Respeito
Independentemente de crença, de raça, de sexo, de
posição social, de condição econômico-financeira, de cultura, e até mesmo de
idade, em verdade, todo ser humano merece respeito.
Lamentavelmente, nem sempre tem sido assim, uma vez
que continuam a prevalecer em nosso meio, em nosso planeta Terra, o orgulho e o
egoísmo, sem dúvida alguma as duas maiores chagas da Humanidade.
Recorrendo ao dia-a-dia, desde logo veremos como
ainda é forte a presença do egoísmo e, por conseguinte, da falta de respeito ao
semelhante.
Com efeito, para exemplificar, quando furamos a
fila, seja do que for, estamos partindo do pressuposto de que o nosso tempo é
mais importante do que o dos outros, que chegaram antes, e sobretudo estamos
agindo em completo desrespeito às mais comezinhas regras de convivência em
coletividade, ainda que não escritas.
De igual modo, se vamos a um teatro assistir a uma
palestra e, além do lugar que ocupamos, colocamos qualquer objeto no assento ao
lado com o intuito de guardá-lo para um amigo que está atrasado, evidentemente
estaremos nos comportando com reprochável egoísmo, em detrimento de outras
pessoas, que já chegaram àquele auditório, mas que não podem se utilizar dos
assentos porque já estão "ocupados". Egoísmo e falta de respeito.
São milhares os exemplos, que estão ao nosso
derredor, de egoísmo e de orgulho, assim como de sua filha predileta, a
vaidade.
E é facílimo concluir que todos querem ser
respeitados, tanto assim que o brocardo popular diz que "respeito é bom e
eu gosto". Todos gostam.
Se assim é, de todo conveniente que perguntemos: o
que será preciso fazer para introduzir o respeito entre nós, de modo
generalizado?
Pensamos ser indispensável que cada um enxergue no próximo
um irmão e faça a ele o que gostaria que ele lhe fizesse, respeitando-o sempre,
quaisquer que sejam as circunstâncias, os fatos e a situação.
Será excelente se conseguirmos nos colocar com
exatidão no lugar do outro, procurando pensar como ele, em melhores condições
de entendimento, portanto, particularmente no que tange ao modo como
desejaríamos ser tratados.
É claro que esse aprendizado é lento e há de ser
alcançado de maneira gradual, com o emprego de nossa vontade férrea de acertar
e com os formidáveis recursos da disciplina e da determinação para alcançar
esse desiderato.
Mas, que não percamos de vista, não há nenhuma razão
para desânimo, uma vez que a própria Natureza não dá saltos, de maneira que
tudo se consegue devagar, devagarinho, a pouco e pouco.
É importante, importantíssimo, assim, que cada um
faça a sua parte e faça-a bem, com o máximo de esmero, com o que estará
prestando notável contributo para a harmonia e para o equilíbrio das relações
humanas!
E o respeito começa em nós, em nossa intimidade,
sendo necessário respeitar-se para respeitar a outrem, razão pela qual uma das
bandeiras do Espiritismo é a reforma íntima, para melhor, buscando-se
transformar quanto possível o homem-velho que insiste em prevalecer em
nossas atitudes e decisões.
O respeito há de ser geral, respeito à própria vida
e à sua preservação, respeito à Natureza, respeito aos animais, aos vegetais e
aos minerais, mas, sobretudo, respeito ao homem, essa complexa criatura de
Deus, que um dia atingirá a perfeição relativa e a felicidade suprema, destino
final de todos os seres humanos.
Todos aspiramos ser respeitados. Respeito é bom, é
ótimo, e dele todos nós gostamos. Está em nossas mãos obtê-lo. Em nosso próprio
benefício, assumamos um auto compromisso: a partir de agora, deste exato
instante, procuraremos agir com respeito, com profundo respeito, com respeito
sempre!
(Jornal Mundo Espírita de Maio de 1999)
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