As Zonas Purgatórias
e as Trevas
Data: 17 de
outubro de 2012
Dando continuidade às palavras do
companheiro Joseph Gleber, gostaria de tecer alguns comentários sobre esse tema
deveras importante, relativos às influências da escuridão que se fazem sentir
na seara do Cristo.
Precisamos, todos nós, estar cientes de
que orações memorizadas, mas não vivenciadas, peças e itens religiosos, como
crucifixos, terços, livros sacros, água fluidificada ou benta, bem como outros
objetos ou materiais, além de frases de efeito, não são capazes de “afugentar”
aqueles que, na condição de líderes ou mesmo servos, atuam nas falanges da escuridão.
Para que vocês entendam o que procuro
colocar, preciso reforçar o fato de que os trabalhadores da sombra são de dois
tipos básicos: os líderes, seres conscientes e profundamente preparados na
ciência do parasitismo energético, reconhecendo todas as mazelas de nossa alma
vaidosa e orgulhosa; os servos, seres parcial ou totalmente dementados que
trabalham incessantemente e cegamente como batedores de seus mestres à espreita
de vítimas incautas e despreparadas, com as quais passam a manter, por sintonia
entre as partes, profunda relação vampiresca. Enquanto uns determinam a
condições do assédio, os outros executam as manobras vampirizadoras no dia a
dia dessa empreitada.
O que motiva essa contínua abordagem das
forças da escuridão é a parca evangelização do homem encarnado e dos
desencarnados. Aquele que não pratica as máximas deixadas pelo Cordeiro de Deus
abre suas defesas para os que se opõem ao crescimento e auto-determinação do
homem.
As influências que se fazem sentir
originam-se das sintonias que se estabelecem entre as trevas e os amigos que
estão sofrendo o processo, aqui e aí. Os que atacam o fazem de forma precisa e,
aproveitando-se da falta de discernimento evangélico dos seus alvos ou pela
presença de sentimentos de culpa e remorso, que são as portas mais amplas para
a obsessão, produzem quedas maiores. A defesa quase sempre se limita, por falta
de auxílio dos encarnados, a orientações de seus mentores e amigos espirituais,
que raramente são escutados, por falta de reciprocidade da mente das pessoas
envolvidas.
Procuro evitar terminologia científica
ou técnica porque precisamos que todos compreendam a gravidade desse fenômeno
para fortalecer suas defesas frente ao assédio nefasto do mal.
Para que vocês avaliem a diferença entre
o discernimento entre os lideres das falanges da sombra e a de seus alvos
encarnados, posso dizer que é a mesma que existe entre um traficante de drogas
e das crianças, suas vítimas, nas escolas primárias. Que defesas têm a criança,
que até conhece a palavra mágica a ser proferida para seu verdugo naquele
momento em que a droga lhe é oferecida, a palavra NÃO, mas lhe falta, quase
sempre a força para proferi-la? E geralmente essa oferta acaba por adquirir
características tentadoras na mente dos pequenos. Situação abominável essa, mas
entre vocês, adultos ou adolescentes, o mesmo acontece com o assédio do mal,
com o agravante de que são os nossos pensamentos e desejos mais íntimos que
atraem os referidos vampiros, obsessores e seus asseclas.
Nas casas religiosas, principalmente
aquelas que adquirem tons mais dogmáticos e dificultam o crescimento
intelectual do homem, a abordagem das trevas é ainda mais intensa.
Aproveitam-se das lideranças terrenas, que são fracas e despreparadas, que se
esquecem de sua programação reencarnatória e se convertem, com sua vaidade e
egocentrismo, em tirânicos servidores da escuridão, mesmo quando seguram nas
mãos as obras da codificação da Doutrina dos Espíritos, a Bíblia ou todos os
amuletos religiosos ou mundanos. Isso se dá porque não é o que lemos ou os
nossos adornos que elevam o nosso padrão vibratório, mas sim aquilo que
absorvemos e passamos a crer e praticar ao longo de nossos dias.
Aquele que diz “Senhor, Senhor, estou
aqui, perdoa-me”, mas que não perdoa o seu próximo e age como filho da
invigilância é muito mais culpado de suas quedas do que o amigo que desconhece,
em maior ou menos grau, a palavra do Cristo. Muitas são as implicações das
palavras cristãs que dizem que muito será cobrado daqueles para os quais muito
foi oferecido. O conhecimento é importante porque constitui nossa bússola na
busca de novas condições morais e de águas mais mansas para que venhamos a
depositar nossa nau até que novos desafios se façam presentes. Contudo, o conhecimento
implica reforma pessoal e esse processo não conduz somente a mudanças
cosméticas, mas trata da forma como vemos o mundo e respondemos às vicissitudes
da vida.
A existência daquele que vem sendo
assediado logo se converte em um turbilhão de aflições e angústias, geradas não
apenas por problemas pessoais, sérios ou de menor gravidade, mas principalmente
pela sensação de abandono, fracasso, perda de interesse por tudo e, por fim,
desilusão e tristeza profundas. Muitos desses sinais atingem pesadamente os
portadores de depressão e outros problemas de cunho psicológico, que devem
também procurar tratamento especializado, junto à medicina e psicologia, mas
gostaria de frisar que quase sempre esses amigos também envergam as vestimentas
dos quadros obsessivos e do vampirismo, que podem apresentar as mais variadas
cores e formas.
Alguns sugestões podem ser muito úteis
para evitar ou minimizar o assédio das trevas e devemos ponderar sobre elas:
a) Como
pecador e ser imperfeito, perdoa o seu próximo para ser digno do perdão;
b) Não
julgue o alheio para que severo julgamento não lhe seja endereçado;
c) Acalme
toda ira e toda cólera de seu coração, uma vez que, da mesma forma que a culpa
e o remorso, a revolta é porta ampla para a obsessão;
d) Trabalhe
em prol do seu próximo, pois a ociosidade nos torna mais susceptíveis ao ataque
da nossa própria inferioridade;
e) Crê que
o bem constitui caminho que vale a pena ser trilhado;
f)
Abra os braços com compaixão pelos necessitados, porque, no fundo, eles e
nós todos carregamos as marcas vibratórias, espirituais, da indigência moral,
da inércia e da invigilância;
g)
Aprenda a ver a sabedoria escondida em cada pequeno detalhe da vida, com
seus desafios e dificuldades, sendo que o sorriso franco diante do mundo
cotidiano é a indicação mais segura do verdadeiro sábio;
h) Aprenda
a orar ao Criador, pois a oração é uma conversa com o Pai de todos nós;
i)
Confia e persevera, sem desânimo. Antes de julgar o socorro divino, lembre-se que
recebemos do Alto o que mais necessitamos, mas não o que pedimos, desde que o
Pai nos conhece melhor do que nós mesmos;
j)
Cultive a humildade, deixando para trás toda manifestação de vaidade, orgulho,
egoísmo e arrogância;
k) Seja
instrumento do crescimento de sua coletividade, ensinando o que você aprendeu
na jornada da vida, lembrando-se que o melhor professor é aquele que não perdeu
a vontade de aprender e se porta como aluno;
Essas palavras são simples, mas séculos
e milênios serão gastos até que possamos concretizá-las em sua plenitude.
Contudo, de todos os anos que passaremos nessa transformação evolutiva, o
momento mais difícil será o primeiro passo, que daremos quando vencermos o amor
orgulhoso que nutrimos pelo reflexo do espelho à nossa frente e a inércia
egoísta, que faz com que encontremos dificuldades em tudo.
Seja corajoso e retire o convite ao
assédio das adversidades e da escuridão que ainda se encontra estampado em seu
espírito imortal. Despertem para o sentido da vida.
Autoria: Frei Tomás
Médium: Elerson Gaetti
Médium: Elerson Gaetti
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