Regressão
de Memória
S. Xavier
“O homem não pode, nem deve,
saber tudo”, ensinaram os Espíritos Allan Kardec.
Todos nós sabemos, agora, com
o estudo do Espiritismo, que, esquecido do passado, o homem é mais senhor de
si.
Temos certeza também, todos
nós, de que já tivemos outras encarnações, que representaram abençoada
oportunidade de aprendermos a amar e servir ao próximo.
Quase sempre, porém,
deixamo-nos levar pelos maus extintos e malbaratamos a oportunidade.
Depois, quando regressamos à
Espiritualidade, passamos a rogar uma nova vida na matéria e quase sempre,
também, queremos que seja uma vida de dificuldades e provas.
Recordando sua trajetória
evolutiva, um Espírito contou que a muito e muitos anos nutria ódio mortal por
uma mulher. Houvera entre ambos uma disputa qualquer, em torno de terras e joias.
Na erraticidade reconheciam que precisavam reencarnar juntos, como marido e
mulher, para permutar o ódio em amor. Em muitas existências seguidas
deixavam-se dominar pelo instinto, mais pouco a pouco iam progredindo. Nas
últimas encarnações conseguiram, finalmente, a vitória que tanto buscavam. “Em
nossos corações passou a reinar o bem e não o mal”, arrematou.
Haveria ou não utilidade em
fazermos regressão de memória, na busca de conhecer o que fomos, o que fizemos
em existências passadas? Estaríamos preparados para conhecer tudo quanto
fizemos de mal? Saber o quanto prejudicamos ou quanto fomos prejudicados, e
continuar com o mesmo esforço de fraterno relacionamento?
Em julho último Emmanuel
transmitiu-nos em amorável mensagem psicografada por Francisco Candido Xavier,
sábia e esclarecedora mensagem sobre regressão de memória. “Se fomos trazidos à
Terra para esquecer o nosso passado, valorizar o presente e preparar em nosso
beneficio um futuro melhor, porque provocar a regressão de memória do que fomos
ou fizemos simplesmente por questão de curiosidade vazia, ou buscar aqueles que
foram nossos companheiros, afim de regressar aos desequilíbrios que hoje
resgatamos? A nossa própria existência atual nos apresentará as tarefas e
provas que, em si, são a recapitulação de nosso passado em nossas diversas
vidas, ou mesmo, somente de nossa passagem última na Terra fixada no mundo
físico, curso de regeneração em que estamos integrados nas chamadas provações
de cada dia. Por que efetuar regressão de memória, unicamente para chorar a
lembrança dos pretéritos episódios infelizes, ou exibirmos grandeza ilusória em
situações de que, por simples desejo de leviana retomada de acontecimentos,
fomos protagonistas, se já sabemos, especialmente com Allan Kardec, que estamos
eliminando gradativamente as nossas imperfeições naturais ou apagando o brilho
falso de tantos descaminhos que apenas nos induzirão a erros que não mais
desejamos repetir? Sejamos sinceros e lancemos um olhar para nossas tendências”.
Fonte: S.E.I. N. 1241
O trevo – Difusão do Espiritismo Religiosos – Órgão da Aliança
Espírita Evangélica – Fraternidade dos Discípulos de Jesus ( ANO XVIII – São Paulo,
Fevereiro 1992) N. 216
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