quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Energia Sexual, Espiritualidade e Religião



Energia Sexual, Espiritualidade e Religião


 



Há que se fazer uma distinção muito importante entre religiosidade e religião.
A primeira refere-se ao sentimento ou às vezes emoção, que se expressa com relação ao transcendental, seja como um sentimento direcionado ao criador, Deus, seja como o sentimento da continuidade da vida pós-morte, ou ainda sentimentos devocionais ou afetivos a seres do mundo extra físico.
A religiosidade acompanha o Ser humano desde a época dos trogloditas, interpretada por alguns como sentimento de medo e insegurança perante as dificuldades da vida, na realidade reflete um instinto natural, verdadeiramente profundo da conexão existente com a nossa origem. Um sentimento que provém do nosso inconsciente refletindo na superfície do nosso cérebro o registro da nossa realidade transcendental e origem espiritual.
Quanto à religião trata-se de uma instituição humana, uma organização com peculiaridades as mais diversas que refletem costumes, cultura, etnia, cristalizações de ideias pela tradição e interesses de grupos dominantes. Curiosamente, os grandes líderes ou ícones das instituições religiosas não as fundaram nem tampouco sugeriram fosse erigida uma nova religião, apesar disto, foram denominadas figuras referenciais e até divinizados pelos que os seguiram.
Assim, por exemplo, transformaram Jesus Cristo no Deus do Universo Infinito.
A religiosidade e a sexualidade poderiam, com facilidade, seguir ombro a ombro, pois ambas são forças que se complementam, ambas são energias que promanam do inconsciente e refletem valores maiores. No entanto, em função da exteriorização agressiva da energia sexual, compatível com o atraso do ser humano, as instituições religiosas vêm relacionando-a com o pecado.
A relação sexo-pecado se estratificou no inconsciente de nossa humanidade, principalmente, pelo celibato imposto aos sacerdotes que tinham como real a correlação sexo-pecado, pois em sua vivência pessoal a expressão orgânica da sexualidade seria transgressão dos votos a que haviam se submetido. Este bloqueio os levava a transmitir aos devotos da religião a noção de espiritualidade sempre estar ligada ao distanciamento do sexo, daí decorrerem normas e crenças como a necessidade de se atribuir à Maria uma virgindade, já que seria “mãe de Deus”.
Os resíduos da influência da religião dominante no ocidente, observam-se até na atualidade, quando pessoas bem intencionadas, mas mal informadas, abandonam seu companheiro ou companheira -que lhe confiou sua entrega na sexualidade- e partem em busca de uma santificação ou purificação da alma, esquecendo-se que a lesão psíquica naquele que foi abandonado é ação que gerará reação correspondente no mecanismo da Lei Universal.
Abstinência sexual, em casais, muitas vezes decorre da falta de criatividade, alegria, e mutualidade de interesses na área específica da sexualidade.
A espiritualização, em nosso planeta pode ser procurada, desenvolvida e dinamizada sem necessidade alguma de abstinência sexual em casais legitimamente constituídos e programados antes do renascimento para se apoiarem mutuamente.
Líderes religiosos de expressão máxima como um dos últimos Papas, chegam a proclamar que a relação sexual entre casais só deveria ocorrer para a procriação. Postura que traduz total desconhecimento da necessidade de interação e troca energética entre casais que se amam. Se o intercâmbio sexual fosse apenas um mecanismo necessário para a reprodução ainda estaríamos na fase animal onde ocorrem cios ou períodos específicos para o uso exclusivo do sexo à reprodução.
Por outro lado, conhecemos na história da humanidade algumas seitas esdrúxulas que apresentavam, em seus rituais, momentos e espaços a dedicar o ato sexual aos deuses. Casais se relacionavam, em atos secretos, intercambiando energias com entidades vampiras em solenidades ritualísticas nas quais Espíritos desencarnados enfermos da mente locupletavam-se de energias vitais das atividades sexuais de homens e mulheres.
São extremos observados no decorrer da evolução da nossa sociedade terrestre e essas posturas geraram mecanismos medievais de repressão.
A força sexual da alma deveria ser mais bem compreendida.
Toda a fisiologia que apresentamos nesta fase de evolução é normal, divina, compatível com nosso estágio evolutivo e deveria ser dinamizada sempre com ética e amor.

Dr. Ricardo Di Bernardi - Médico homeopata.



 


 





 



 




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