convergência de sentimentos e pensamentos elevados  de  todos  os  presentes  compõe  a  "egrégora" sublime  alimentada  pelos  "mantras"  de energias  poderosas.  Sem  dúvida,  ao  término  de  cada missa  os  estropiados  abandonariam  suas muletas e os enfermos dariam gritos de júbilo ante as curas miraculosas no seio da própria nave! 

PERGUNTA: -Qual é a diferença da mesma palavra de sentido comum no mundo profano, mas consagrada como um "mantra" nos, ambientes religiosos, esotéricos e iniciáticos? 

RAMATÍS:  -    homens  que  passam  indiferentes  diante  de  um  majestoso  roseiral esmagando as pétalas espalhadas no solo; o artista, no entanto, comove-se, enlevado diante da mais singela  rosa!    homens  que  falam  no  Cristo  com  a  mesma  displicência  com  que  mencionam  a marca  do  cigarro  preferido.  Mas,  também,  existem  os  que  se  alheiam  do  próprio  mundo  quando pretendem evocar a imagem do mais generoso amigo do homem!
Aliás, o vocábulo profano define uma ideia oposta ou estranha ao que é sagrado, venerável, inviolável, puro e santo, vinculado a ritos mágicos, cultos religiosos ou cerimônias iniciáticas.
Em consequência, a mesma palavra que só identifica uma ideia ou ideias, no mundo profano, pode despertar  encanto  ou  euforia,  quando  pronunciada  mantranicamente  no  mundo  sagrado  ou  de intimidade espiritual do ser! O  que    força  à  palavra  transformada  em  "mantra",  além  de  sua  significação  superior  ou consagração sublime, é a vontade, a ternura, a vibração pessoal e o amor de quem a recita em fusão com  a  vibração  individual  do  próprio  Espírito  Cósmico!  O  recitativo  mantrânico,  disciplinado pelas leis de magia do mundo oculto, transborda de poder e força no campo mental, astral e etérico do homem. É poderoso vocábulo ou detonador psíquico, que liberta as energias do espírito imortal e  o  conduz  ao  arrebatamento,  à  suspensão  dos  sentidos  comuns,  pela  fugaz  contemplação  do mundo divino. 

PERGUNTA:-  Se  o  "mantra"  é  o  vocábulo  que  arrebata  nossa  alma  pela  sua sublimidade sonora e idiomática, porventura o seu oposto não seria uma palavra de profanação? 

RAMATÍS:  -  O  "mantra"  pode  ser  uma  palavra,  um  verso,  um  aforismo  ou  uma fórmula,   variando   o   seu   culto   conforme   as   diversas fraternidades   iniciáticas,   doutrinas espiritualistas  e  credos  religiosos.  Ele  deve  resultar  de  uma  consagração  idiomática  vivida  num campo  benfeitor  ou  imantado  de  sentimentos  amorosos,  que  irradiam  ou  convocam  energias sublimes quando enunciado sob determinado ritmo e evocação sonora! Há criaturas que mobilizam as  palavras  mais  comuns,  dando-lhes  um  efeito  mantrânico,  porque  são  rogativas  que  beneficiam os  demais  companheiros,  enquanto  outras,  vingativas  e  inconformadas,  operam  num  sentido oposto  produzindo  o  enfeitiçamento  verbal  na  convocação  de  forças  mesquinhas,  enfermiças  e destrutivas! 

PERGUNTA:  -  Sentimos  dificuldade  em  crer  que  um  conjunto  de letras  agregadas numa  palavra  consagrada  por  "mantra"  provoque  o  arrebatamento  contemplativo  da  própria alma, ou o seu oposto possa congregar forças demolidoras contra o homem! 

RAMATÍS:- A própria Natureza possui a sua linguagem específica e expressa-se em sons  diversos,  através  de  motivos  e  funções  dos  seus  reinos,  onde  cada  coisa,  mineral,  vegetal, animal  ou  humana,  representa  uma  letra  viva  compondo  divinas  palavras!  Que  é  a  vida,  senão  o
Verbo de Deus? A linguagem humana deriva-se de uma só base ou expressão linguística primitiva, pois todos os idiomas trazem sinais indeléveis de que provieram de um só tronco original. As letras não são produtos de caprichos extemporâneos ou invenções a esmo; elas nasceram como símbolos necessários  para  representar  os  estados  da  alma  através  do  físico,  e  por  esse  motivo  estão fortemente impregnadas do próprio espírito e das ideias que as originaram.
Por isso, elas podem ser agrupadas e ajudar na sua vibração sonora o dinamismo liberador dos chacras do duplo etérico, produzindo elevadas emoções nas criaturas de bons sentimentos e a serviço  da  Verdade  Espiritual.  No  entanto,  reunidas  e  exploradas  na  sua  vibração  idiomática, também podem tornar-se agressivas, operando desfavoravelmente no processo detestável do feitiço verbal!

Referência:
RAMATIS (Espírito). Enfeitiçamento verbal. In: ______. Magia de redenção. [Psicografado por] Hercílio Maes. 6. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1996. cap. 2, p.45-62.
Imagem: Marco A. C. Neves