Filosofia
Matemática do Existir
O nosso mestre e notável
codificador do Espiritismo, Allan Kardec, viera sabiamente sintetizar nas
primeiras páginas de uma de suas importantes obras, intitulada “A Gênese, os
Milagres e as Predições”, a preciosíssima e altíssima sentença de que:
“Para Deus, o passado e o
futuro são o presente”.
Mas o que isto quer dizer?
Traduzindo em miúdos: dir-se-ia que os 4,5 (quatro e meio) bilhões de anos de
existência do planeta Terra, desde as suas primeiras aglomerações atômicas até
hoje – diante da eternidade – seria tal como se o referido tempo não existisse
para Deus em seus aspectos de tempo decorrido, ou, passado, pelo fato de haver
sido vivenciado, e, sempre, em Seu Presente Instante, ou, em Seu Eterno e
Presente Existir, e não na forma como vivenciamos e contamos o tempo,
considerando-o como uma dimensão fragmentada pelo entendimento do intelecto
humano, e, que tenha tido uma duração no passado, que representa uma duração no
presente e que ainda vá ter um determinado período de tempo no futuro.
Mas, se fomos feitos à
imagem e semelhança de Deus, e, se, para Deus, os tempos passado e futuro não
existem, mas tão-somente o presente, então, dia chegará em que nossa visão de
tempo se aproximará da visão do Criador, ou seja: à visão de que tudo quanto existe
só houvera ou haverá de verificar-se em um tempo presente, e onde, até mesmo o
passado, que fora vivido e experienciado por nossa individualidade, não
acontecera a um tempo passado, e sim, em um tempo que fora presentemente vivido
e experienciado, pois que o passado, assim como o futuro, só existem, digamos
assim, em sua virtualidade, sendo que o primeiro já fora vivenciado e, de certa
forma, extinto e apagado, e, o futuro será, também, e igualmente, presentemente
vivido e experimentado na atualidade do ser criado que não mais se submete, ou,
se submeterá, às imposições enganosas e fragmentadas do tempo. E, por isto,
este autor escrevera alhures que:
“Pode-se, pois, afirmar
que o tempo presentemente vivido nada mais é que uma dinâmica de nós mesmos, um
movimento entre o passado e o futuro que não tem existências próprias e
específicas, porquanto só acontecem e se verificam ao âmbito de um presente
estado de existencialidade”.
Quero crer que esta visão
das coisas algo se aproxima da visão do Criador que, num estado de Eterna
Presencialidade em tudo, Deus Tudo Vê por Sua Onipresença, Sua Lei que Tudo
concatena nos mínimos detalhes de forma perfeita, donde não termos como fugir
ou escapar de nossas ações que estão, desde sempre, encerradas em si mesmas pelo
Determinismo da Lei, do eterno presente de Deus n’Ele mesmo e em Sua criação,
ou seja, em nós mesmos, pois que Deus é mais íntimo de suas criaturas do que
suas criaturas são de si mesmas.
Assim sendo, seria como se
disséssemos ou entendêssemos que, para Deus, o antes e o depois se encerram no
agora, no Presente de Tempo Único que é só um (1), e que assim poderia
conceber-se:
(passado) ------------> (presente)
<-------------- (futuro)
significando expressar que
até mesmo o que ainda não foi realizado “concretamente”, ou seja, uma criação
futura ou o vir-a-ser de uma determinada criação Sua, tal perspectiva não
existiria e não existe na concepção divina, mas tão-somente o existencial de Si
mesmo na Sua criação que já está, desde o Fiat supremo, executada e confinada
às Suas eternas Leis no que se denominaria de um Tempo Presente em Deus
[(Tpr)D]. Tal ponto presente, de Eterna Atualidade de Deus, vai conjugar
aspectos filosóficos e matemáticos expressando-se pela disposição equacionária
do que agora, humildemente, estou a denominar como:
Fórmula Presencial Divina
[( Tps + Tpr + Tf t
)] =
[(Tpr)D]
em que cada qual de seus
componentes tem o significado:
(Tps) = tempo passado;
(Tpr) = tempo
presente;
(Tf t) = tempo futuro; e
(Tpr)D = tempo presente em
Deus, Tempo Único, que é só um (1).
E onde os tempos passados
e futuros, constituintes do primeiro termo da formulação, se contraem na
direção do Tempo Único Presente em Deus [(Tpr)D], representando algo que está à
vista d’Ele e que denota a real Presencialidade e Atualidade de Deus em Tudo
quanto existe na criação:
[(passado) -----> (presente) <----- (futuro)] = [(Tpr)D]
[(Tps) ---------- > (Tpr) <------------
(Tf t)) = [(Tpr)D]
[(Tpr)] = [(Tpr)D]
que simboliza o Tempo
Presente em Deus [(Tpr)D], um Tempo Único que, como já descrito, é de
Presencialidade Única (1), ou seja, é só um (1):
[( Tpr / Tpr )] = [( D )]
[( 1 )] = [( D )]
Sendo que o mesmo vale
para o nosso universo, cuja existência está estimada, desde o hipotético
big-bang, em cerca de 15 (quinze) bilhões de anos, mas vai ainda percorrer
outros longos períodos adiante na forma de um Tempo Único (1), Presentemente
Experienciado Por Deus, pois que:
“Tudo Muda na Imutável
Presencialidade Divina”.
Nossa visão de tempo,
portanto, é relativa e fragmentada; a de Deus é Única e Absolutamente Presente
em Tudo. Enquanto que, para Deus, Tudo está perfeitamente pronto, concluído e
finalizado, para nós, tudo está por fazer-se e far-se-á no futuro que, para
Deus, não passa de um detalhe sem importância, um simples termo de conclusão no
Presente Existencial de Si mesmo. Finalizando, tudo poderia resumir-se na
sentença de que:
“O passado e o futuro
convergem para um único ponto presente que é Deus em Sua infinita e imensurável
grandeza cósmica”.
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