Renascimento do Franciscanismo
Quando a
Idade Média afogava-se na ignorância e o mundo em sombras dependia totalmente
dos impositivos da fé religiosa, governava a Igreja o papa Inocêncio III.
Considerado o homem mais poderoso do mundo, nomeava imperadores e reis,
despojava-os do trono, condenava à morte e ao exílio as criaturas ou as libertava,
promovia guerras e estabelecia paz, vivendo sob a pompa quase ultrajante ao
Evangelho, na sede do seu império.
O mundo era
um oceano de superstições e de medos. Os séculos XII e XIII estertoravam,
enquanto os aquinhoados pelo poder de qualquer natureza desfrutavam do prazer e
da insensatez. Foi nesse momento que surgiu a figura apostolar de Francesco Bernardone,
que se tornaria o grande Trovador de Deus.
Após
encontrar Jesus, despiu-se de tudo que era exterior, superou o ego e, apaixonado
pelo Carpinteiro Galileu, mudou a História da Humanidade.
A partir
dele a ecologia nasceu, a literatura adquiriu brilho e o amor resplandeceu como
jamais dantes em incontáveis corações. Seus poemas e cânticos deram início à
futura Renascença e o seu vulto derramou luz mirífica sobre a sociedade do seu
e de todos os tempos futuros.
Em Quito, a
bela capital do Equador, onde estive, visitei a igreja e o museu que lhe
guardam a memória da existência e o monastério que lhe evoca os passos, em
incomparável trabalho em talha de madeira pintada com ouro pela notável Escola
Quitenha.
Revivi os
inolvidáveis dias da jornada franciscana que contribuiu significativamente para
a vivência do Evangelho de Jesus. Renúncia, solidariedade, compreensão e amor espraiaram-se
pela Terra desde então, e mesmo aqueles que se dizem ateus, agnósticos ou
materialistas amam Francisco, tocados por significativa ternura.
Na
atualidade científica e tecnológica, rica de sofrimentos e de desencantos, graças
ao Papa Francisco, que é jesuíta vivendo a conduta franciscana, ocorre o renascimento
do Pobrezinho de Deus, convidando-nos à reflexão e à solidariedade.
Divaldo
Pereira Franco.
Imagem:
Marco A. C. Neves
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