sábado, 9 de abril de 2016

SONHOS – VISÃO ESPÍRITA



SONHOS – VISÃO ESPÍRITA
 
Ricardo Di Bernardi




Um tema de interesse universal, desde as mais remotas eras: sonhos.
Seja qual for o nível cultural, socioeconômico ou mesmo espiritual, o homem sempre se interessou por este assunto.
Afinal, o que significam os sonhos ou as chamadas manifestações oníricas?
Terão validade as tentativas de interpretação dos mesmos?
Até que ponto a visão psicanalítica é verdadeira?
Buscando compreender o sentido real dos sonhos vamos encontrar em “O Livro dos Espíritos” a afirmação de que aqueles que tiveram sonos ou sonhos inteligentes mais facilmente se integrarão aos planos espirituais superiores após o desencarne.
Referem-se os espíritos aos sonhos onde ocorre o desprendimento espiritual e o indivíduo participa ativamente de trabalhos no plano extra físico tornando útil ao espírito este período da vida.
De nossa presente existência, 30%, aproximadamente, passamos dormindo. Se não procurarmos usar este período de maneira útil ao nosso semelhante e a nós mesmos, já estamos perdendo boa parte da reencarnação. Dr. Waldo Vieira, médium que juntamente com Chico Xavier recebeu inúmeras obras de grande importância para nosso desenvolvimento espiritual, tem escrito muito sobre projeção consciente (desprendimento).
Trata-se do desenvolvimento de uma técnica específica para a saída consciente do espírito para fora do corpo físico.
A técnica bem conduzida recomenda, antes de dormir, manter contato pela prece com a espiritualidade superior, visando, durante o sono, um contato efetivo e dentro dos limites da cosmoética. Orientam-nos também, diversos autores, de como orar pedindo para não permanecermos presos ao corpo físico durante o sono, ao contrário, nos libertemos sob o amparo de nossos orientadores.
A respeito deste  tema  recomendamos  a  obra  “Projeção da Consciência”, do autor acima citado*.
Os sonhos de desprendimento ou sonhos espíritas ou ainda chamados sonhos espirituais não são, no entanto,   os   que   sempre   ocorrem   conosco.  
Podemos   classificar   os   sonhos   de   maneira   bastante sintética:
1º) Sonhos comuns;
2º) Sonhos Reflexivos;
3º) Sonhos Espíritas (veja “Estudando   a   Mediunidade”, de Martins Peralva).
Os sonhos comuns são as impressões que o nosso cérebro   registrou   durante   o   dia,   portanto   impressões  conscientes,  que  vêm  à  superfície  durante   o   sono.  
Todas   as   nossas   emoções psicológicas ou sensações físicas agradáveis  e  desagradáveis vividas  durante  o  dia  afloram  no  período   do   sono,   muitas   vezes   sem   ordem   cronológica tampouco ordem de locais e pessoas.
Exemplo:  durante o  dia  tivemos  emoções  como  nossos  colegas  de  serviço,  com  nossos  pais,  nossa noiva, no supermercado, etc... à noite, estas emoções vêm à nossa consciência sem qualquer ordem lógica (veja “O Consolador” de Emmanuel). Sobretudo, a   inversão   da   ordem   dos   acontecimentos   e   a   troca   ou   inversão   dos   personagens é peculiar a este primeiro grupo de sonhos.   Frequentemente   estes sonhos,  ditos   comuns, são como um filme em preto e branco, ou seja sem cores.
Os   sonhos   reflexivos   constituem   o   segundo   grupo. Estes sonhos são mais significativos para o nosso   autoconhecimento.   Produzem-se   como   reflexos de nosso inconsciente presente (registros desta vida)  bem  como  do  inconsciente  pretérito  (arquivos  espirituais  de  vidas  passadas).  Veja “Forças Sexuais da Alma” de Jorge  Andrea).
Nestes  sonhos  as  fortes  impressões  por  nós  vividas   tanto   nesta   vida   ou   em   encarnações   pretéritas chegam a superfície do conhecimento.
Aquelas   impressões   que   nos   marcaram   profundamente ou se  repetiram  muitas  vezes  passam a se expressar como um eco forte. Se as manifestações   oníricas   são   desagradáveis,   devemos   orar   e   solicitar   proteção   superior   e   sobretudo extrair destas impressões as lições que pudermos.
Nestes   sonhos   reflexivos   como   nos   sonhos   comuns, o espírito permanece pouco desdobrado ou seja mais fixo ao corpo físico.  Os sonhos reflexivos podem ser ou não coloridos, ao contrário dos “Sonhos Espíritas” que sempre são coloridos, pois a visão que se obtém é a visão do Espírito em franco desprendimento.
Os   sonhos   deste   último   grupo   também   poderíamos   denominá-los sonhos (ou   manifestações oníricas) espirituais  ao  invés  de  espíritas. Denominação que se nos afiguraria mais holística   e   sem   conotação   específica   com   a   doutrina espírita, já que estes  sonhos  não  são  apanágio de nenhuma filosofia ou exclusividade de membros de uma doutrina.
Nos sonhos espirituais há o contato do  espírito  desdobrado  do  corpo  físico  com  outros  espíritos  encarnados  ou  desencarnados.  Há execução de  tarefas, atividades diversas, frequência a palestras na dimensão extrafísica e assim por diante.
Os indivíduos costumam  relatar  diálogos  com  parentes  ou  amigos  desencarnados,  recados  ou  pedidos (estes nem sempre válidos), de espíritos que já vivem na dimensão espiritual.
Demos, pois, uma visão sumária do tema sonhos, passando e passeando  muito  rapidamente,  por  entre  obras  de  Emmanuel,  Waldo  Vieira,  Jorge  Andrea,  Martins  Peralva  e  Kardec.  Vale a pena  pesquisar, trata-se de um tema com muitas facetas ainda inexploradas...
*  Nota  do  autor:  A referida  recomendação  não  é  extensiva  a  todas  as  obras  do  Dr. Waldo  Vieira   em função de termos algumas divergências de opinião.


Fonte: Jornal Ramatis - Edição nº 51 - Setembro / Outubro de 2011

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