Injustiça ou
Reparação?
Tudo se
encadeia e se liga no Universo. Todos os acontecimentos físicos como os morais,
dos mais simples aos mais complexos, são regulados por uma lei; todo efeito
está ligado, invariavelmente, a uma causa. O princípio da justiça tem aí seu
nascimento, a lei distributiva, ou seja, a cada um segundo as suas obras.
Todos os
nossos pensamentos, palavras e atos geram consequências que influenciam todo o
Universo, mas, os efeitos deles retornam sobre nós mesmos. O mal, do mesmo modo
que o bem, volta ao seu ponto de partida em razão da afinidade de sua
substância.
Se essa
questão, como acima discorremos, fosse entendida por todos, como seria a nossa
sociedade?
Sabemos que
somente a educação é capaz de transformar e aperfeiçoar as criaturas. Para uma
sociedade nova é necessários homens novos. Não basta ensinar à criança os
elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente
e racional, é tão necessário como saber ler e escrever. Precisamos aprender a
entrar na luta, não só a material, mas principalmente, estarmos preparados para
a luta moral. Na escola, assim como na família, há, infelizmente, muita
negligência em esclarecer a criança sobre os seus deveres e sobre o seu
destino. A moral da escola, desprovida de sanção efetiva, sem ideal verdadeiro,
é estéril e incapaz de reformar a sociedade. Mais pueril é, ainda, o ensino
dado pelos estabelecimentos religiosos, que, na sua maioria, apenas formam
fanáticos e supersticiosos, e que longe está de revelar as verdades sobre a
vida presente e a futura.
Desse
modo, desguarnecida de princípios elevados, ignorando questões altamente
relevantes, como a sua própria destinação espiritual, lança-se no mundo, na
vida pública, prendendo-se a todas as ciladas e todos os arrebatamentos da
paixão. Ignorando as responsabilidades, a vida futura, a necessidade da
reparação do mal realizado, entrega-se ao meio sensual e corrompido.
Necessitamos
passar por uma higiene da alma, reafirmando os valores morais como obrigação de
todos os que não se descuidam dos seus próprios destinos. Assim como cuidamos
do corpo físico, mais ainda devemos cuidar do Espírito.
O
Espiritismo fornece-nos elementos para essa higiene da alma.
O
conhecimento do porquê da existência é de consequência incalculável para o
melhoramento e elevação do homem. Pensaremos mais sobre os nossos atos e, ainda
que as nossas imperfeições sejam vez ou outra pedra de tropeço para nós mesmos,
prosseguiremos, levantando-nos e reerguendo a fronte rumo à vida eterna.
Por: Martha
Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo.
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