Indiferença Moral
No livro “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos sábios conselhos, alertas,
chamamentos de atenção por parte de Espíritos nobres, que seguramente trabalham
em prol do bem e da nossa felicidade.
Um deles escreveu
o seguinte:
Cada
época é marcada com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou
perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a
indiferença moral.
Muitos
poderão dizer que não acreditam nos Espíritos, e simplesmente ignorar essas
palavras.
Mas uma
coisa é certa: trata-se de uma grande verdade.
A nossa
época é notável pelas conquistas intelectuais, mas lamentavelmente marcada pela
indiferença moral.
Quando
vemos, nas mídias, de maneira escancarada, a mentira, a corrupção, a
hipocrisia, temos que dar razão aos Sábios do espaço, que nos observam atentos.
Pessoas que
estão no poder se chafurdam na corrupção e zombam do povo diante das câmeras,
numa demonstração vergonhosa de indiferença e desrespeito por aqueles que os
colocaram na posição de mando.
Pais
observam, passivos, o mau-caráter de filhos tiranos, violentos, que pisam nos
sentimentos alheios como quem esmaga um verme infeliz.
Jovens,
filhos de pais que fazem as leis ou que deveriam exigir o seu cumprimento, são
os primeiros a desdenhá-las, desrespeitá-las, com visível cinismo, como se
estivessem acima do bem e do mal.
Mães que
maltratam filhos indefesos ou os jogam no lixo, como se fossem dejetos fétidos
dos quais desejam se livrar.
Hordas de
pessoas que se dizem injustiçadas invadem propriedades alheias com armas em
punho, com violência, e com a certeza de contar com a impunidade e a
indiferença das autoridades...
Povos
inteiros são massacrados, subjugados, quase exterminados, por nada... Apenas
para que o mundo veja quem tem mais poder...
São
realmente tempos de grande indiferença moral, não há dúvida...
Parece,
mesmo, que o mundo vai acabar em corrupção, em conluios, conchavos, interesses
mesquinhos de toda ordem...
E isso tudo
acontece diante das vistas dos intelectuais do terceiro milênio, daqueles que
deveriam e poderiam usar os veículos de comunicação para conter essa “tsuname”
moral que tudo arrasta, poderosa...
Diante de
uma geração que assiste a tudo em tempo real, graças aos avanços
tecnológicos...
E as pessoas
de bem se perguntam, desoladas: “Que mundo é esse? Que tipo de pessoas está com
as rédeas do planeta nas mãos?”
Não se pode
negar, todavia, que muitas estão indignadas, mas, lamentavelmente, a nossa
indignação não sai do conforto do sofá, na sala aconchegante, de dentro da
segurança de nossos lares.
São tempos
de indiferença moral, de passividade, de insensibilidade generalizada,
certamente.
No entanto,
devemos convir que se todos quiséssemos, poderíamos “emparedar” e retirar de
cena os malfeitores, em pouco tempo.
Isso sim
valeria a pena. Mas a maioria prefere pagar para opinar nos shows de
faz-de-conta, como se isso lhes garantisse alguma vantagem real.
...E assim
vamos vivendo, de ilusão em ilusão...
E a
indiferença vai se alastrando, destruindo, entorpecendo, infelicitando,
aniquilando a esperança...
Se você é
uma dessas pessoas que está indignada com a situação, faça alguma coisa. Aja de
alguma forma. Escreva. Fale. Manifeste-se. Cobre atitudes dos governantes. Mas
faça isso com serenidade e bom senso, sem violência.
Considere
que toda atitude violenta não faz sentido, quando o que se pretende é
justamente o contrário.
Pense nisso,
e não fique só na indignação.
Equipe de Redação do Momento
Espírita, com base no cap.IX, item 8, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ed.
FEB.
Limk:http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1338&stat=3&palavras=indiferen%C3%A7a&tipo=t
Imagem: Marco A. C. Neves
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