terça-feira, 26 de abril de 2016

As Zonas Purgatórias e as Trevas (continuação)



As Zonas Purgatórias e as Trevas

 




Data: 17 de outubro de 2012
 
Dando continuidade às palavras do companheiro Joseph Gleber, gostaria de tecer alguns comentários sobre esse tema deveras importante, relativos às influências da escuridão que se fazem sentir na seara do Cristo.
Precisamos, todos nós, estar cientes de que orações memorizadas, mas não vivenciadas, peças e itens religiosos, como crucifixos, terços, livros sacros, água fluidificada ou benta, bem como outros objetos ou materiais, além de frases de efeito, não são capazes de “afugentar” aqueles que, na condição de líderes ou mesmo servos, atuam nas falanges da escuridão.
Para que vocês entendam o que procuro colocar, preciso reforçar o fato de que os trabalhadores da sombra são de dois tipos básicos: os líderes, seres conscientes e profundamente preparados na ciência do parasitismo energético, reconhecendo todas as mazelas de nossa alma vaidosa e orgulhosa; os servos, seres parcial ou totalmente dementados que trabalham incessantemente e cegamente como batedores de seus mestres à espreita de vítimas incautas e despreparadas, com as quais passam a manter, por sintonia entre as partes, profunda relação vampiresca. Enquanto uns determinam a condições do assédio, os outros executam as manobras vampirizadoras no dia a dia dessa empreitada.
O que motiva essa contínua abordagem das forças da escuridão é a parca evangelização do homem encarnado e dos desencarnados. Aquele que não pratica as máximas deixadas pelo Cordeiro de Deus abre suas defesas para os que se opõem ao crescimento e auto-determinação do homem.
As influências que se fazem sentir originam-se das sintonias que se estabelecem entre as trevas e os amigos que estão sofrendo o processo, aqui e aí. Os que atacam o fazem de forma precisa e, aproveitando-se da falta de discernimento evangélico dos seus alvos ou pela presença de sentimentos de culpa e remorso, que são as portas mais amplas para a obsessão, produzem quedas maiores. A defesa quase sempre se limita, por falta de auxílio dos encarnados, a orientações de seus mentores e amigos espirituais, que raramente são escutados, por falta de reciprocidade da mente das pessoas envolvidas.
Procuro evitar terminologia científica ou técnica porque precisamos que todos compreendam a gravidade desse fenômeno para fortalecer suas defesas frente ao assédio nefasto do mal.
Para que vocês avaliem a diferença entre o discernimento entre os lideres das falanges da sombra e a de seus alvos encarnados, posso dizer que é a mesma que existe entre um traficante de drogas e das crianças, suas vítimas, nas escolas primárias. Que defesas têm a criança, que até conhece a palavra mágica a ser proferida para seu verdugo naquele momento em que a droga lhe é oferecida, a palavra NÃO, mas lhe falta, quase sempre a força para proferi-la? E geralmente essa oferta acaba por adquirir características tentadoras na mente dos pequenos. Situação abominável essa, mas entre vocês, adultos ou adolescentes, o mesmo acontece com o assédio do mal, com o agravante de que são os nossos pensamentos e desejos mais íntimos que atraem os referidos vampiros, obsessores e seus asseclas.
Nas casas religiosas, principalmente aquelas que adquirem tons mais dogmáticos e dificultam o crescimento intelectual do homem, a abordagem das trevas é ainda mais intensa. Aproveitam-se das lideranças terrenas, que são fracas e despreparadas, que se esquecem de sua programação reencarnatória e se convertem, com sua vaidade e egocentrismo, em tirânicos servidores da escuridão, mesmo quando seguram nas mãos as obras da codificação da Doutrina dos Espíritos, a Bíblia ou todos os amuletos religiosos ou mundanos. Isso se dá porque não é o que lemos ou os nossos adornos que elevam o nosso padrão vibratório, mas sim aquilo que absorvemos e passamos a crer e praticar ao longo de nossos dias.
Aquele que diz “Senhor, Senhor, estou aqui, perdoa-me”, mas que não perdoa o seu próximo e age como filho da invigilância é muito mais culpado de suas quedas do que o amigo que desconhece, em maior ou menos grau, a palavra do Cristo. Muitas são as implicações das palavras cristãs que dizem que muito será cobrado daqueles para os quais muito foi oferecido. O conhecimento é importante porque constitui nossa bússola na busca de novas condições morais e de águas mais mansas para que venhamos a depositar nossa nau até que novos desafios se façam presentes. Contudo, o conhecimento implica reforma pessoal e esse processo não conduz somente a mudanças cosméticas, mas trata da forma como vemos o mundo e respondemos às vicissitudes da vida.
A existência daquele que vem sendo assediado logo se converte em um turbilhão de aflições e angústias, geradas não apenas por problemas pessoais, sérios ou de menor gravidade, mas principalmente pela sensação de abandono, fracasso, perda de interesse por tudo e, por fim, desilusão e tristeza profundas. Muitos desses sinais atingem pesadamente os portadores de depressão e outros problemas de cunho psicológico, que devem também procurar tratamento especializado, junto à medicina e psicologia, mas gostaria de frisar que quase sempre esses amigos também envergam as vestimentas dos quadros obsessivos e do vampirismo, que podem apresentar as mais variadas cores e formas.
Alguns sugestões podem ser muito úteis para evitar ou minimizar o assédio das trevas e devemos ponderar sobre elas:
a)      Como pecador e ser imperfeito, perdoa o seu próximo para ser digno do perdão;
b)      Não julgue o alheio para que severo julgamento não lhe seja endereçado;
c)      Acalme toda ira e toda cólera de seu coração, uma vez que, da mesma forma que a culpa e o remorso, a revolta é porta ampla para a obsessão;
d)      Trabalhe em prol do seu próximo, pois a ociosidade nos torna mais susceptíveis ao ataque da nossa própria inferioridade;
e)      Crê que o bem constitui caminho que vale a pena ser trilhado;
f)       Abra os braços com compaixão pelos necessitados, porque, no fundo, eles e  nós todos carregamos as marcas vibratórias, espirituais, da indigência moral, da inércia e da invigilância;
g)       Aprenda a ver a sabedoria escondida em cada pequeno detalhe da vida, com seus desafios e dificuldades, sendo que o sorriso franco diante do mundo cotidiano é a indicação mais segura do verdadeiro sábio;
h)      Aprenda a orar ao Criador, pois a oração é uma conversa com o Pai de todos nós;
i)        Confia e persevera, sem desânimo. Antes de julgar o socorro divino, lembre-se que recebemos do Alto o que mais necessitamos, mas não o que pedimos, desde que o Pai nos conhece melhor do que nós mesmos;
j)        Cultive a humildade, deixando para trás toda manifestação de vaidade, orgulho, egoísmo e arrogância;
k)      Seja instrumento do crescimento de sua coletividade, ensinando o que você aprendeu na jornada da vida, lembrando-se que o melhor professor é aquele que não perdeu a vontade de aprender e se porta como aluno;
Essas palavras são simples, mas séculos e milênios serão gastos até que possamos concretizá-las em sua plenitude. Contudo, de todos os anos que passaremos nessa transformação evolutiva, o momento mais difícil será o primeiro passo, que daremos quando vencermos o amor orgulhoso que nutrimos pelo reflexo do espelho à nossa frente e a inércia egoísta, que faz com que encontremos dificuldades em tudo.
Seja corajoso e retire o convite ao assédio das adversidades e da escuridão que ainda se encontra estampado em seu espírito imortal. Despertem para o sentido da vida.

Autoria: Frei Tomás
Médium: Elerson Gaetti




 

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