segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Lei da Sintonia







O cidadão comum que preserva os valores éticos e comporta-se conforme a crença moral que lhe é agradável atrai, inevitavelmente, a presença dos bons Espíritos que se comprazem em assisti-lo.
Sendo possuidor de faculdade mediúnica, abrem-se lhe as portas da caridade que pode exercer mediante os sentimentos que lhe são naturais.
No caso em tópico, aqueles Espíritos inamistosos, a princípio zombam do seu comportamento, logo depois, ante a natural demonstração dos atos dignificantes sensibilizam-se, tornam-se lhe simpáticos e aderem aos postulados de que se contagiam.
Trata-se da lei de sintonia, através da qual os semelhantes se atraem.
A melhor terapêutica, portanto, para os graves problemas das desordens obsessivas é o bem proceder.
Quando examinamos a mensagem de Jesus identificamos em todos os momentos a superioridade do amor que inspira os pensamentos e os atos nobres, induzindo à vivência saudável.
O amor, portanto, emite ondas de vibrações elevadas, que ensejam a não violência, a resistência pacífica.
A tragédia do cotidiano entre as criaturas humanas deflui da inadvertência de pessoas e grupos que optam pela dominação arbitrária dos outros e tentam, a seu talante, submeter todos quantos se lhe acercam.
A lei de sintonia propõe a transformação moral do ser humano e logo advêm as consequências pacíficas e pacificadoras.
No começo do século XX, Leon Tolstoi, que se houvera tornado cristão sem designação religiosa, mas conforme o Evangelho, acompanhando a miséria que reinava na sua pátria - a Rússia - escreveu uma carta ao czar Nicolau II, chamando-o de irmão e amigo para adverti-lo da crueldade do seu governo sobre os cem milhões de súditos.
Advertia-o das ciladas e das manobras dos seus auxiliares, daqueles que o cercavam, polícia e exército, informando-o ser amado e aplaudido por aqueles miseráveis que o detestavam no abandono e na fome a que estavam atirados...
Falou-lhe da força inexorável do amor e do bem que lhe cabia praticar na missão que Deus lhe confiara de conduzir o povo esfaimado e sofrido.
Vaticinou que, por certo, não teria ocasião de vê-lo sofrer as consequências da violência na qual se apoiava com resultados devastadores, em razão da sua idade avançada.
Apelava para a bondade e a justiça, eliminando a pena de morte das leis severas que mantinham nos cárceres abarrotados por mais de cem mil prisioneiros tidos como revolucionários, porque insatisfeitos com a maneira como eram tratados...
De fato, mais tarde, quando estourou a revolução comunista ele foi deposto e enviado com a família para o exílio na Sibéria, sendo submetidos a inclementes humilhações, fuzilados logo depois, num espetáculo doloroso.
Tolstoi houvera desencarnado antes e foi sepultado humildemente entre as árvores  que  ele  próprio  plantara,  num  singelo  túmulo,  tão  humilde  quanto ele, em Lásnaia Poliana.
Deixou-nos entre outras a sua obra que ele considerava prima O reino de Deus está em vós.
Nesse ínterim, na África do Sul, um jovem advogado indiano que lera a sua magnífica obra sobre a mensagem de Jesus em torno do Reino dos Céus dentro de nós, alterou a vida e dedicou-a, a princípio, a dignificar o seu povo odiado e perseguido naquele país. Preso e condenado por pedir igualdade para todos, iniciou a cruzada que terminaria por libertar a Índia e o Paquistão do cárcere do Império britânico.
Tratava-se de Mohandas Karamchand Gandhi.
Viveu  o  Evangelho  em  toda  a  sua  pureza,  no  amor  e  no  jejum,  na  resistência pacífica, na oração e sobretudo em a não violência.
Assassinado por um fanático, chamou por Deus sorrindo e imortalizou-se.
Parece   difícil,  nestes   dias,   a   vivência   íntegra   do   amor,   tais   as   circunstâncias e as conquistas bélicas, as forças da violência, o poder das armas... No entanto, nos dias de Jesus não eram diferentes as condições, e por isso Ele foi crucificado.
Tolstoi teve algumas das suas obras proibidas de circularem nas terras da “Mãe Rússia” e a pobreza suprema a que ele se submeteu permitiu que fosse  escarnecido  e  desprezado,  tivesse  problemas  domésticos,  ao  renunciar ao título de Conde.
Gandhi, admirado e perseguido, insistiu nos objetivos a que entregou a existência e conforme esperava tornou-se vítima da violência, deixando o seu legado de paz que ainda comove o mundo.
Talvez  não  logres  alcançar  o  nível  desses  missionários,  o  que  não  é  importante,  desde  que  te  dediques  ao  humilde  trabalho  de  aplainar  a  estrada,  melhorar  os  caminhos  por  onde  marcharão  os  apóstolos  do  amanhã que virão pacificar a Terra.
Faze a tua parte: ama! Exercita o não revide, a não violência, a resistência pacífica.
Esses elementos são o alicerce sobre o qual o Senhor está construindo o mundo melhor de amanhã.
As  tremendas  provações  que  ora  se  abatem  sobre  a  humanidade: 
guerras,  epidemias,  violência,  desagregação  do  ser,  perda  de  sentido  existencial, atraem Espíritos também infelizes que se mesclam com os indivíduos e as massas formando o caos.
A  mesma  lei  de  afinidade  atrai  os  seres  nobres  da  Espiritualidade,  os  gênios, os sábios, os mártires e os santos para a edificação da felicidade dos corações mesmo durante estes afligentes momentos...
Pensa  no  amor  e  ascende  aos  paramos  da  Luz  Divina  da  qual  procedes.
Joanna de Ângelis(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 3 de fevereiro de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia).





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