TERAPIA DO PERDÃO
por
Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
É
imperioso e mesmo urgente o impositivo do perdão incondicional, de modo que a
paz se estabeleça por definitivo na consciência humana.
Enquanto
vicejam os sentimentos de desforço, de animosidade, de rebeldia em relação a
pessoas ou a acontecimentos perturbadores, também permanecem os distúrbios da
emoção que afetam a saúde fisiológica e o comportamento.
Por mais
graves hajam sido as ofensas e agressões sofridas, sempre mais infeliz é aquele
que aos demais perturba, mesmo que, conscientemente, não tenha ideia da
gravidade sobre a conduta infeliz.
Compreensivelmente,
aquele que é ofendido se crê no direito de justificar-se, demonstrando o erro
que o outro cometeu em relação à sua pessoa, ou, pelo menos, reservar-se,
permanecer à distância, mantendo o ressentimento que decorre da injustiça de
que se vê vítima.
Tal
postura, no entanto, somente lhe trará aborrecimentos e perturbações, porque
terminará por desequilibrá-lo.
Qualquer
tipo de ressentimento preservado transforma-se em morbo que afeta aquele que o
conduz, ao tempo em que vitaliza a ocorrência infeliz, mantendo-a sempre
presente na memória e na emoção.
Da mesma
forma como se torna difícil esquecer a ocorrência danosa, o que exige um grande
esforço da vontade, a sustentação da mágoa somente lhe piora os efeitos no
sistema emocional.
O ódio, o
ressentimento, o medo, o ciúme, o remorso afeta poderosamente o organismo,
embora a sua procedência emocional.
As altas
cargas vibratórias danosas que são atiradas pela mente no sistema nervoso
central irão afetar o sistema circulatório com resultados negativos para o
respiratório, ao tempo que as glândulas endócrinas serão prejudicadas pelas
energias captadas, encaminhando-as ao sistema imunológico que se desestrutura.
Grande
número de enfermidades orgânicas e transtornos psicológicos procede dos
sentimentos atribulados.
Há
pessoas que sabem manipular palavras e situações com habilidade felina, quando
desejam prejudicar a outrem. São pusilânimes e insensíveis a tal ponto que se
fazem acreditadas, arquitetando planos danosos que executam com naturalidade,
comprazendo-se em infelicitar todo aquele a quem não conseguem suplantar.
Quando se
fazem inimigas de alguém, são estimuladas na perversidade que lhes constitui os
sentimentos vis, mentindo e caluniando com naturalidade, de forma que os
objetivos que perseguem sejam alcançados.
Quase
sempre preferem inimizades a afetos, discussões infindáveis e perturbadoras a
conciliação e paz, urdindo intrigas em que se comprazem, quando poderiam
silenciar acusações indébitas e esforçar-se por manter contatos saudáveis.
São
enfermos da alma que ignoram as doenças ou preferem continuar nesse estágio
ainda primário da evolução.
Qualquer
tipo de revide às suas agressões somente lhes constituirá estímulo mórbido para
que prossiga na infame conduta.
...
Perdoa
todos quantos te ofendem, sem manter qualquer tipo de ressentimento em relação
ao mal que pensaram fazer-te.
Se
considerares a agressão que te foi dirigida como sendo uma experiência de que
necessitavas para evoluir, permanecerás invulnerável às suas sórdidas consequências.
Todavia, se te permitires intoxicar pelas vibrações que dela decorrem, ficarás
vinculado àquele que prefere afligir-te, ante a impossibilidade que sente de
amar-te.
Perdoa
sempre, porque os maus e infelizes, quando detestam e malsinam o seu próximo,
não sabem o que estão fazendo.
Volverão,
hoje ou mais tarde, pelos caminhos ora percorridos, recolhendo os cardos da sua
loucura e perversidade, que se lhes cravarão nas carnes da alma,
convidando-os ao ressarcimento.
O odiento
perdeu o endereço da vida e desgarrou-se da esperança, jornadeando sem rumo e
em desolação.
Aflige
aos demais porque se encontra aturdido, e os seus momentos de infelicidade são
transformados em agressões que aparentemente o tranquilizam, levando-o a
esgares que são confundidos com sorrisos de vitória.
Não
acreditando nos valores morais que lhe são escassos, não respeita o próximo,
aquele que defronta em toda parte, tornando-se- lhe adversário insano.
Estremunhado,
em face dos desajustes que experimenta, deseja nivelar todos os demais nos
patamares inferiores em que se detém.
Evitando
esforçar-se para evoluir, pensa que essa é a única atitude que pode tomar como
mecanismo de desforço contra a vida e as criaturas que constituem a sociedade,
que infelizmente antagoniza.
Deslocou-se
do conjunto social por inferioridade que se reconhece possuir, no entanto,
investe contra o grupo, projetando a imagem atormentada que pensa irá inspirar
pavor, porque é incapaz de entregar-se ao amor.
Torna-se
instrumento das Forças do Mal que o utilizam para dar campo ao funesto plano de
perseguição às criaturas humanas, gerando lamentáveis processos de obsessão
individual e coletiva.
Pessoas desse
porte são encontradas amiúde, em toda parte, desde o grupo familiar ao social,
na esfera das atividades profissionais como nos labores da arte, da
investigação científica, das diversões, porque se encontram em estágio inferior
de evolução. Embora algumas apresentem-se bem vestidas, falando com entusiasmo
e correção de linguagem, sendo bem apessoadas, o que importa é o seu mundo
interior, são as suas aspirações e ânsias de progresso, de destaque, de
dominação que, não tornadas realidade, transformam-nas em algozes de individuas
que lhes experimentam a sanha ou dos grupos em que se movimentam.
Perdoa
todo tipo de ofensa e de ofensores, de difamadores, de sequazes do mal. Eles
não merecem as tuas preocupações nem os teus sofrimentos.
Tens
compromissos mais valiosos com a Vida, para perderes tempo com mesquinharias
inevitáveis do processo evolutivo.
Fita os
altiplanos morais e avança conquistando os espaços desafiadores.
Quem teme
tempestades morais não consegue fortalecer-se para as lutas do progresso espiritual.
O teu
adversário é também a tua chance de superação de melindres, de paixões egóicas,
das pequenezes que te assinalam a existência.
Nunca
cedas ao mal, descendo ao nível dos maus. Se os consideras infelizes,
atrasados, melhor razão para que te detenhas em patamar espiritual mais
elevado, descendo somente para ajuda-los e não para competir com eles nos
estranhos comportamentos que assumem.
Perdoar
não significa concordar com o ato infame nem com a pessoa desatinada. Constitui
o ato de não revidar com o mesmo mal, aquele que lhe é dirigido, permanecendo
em melhor situação emocional do que seu antagonista e em paz.
...
Jesus, o
Psicoterapeuta por excelência, quando lecionou o perdão indistinto,
incondicional, permanente, propôs um dos mais formosos procedimentos
proporcionador de saúde e de harmonia pessoal.
Ele
tornou-se exemplo do perdão amoroso, não anuindo com o crime de que era vítima,
também não estigmatizando seus algozes com reproche ou censura.
O perdão
é medicamento valioso para sarar as feridas da alma e instalar áreas de
bem-estar e de bem-estar na mente e na emoção.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium
Divaldo P. Franco, na noite de 23 Jun 04, em Beijing, China.)
Fonte:
Revista Reformador, de abril de 2005.
Link: http://fems.org.br/Registro.aspx?id=20160112115429&Tipo=artigos
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