A Corrupção
dos Outros
Quando avaliamos a situação geral do nosso país, ou talvez
pudéssemos afirmar, do mundo, existe uma variação de opiniões entre as pessoas,
uns dizem que o grande problema é a educação, outros a saúde, uns afirmam ser a
violência e outros ainda que é a falta de emprego...
Porém, dentro de uma análise mais ampla e sem que cada um
veja suas necessidades pessoais, na base de todos esses pontos de conflitos e
misérias, estaria a corrupção, afinal é ela que consome os recursos da saúde,
da educação, da violência, da segurança e por aí vai.
No entanto, fica fácil identificar a corrupção nos outros,
principalmente na classe política, afinal, quanto mais poder, maior a
capacidade de fazer o bem ou o mal.
Mas, se a corrupção é tão sistêmica e instalada em nossa
cultura, chegando ao ponto de nos orgulharmos de “ser espertos”, não deve estar
a corrupção apenas num determinado grupo ou partido.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, em Bem-aventurados os
que são Brandos e Pacíficos, no capítulo Obediência e Resignação, lemos um
registro que evidencia a idade desse problema moral, dizendo que: “Ele (Jesus)
veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção”.
Assim, entendemos que a corrupção é um antigo desafeto da
verdade e da paz, o que deve nos alertar para o fato de que devemos combatê-la,
com muito mais ênfase e determinação.
Mas a questão capital é: antes de combatê-la nos outros,
devemos eliminá-la em nós. Sem essa regra sendo respeitada, não existirá o fim
para a corrupção, apenas cada um vai esconder a sua, para evidenciar a dos
outros.
Quando o Evangelho fala sobre os “Falsos Profetas”, o que
são eles senão corruptores da moral e da fé? Sempre a corrupção.
O caminho a seguir é o da eliminação total da corrupção em
nós, não admitir o troco que veio a mais, não aceitar vantagens ou favores que
não sejam legais, nem meios para conseguir nossos objetivos que não sejam
morais.
Combater a corrupção é não vender ou trocar nosso voto, é
não fazer algo ilegal, justificando que todos fazem, é não vender um produto e
entregar outro ou adulterar as leis de trânsito ou de convivência.
Mesmo que nossas leis também sejam equivocadas, devemos
utilizar dos meios possíveis para buscar a regularização, adequação ou
moralização delas – a isso se chama progresso.
Ainda em O Evangelho segundo o Espiritismo, no Resumo da
Doutrina de Sócrates e Platão, lemos no item III: “Enquanto o nosso corpo e a
alma se acharem mergulhados nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos
nossos desejos: a verdade”.
Enquanto que a corrupção é mantida pela ideia de que podemos
fazer errado, porque todo mundo faz, a moral do Cristo nos ensina a fazer o que
é certo, mesmo se ninguém o fizer.
ROOSEVELT ANDOLPHATO TIAGO
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