quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crueldade



Crueldade


 



No instinto de destruição o que tem de pior é a crueldade, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. E resulta sempre de uma natureza má.
       A crueldade não derivara da falta de desenvolvimento do senso moral, porquanto o senso moral existe, como princípio, em todos os homens. É esse senso moral que dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos. Ele, pois, existe no selvagem, mas como o princípio do perfume no gérmen da flor que ainda não desabrochou.
        Em estado rudimentar ou latente, todas as faculdades existem no homem.
        Desenvolvem-se, conforme lhes sejam mais ou menos favoráveis as circunstâncias. O desenvolvimento excessivo de uma detém ou neutraliza o das outras. A sobreexcitação dos instintos materiais abafa, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento do senso moral enfraquece pouco a pouco as faculdades puramente animais.

        Pode dar-se que, no seio da mais adiantada civilização, se encontrem seres às vezes cruéis quanto os selvagens. Do mesmo modo que numa árvore carregada de bons frutos se encontram verdadeiros abortos. São, se quiseres, selvagens que da civilização só têm o exterior, lobos extraviados em meio de cordeiros. Espíritos_de_ordem_inferior e muito atrasados podem encarnar entre homens adiantados, na esperança de também se adiantarem.  Mas, desde que a prova é por demais pesada, predomina a natureza primitiva.
  
       A Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para renascer sob outros invólucros. Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal.
    Tens disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido aperfeiçoar, desenvolvendo neles qualidades novas. Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Romeu Leonilo Wagner, Belém, Pará;
Livro: "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, questões 752, 754, 755 e 756.


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