O VELHO MUNDO
Retorno,
mais uma vez, à Europa, numa sucessão de viagens desde há 31 anos contínuos,
para divulgar o Espiritismo. As recordações das cidades formosas e atraentes
voltam-me à mente numa comparação com os dias atuais, nos quais, o medo, o
desconforto moral, a insegurança fazem-se presentes em, praticamente, todas as
cidades, ricas sob os mais variados aspectos e afligidas entre as
circunstâncias inesperadas de que são objeto. Em toda parte quase, são
encontradas as marcas do repúdio e do rancor num crescendo assustador. A
solidariedade inicial aos sofredores que diariamente atravessam o Mediterrâneo
em busca de um lar, de uma nova oportunidade, cede lugar ao ressentimento e ao
armamento das emoções que se enclausuram, objetivando a sobrevivência aos
infelizes atos de terrorismo.
Rememorando
o passado relativamente remoto, vejo as caravelas europeias viajando na direção
do Oriente com objetivos imperialistas e dominadores, escravizando populações
que foram dizimadas, povos que se transformaram em objeto de cobiça, recursos
de toda espécie que foram transferidos para embelezamento e deleite dos
poderosos e cultos dominadores. Esquecidos da cultura de cada raça, das suas
origens e destinações, da misericórdia de Deus que a todos nos fez à “Sua
imagem e semelhança”, na essência daquilo que somos, compraziam-se em
atormentar e destruir. Hoje experimentam o retorno dos dislates da crueldade. O
tema é credor de reflexão, a respeito da Lei de Causa e Efeito, utilizada pelo
Espiritismo para explicar as aflições humanas e das sociedades.
O indivíduo
é semeador da própria existência e responsável pelos atos que se permite,
colhendo conforme a ensementação, porquanto nunca é possível fugir-se da
consciência vigilante, mas que, de quando em quando, permanece entorpecida. Viver,
portanto, de acordo com a sublime filosofia do Pensador de Nazaré, o Jesus, é
de valor inestimável para a construção da própria felicidade. Penso, então, no
mundo de amanhã.
Fonte: Artigo de Divaldo
Franco, publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 05-05-2016
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