Renúncia
A renúncia é
o ato dos mais dignos de ser exercitados pelo ser humano, e também um dos mais
difíceis, pois requer, de quem renuncia, algo mais que boa vontade, ou seja,
compreensão, paciência, benevolência, caridade, solidariedade e amor.
Às vezes temos
que renunciar àquilo que desejamos, porque nem, sempre o que queremos é o de
que precisamos. Nossos desejos não são necessariamente o melhor para nós, e na
maioria das vezes, o que queremos pode não trazer a satisfação desejada quando
finalmente conquistado.
É exatamente
por isso que, quando desejamos alguma coisa, por um lado devemos nos esforçar e
ter persistência para consegui-la, mas por outro lado devemos estar dispostos a
abrir mão daquilo que não devemos ter.
Quando se
trata de relacionamentos no campo dos sentimentos, o certo é querer encontrar
uma pessoa que se afine conosco, uma espécie de alma gêmea, mas precisamos,
também, saber que podemos estar enganados, e ter a coragem de renunciar, em
caso de identificação de alguma coisa que possa tolher a nossa felicidade junto
ao objetivo que almejamos.
O ato de
renunciar, sublime na sua essência, só pode ser conquistado por aqueles que já
vivenciaram muitas experiências e, consequentemente, já se decepcionaram muitas
vezes, estruturando dentro de si mesmos uma fortaleza íntima que os leva a
selecionar o que realmente os fará felizes, mesmo que aparentemente isso se
mostre contrário.
Quem já
consegue exercitar atos de renúncia certamente está avançando com rapidez no
caminho da evolução infinita, superando obstáculos com pouca dor e
estabelecendo laços de amizade e fraternidade nos caminhos por onde passa. Deus
nem sempre nos dá aquilo que desejamos, mas certamente nos envolve com tudo
aquilo de que precisamos para a nossa caminhada gloriosa na direção do
infinito.
Nem tudo que
queremos se realiza, por isso tome cuidado, pois a confiança exagerada pode acabar
sendo prejudicial. É necessário manter os olhos bem abertos diante da vida,
pois diuturnamente uma enxurrada de sentimentos invade o nosso coração. Observe
com calma quem está ao seu redor e repare nas coisas boas que as pessoas fazem
para você. Conduza suas ações por conta própria, mesmo porque você é o único
condutor do seu destino, e permaneça atento, pois alguma coisa vai mudar e você
precisa descobrir o que será.
Fonte: Livro Janelas da
Alma – Djalma Santos – Editora Vozes
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