quarta-feira, 30 de março de 2016

A traição



A traição
 


Devemos considerar, primeiramente, que esse assunto deve interessar a muitos de nós, pois raras são as pessoas que ainda não experimentaram o amargo sabor de uma traição.

E a recíproca é verdadeira. Poucos de nós estamos isentos de ter traído a confiança que alguém depositou em nós, em algum momento da vida.

Essa situação reflete as condições morais dos Espíritos reencarnados na face da Terra.

Até mesmo o Espírito mais perfeito que a Terra conheceu, não ficou isento à traição.

Jesus de Nazaré, que era todo sinceridade, fraternidade e afeto, sentiu na face o beijo do amigo traidor.

Após anos de convivência...

Muitos momentos compartilhados...

O afeto dividido no convívio diário...

Caminhavam juntos, todavia, a fraqueza de Judas o levou a atraiçoar o Sublime Amigo, entregando-O aos inimigos, com um gesto de extrema intimidade: um beijo.

Judas havia acertado que denunciaria o Cristo com um beijo, já que não tinha coragem de fazê-lo verbalmente diante dos demais amigos. Jesus, todavia, sabia da finalidade daquele ósculo, pois falara, anteriormente, que um dos Seus O trairia.

Diante da negação de Pedro, Jesus fala da fragilidade das almas que ainda não descobriram os verdadeiros valores da vida.

Jesus sorveu novamente a taça amarga da traição no momento de Sua crucificação. As mesmas pessoas a quem tinha levado a Boa Nova, havia curado, levantado moralmente, e que O aplaudiram na entrada triunfante em Jerusalém, agora O agrediam com gestos e palavras torpes.

Uma vez mais Jesus perdoa e roga: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Judas, caindo em si, não suportou carregar na intimidade a amargura, e, num ato de desespero, buscou o suicídio na tentativa vã de apagar da mente a ação infeliz cometida contra o Amigo devotado e fiel.

A multidão que foi beneficiada pelo Sublime Galileu e que O desprezou na hora final, certamente amargou, ou amarga ainda hoje, o ato de covardia e traição.

Não sabemos se respondemos as questões do nosso prezado ouvinte, mas expomos os exemplos do Homem de Nazaré, que temos por Modelo e Guia.

Em Seus ditos e feitos, Jesus deixa claro que a melhor atitude de nossa parte, é o perdão.

E em todas as circunstâncias, é melhor sofrer uma traição do que ser o traidor, pois esse, quando se der conta da sua fraqueza, sentirá nas profundezas da alma, o gosto amargo do arrependimento, e certamente buscará reparar a falta junto àqueles a quem traiu.

Quanto ao traído, de nada terá que se arrepender, desde que não busque a vingança, e saiba seguir o exemplo de Jesus, entendendo que os homens são mais frágeis, que verdadeiramente maus.

*   *   *

A justiça conduz a taça que envenenamos aos nossos lábios, da mesma forma que nos traz o perfume das flores que semeamos.

Assim, se hoje sentimos a navalha da traição dilacerando as fibras da nossa alma, pensemos que talvez sejamos o traidor de ontem. E a mesma dor que ora sentimos, quiçá tenhamos provocado nos mesmos Espíritos que hoje nos negam fidelidade.

Assim, seja qual for a nossa situação, lembremos os ensinos de Jesus, e busquemos junto ao Seu coração magnânimo, as forças para seguir-lhe os exemplos.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.07.2010.


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