Sempre Há Tempo de Corrigir
Algumas crianças dão
sinais muito claros de como será a nova geração.
Uma menina de dez anos fez
o pai se desculpar pelo bullying que cometia com um colega de escola.
A vítima era o americano
Chad Michael, hoje com trinta e quatro anos.
Ele precisava andar ao
lado de professores para não ser perturbado... Pelo fato de ser homossexual.
O time inteiro de futebol
americano atormentava o garoto.
Recentemente, Chad recebeu
uma mensagem muito especial através do Facebook, vinda de um de seus
agressores, Louie Amundson.
A mensagem dizia:
Recentemente eu estava
conversando com minha filha de dez anos sobre pessoas que praticam bullying.
Ela me perguntou se eu já fiz isso com alguém, e, infelizmente, eu tive que
dizer “sim”.
O que veio à minha cabeça
é o quão tolo e mau eu era quando você estava no colégio. Quero me desculpar.
Se morássemos no mesmo Estado eu me desculparia pessoalmente. Nem sei se você
se lembra, mas eu me lembro e sinto muito.
Em entrevista ao jornal
The Mirror, Chad confessou que verteu algumas lágrimas ao ler a mensagem.
Eu sofria bullying por ser
diferente, por ser homossexual e ser pequeno. Eu sofria bullying por qualquer
motivo que uma pessoa possa sofrer bullying. Era horrível.
Chad desejou responder a
mensagem a Louie:
Estou bem comovido com
isso. Obrigado. Aceito seu pedido de desculpas. Em vinte anos você foi a única
pessoa a se desculpar. Espero que você possa dizer a sua filha que você se desculpou
e que nós estamos bem.
É incrível o que vinte
anos e filhos podem fazer com a gente, não é?
Ao comentar a resposta que
recebeu, Louie disse:
Eu me senti lisonjeado,
envergonhado e aliviado ao mesmo tempo. Eu devia desculpas a ele. Ele não me
devia o perdão.
* * *
Ser devedor de alguém é
ter que carregar um peso que não é nosso, que não precisaria ser transportado
por nós por tanto tempo...
Temos prova disso quando
sentimos o prazer, o alívio, a paz interna da libertação.
É certo que o ato de pedir
desculpas não nos redime perante a lei ou perante o outro, mas é o primeiro
passo rumo ao equilíbrio. É o passo do arrependimento.
Reconhecer que errou é
grande vitória da humildade frente ao orgulho, que durante séculos vem sendo
vencedor tantas vezes em nossos campos de batalha internos.
Reconhecer o erro é
autoconhecer-se, descobrir o que não queremos mais para nós, descobrir um
caminho que não vamos mais trilhar.
Reconhecer o erro é
diferente de reconhecer-se errado. Não somos errados, estamos ainda acertando e
errando, o que é muito diferente. Temos que nos dar novas chances sempre,
chances de acertar, chances de começar de novo.
Após o erro e o
arrependimento deve vir a vontade de reparar, a vontade de seguir em frente, e
não o desânimo por se achar incapaz, por se achar menor.
É o processo educacional
do Espírito. Não há vergonha em se equivocar. Há beleza em reconhecer seus
desatinos e corrigi-los, pois sempre há tempo de corrigir.
Pensemos nisso: sempre há
tempo de corrigir.
Redação do Momento Espírita, com base em reportagem
de Gabriel Nambu, do
site Portal Vírgula, de 17.5.2015.
Em 31.8.2015.
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