Mensagem psicografada em:
17/11/2001
A angústia de sobreviver à vida
Não
consigo lembrar dos bons momentos que passei na Terra. Parecem que todos os
dias foram de tormento e dor para mim.
Alguma
das vezes vi uma mão se estender para mim e ao mesmo tempo milhares a me
empurrar para baixo.
Muito
me revoltei com isso, me sentia um desgraçado, um perdido no mundo, sem eira
nem beira para prosseguir nesta vida.
Se
não podia viver, só me restava morrer.
Mas
me parece que não é bem assim.
Mais
uma vez algo me empurrou, não para a morte, mas para uma vida quase que morta.
Fiquei
vários anos sem saber se estava vivo ou morto. E depois vi que não morri.
Que
estava vivo, mas isolado do resto do mundo. Não falava, não me mexia.
Não
conseguia sequer articular um aí.
A
única coisa que podia fazer era ver no silêncio que me ensurdecia a mente e o
coração.
Parecia
que havia morrido, mas não. Estava vivo, respirava, meu coração batia. Mas
estava inerte naquela cama.
Me
sentia uma cobaia no meio daqueles médicos de um lado para outro.
O
destino estava certo, seria fonte de estudos para aqueles médicos.
Sem
família, sem amigos, sem poder dizer não.
Quem
poderia reclamar.
Os
dias foram passando e o mundo não se acabava. Parecia que inchara e meu corpo
pesava mais e mais.
Meus
músculos, acho que enrijeciam e ficavam cada vez mais inertes e fracos.
Meu
período de luz e noite se estendia cada vez mais até perder a noção de dia e
noite.
Era
um tempo incalculável sem início e sem fim.
O
mundo dava voltas em minha cabeça.
Eu
era agora só mente e não mais corpo e mente.
Estava,
acho tomando consciência do que era a vida e a morte, mas sem ter noção do que
era que eu pensava.
Uma
hora a luz se apagou de vez, e lá fiquei o resto do dia.
Não
sentia fome nem sede, apenas uma coisa diferente que me fazia leve.
Mas
o tempo de minha consciência chegou e vi que estava morto.
Não
tinha mais aquele corpo, agora eu era só mente e não mais corpo e mente.
Estava
livre e prestes a viver, como se fosse libertado de uma prisão onde a cela era
meu corpo.
Havia
aprendido o que era vida e o que não era a morte.
André
Angilique
Autor:
André Angilique
Médium:
M. A. Neves
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