Energia
Sexual, Espiritualidade e Religião
Há que se
fazer uma distinção muito importante entre religiosidade e religião.
A
primeira refere-se ao sentimento ou às vezes emoção, que se expressa com
relação ao transcendental, seja como um sentimento direcionado ao criador,
Deus, seja como o sentimento da continuidade da vida pós-morte, ou ainda
sentimentos devocionais ou afetivos a seres do mundo extra físico.
A
religiosidade acompanha o Ser humano desde a época dos trogloditas,
interpretada por alguns como sentimento de medo e insegurança perante as
dificuldades da vida, na realidade reflete um instinto natural, verdadeiramente
profundo da conexão existente com a nossa origem. Um sentimento que provém do
nosso inconsciente refletindo na superfície do nosso cérebro o registro da
nossa realidade transcendental e origem espiritual.
Quanto à
religião trata-se de uma instituição humana, uma organização com peculiaridades
as mais diversas que refletem costumes, cultura, etnia, cristalizações de
ideias pela tradição e interesses de grupos dominantes. Curiosamente, os
grandes líderes ou ícones das instituições religiosas não as fundaram nem
tampouco sugeriram fosse erigida uma nova religião, apesar disto, foram
denominadas figuras referenciais e até divinizados pelos que os seguiram.
Assim,
por exemplo, transformaram Jesus Cristo no Deus do Universo Infinito.
A
religiosidade e a sexualidade poderiam, com facilidade, seguir ombro a ombro,
pois ambas são forças que se complementam, ambas são energias que promanam do
inconsciente e refletem valores maiores. No entanto, em função da
exteriorização agressiva da energia sexual, compatível com o atraso do ser
humano, as instituições religiosas vêm relacionando-a com o pecado.
A relação
sexo-pecado se estratificou no inconsciente de nossa humanidade,
principalmente, pelo celibato imposto aos sacerdotes que tinham como real a
correlação sexo-pecado, pois em sua vivência pessoal a expressão orgânica da
sexualidade seria transgressão dos votos a que haviam se submetido. Este
bloqueio os levava a transmitir aos devotos da religião a noção de
espiritualidade sempre estar ligada ao distanciamento do sexo, daí decorrerem
normas e crenças como a necessidade de se atribuir à Maria uma virgindade, já
que seria “mãe de Deus”.
Os
resíduos da influência da religião dominante no ocidente, observam-se até na
atualidade, quando pessoas bem intencionadas, mas mal informadas, abandonam seu
companheiro ou companheira -que lhe confiou sua entrega na sexualidade- e
partem em busca de uma santificação ou purificação da alma, esquecendo-se que a
lesão psíquica naquele que foi abandonado é ação que gerará reação correspondente
no mecanismo da Lei Universal.
Abstinência
sexual, em casais, muitas vezes decorre da falta de criatividade, alegria, e
mutualidade de interesses na área específica da sexualidade.
A
espiritualização, em nosso planeta pode ser procurada, desenvolvida e
dinamizada sem necessidade alguma de abstinência sexual em casais legitimamente
constituídos e programados antes do renascimento para se apoiarem mutuamente.
Líderes
religiosos de expressão máxima como um dos últimos Papas, chegam a proclamar
que a relação sexual entre casais só deveria ocorrer para a procriação. Postura
que traduz total desconhecimento da necessidade de interação e troca energética
entre casais que se amam. Se o intercâmbio sexual fosse apenas um mecanismo
necessário para a reprodução ainda estaríamos na fase animal onde ocorrem cios
ou períodos específicos para o uso exclusivo do sexo à reprodução.
Por outro
lado, conhecemos na história da humanidade algumas seitas esdrúxulas que
apresentavam, em seus rituais, momentos e espaços a dedicar o ato sexual aos
deuses. Casais se relacionavam, em atos secretos, intercambiando energias com
entidades vampiras em solenidades ritualísticas nas quais Espíritos
desencarnados enfermos da mente locupletavam-se de energias vitais das
atividades sexuais de homens e mulheres.
São
extremos observados no decorrer da evolução da nossa sociedade terrestre e
essas posturas geraram mecanismos medievais de repressão.
A força
sexual da alma deveria ser mais bem compreendida.
Toda a
fisiologia que apresentamos nesta fase de evolução é normal, divina, compatível
com nosso estágio evolutivo e deveria ser dinamizada sempre com ética e amor.
Dr.
Ricardo Di Bernardi - Médico homeopata.
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