Irresponsabilidade
“O
amadurecimento do ser humano inicia-se, quando cessam suas acusações ao mundo.”
Os
acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas
atitudes internas.
A princípio,
podemos relutar para assimilar e entender esse conceito, porque é melhor
continuarmos a acreditar que somos vítimas indefesas de forças que não estão
sob o nosso controle.
Efetivamente,
somos nós mesmos que fazemos nossos caminhos e depois os denominamos de
fatalidade.
Nosso modo
de pensar atrai nossas experiências, pois pensar é um ato contínuo de escolher.
Evitar não
pensar é também uma escolha; portanto, somos nós que fabricamos as fibras que
confeccionarão a textura da nossa existência.
É inevitável
para todos nós o fato de que vivemos, invariavelmente, escolhendo.
A condição
primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para que possamos viver, torna-se
indispensável escolher sempre.
Nossa
existência se faz através de um processo interminável de escolhas sucessivas.
Quando
selecionamos um determinado comportamento cujo resultado é possível prever,
estamos também escolhendo esse mesmo resultado e, obviamente, devemos aceitar a
responsabilidade de tal fato.
O indivíduo
que não aceita a responsabilidade por seus atos e constantemente cria álibis e
recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo.
O ser adulto
se caracteriza pelo fato de que ele próprio delimita seu código de conduta
moral; já alcançou um certo grau de independência interior e faz seus
julgamentos baseados em sua autonomia.
Eis aqui um
fato incontestável da vida: o amadurecimento do ser humano inicia-se quando
cessam suas acusações ao mundo.
Os
amadurecidos já atingiram um bom nível de relacionamento consigo mesmos e, consequentemente,
com os outros.
Por isso
resolvem facilmente tanto os conflitos internos como os externos
Dessa maneira,
assumem as responsabilidades que lhes competem e estão despertos para a
realidade.
Entretanto,
há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino cruel e censuram tudo e
todos, menos eles mesmos.
Recusam,
sistematicamente, a responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa
às circunstâncias e às pessoas, bem como não reconhecem a conexão existente
entre os fatos exteriores e seu comportamento mental.
No íntimo,
essas pessoas não definiram limites em seu mundo interior e vivem num verdadeiro
emaranhado de energias desconexas.
Os limites
nascem das nossas decisões profundas sobre o que acreditamos ser nossos
direitos pessoais.
Nossas
demarcações estabelecem nosso próprio território e determinam as linhas
divisórias de nosso ser individual.
Há um espaço
delimitado onde nós terminamos e os outros começam.
Limites são
o portal dos bons relacionamentos.
Têm como
objetivo nos tornar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes
de nos aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los.
Ser
responsável implica ter a determinação para responder pelas consequências das
atitudes adotadas.
Ser
responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real
compreensão dos acertos e dos desenganos.
Ser
responsável é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a razão do próprio
querer.
A proposta
do “despertar das almas” é antiquíssima e é encontrada em diversas passagens do
Novo Testamento.
O apóstolo
Paulo, o incomparável divulgador da Boa Nova, escrevendo aos Efésios, assim se
reporta: “Desperta, tu que dormes, e levanta-te entre os mortos.”
Despertar,
entretanto, é condição inadiável para que atinjamos as verdades transcendentes,
reavivando em nós a consciência para os objetivos essenciais da eternidade.
Não nos
esqueçamos, pois, de que a evolução de nossas almas nada cria de novo; o que
ela faz é melhorar, progressivamente, nossa visão sobre aquilo que sempre
existiu.
Não existem
“vítimas da fatalidade”.
Nós é que
somos os promotores do nosso destino.
Somos a
causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.
Aceitar o
princípio da responsabilidade individual e estabelecer limites descomplica
nossa vida, tornando-nos cada vez mais conscientes de tudo o que acontece em
nosso derredor.
Escolhendo
com responsabilidade e sabedoria, poderemos transmutar, sem exceção, as
amarguras em que vivemos no momento atual.
Autor:
Francisco do Espírito Santo Neto – pelo Espírito Hammed – extraído do livro “As
dores da Alma” (www.boanova.org.br).
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