SONHOS – VISÃO ESPÍRITA
Ricardo Di Bernardi
Um tema de interesse
universal, desde as mais remotas eras: sonhos.
Seja qual for o nível
cultural, socioeconômico ou mesmo espiritual, o homem sempre se interessou por
este assunto.
Afinal, o que
significam os sonhos ou as chamadas manifestações oníricas?
Terão validade as tentativas
de interpretação dos mesmos?
Até que ponto a visão psicanalítica
é verdadeira?
Buscando compreender o
sentido real dos sonhos vamos encontrar em “O Livro dos Espíritos” a afirmação
de que aqueles que tiveram sonos ou sonhos inteligentes mais facilmente se
integrarão aos planos espirituais superiores após o desencarne.
Referem-se os espíritos
aos sonhos onde ocorre o desprendimento espiritual e o indivíduo participa ativamente
de trabalhos no plano extra físico tornando útil ao espírito este período da
vida.
De nossa presente
existência, 30%, aproximadamente, passamos dormindo. Se não procurarmos usar
este período de maneira útil ao nosso semelhante e a nós mesmos, já estamos perdendo
boa parte da reencarnação. Dr. Waldo Vieira, médium que juntamente com Chico
Xavier recebeu inúmeras obras de grande importância para nosso desenvolvimento
espiritual, tem escrito muito sobre projeção consciente (desprendimento).
Trata-se do
desenvolvimento de uma técnica específica para a saída consciente do espírito para
fora do corpo físico.
A técnica bem conduzida
recomenda, antes de dormir, manter contato pela prece com a espiritualidade
superior, visando, durante o sono, um contato efetivo e dentro dos limites da cosmoética.
Orientam-nos também, diversos autores, de como orar pedindo para não
permanecermos presos ao corpo físico durante o sono, ao contrário, nos libertemos
sob o amparo de nossos orientadores.
A respeito deste tema
recomendamos a obra “Projeção
da Consciência”, do autor acima citado*.
Os sonhos de desprendimento
ou sonhos espíritas ou ainda chamados sonhos espirituais não são, no entanto, os
que sempre ocorrem
conosco.
Podemos classificar os
sonhos de maneira
bastante sintética:
1º) Sonhos comuns;
2º) Sonhos Reflexivos;
3º) Sonhos Espíritas
(veja “Estudando a Mediunidade”, de Martins Peralva).
Os sonhos comuns são as
impressões que o nosso cérebro registrou durante
o dia, portanto
impressões conscientes, que
vêm à superfície
durante o sono.
Todas as
nossas emoções psicológicas ou
sensações físicas agradáveis e desagradáveis vividas durante
o dia afloram
no período do
sono, muitas vezes
sem ordem cronológica tampouco ordem de locais e
pessoas.
Exemplo: durante o
dia tivemos emoções
como nossos colegas
de serviço, com
nossos pais, nossa noiva, no supermercado, etc... à noite,
estas emoções vêm à nossa consciência sem qualquer ordem lógica (veja “O
Consolador” de Emmanuel). Sobretudo, a inversão
da ordem dos acontecimentos e
a troca
ou inversão dos personagens
é peculiar a este primeiro grupo de sonhos.
Frequentemente estes sonhos, ditos comuns,
são como um filme em preto e branco, ou seja sem cores.
Os sonhos
reflexivos constituem o
segundo grupo. Estes sonhos são
mais significativos para o nosso autoconhecimento. Produzem-se
como reflexos de nosso inconsciente
presente (registros desta vida) bem como
do inconsciente pretérito
(arquivos espirituais de
vidas passadas). Veja “Forças Sexuais da Alma” de Jorge Andrea).
Nestes sonhos
as fortes impressões
por nós vividas
tanto nesta vida
ou em encarnações
pretéritas chegam a superfície do conhecimento.
Aquelas impressões
que nos marcaram
profundamente ou se
repetiram muitas vezes passam
a se expressar como um eco forte. Se as manifestações oníricas
são desagradáveis, devemos
orar e
solicitar proteção superior
e sobretudo extrair destas
impressões as lições que pudermos.
Nestes sonhos
reflexivos como nos
sonhos comuns, o espírito permanece
pouco desdobrado ou seja mais fixo ao corpo físico. Os sonhos reflexivos podem ser ou não
coloridos, ao contrário dos “Sonhos Espíritas” que sempre são coloridos, pois a
visão que se obtém é a visão do Espírito em franco desprendimento.
Os sonhos
deste último grupo
também poderíamos denominá-los sonhos (ou manifestações oníricas) espirituais ao
invés de espíritas. Denominação que se nos afiguraria
mais holística e sem
conotação específica com
a doutrina espírita, já que estes sonhos
não são apanágio de nenhuma filosofia ou
exclusividade de membros de uma doutrina.
Nos sonhos espirituais há
o contato do espírito desdobrado
do corpo físico
com outros espíritos
encarnados ou desencarnados. Há execução de tarefas, atividades diversas, frequência a
palestras na dimensão extrafísica e assim por diante.
Os indivíduos costumam relatar
diálogos com parentes
ou amigos desencarnados, recados
ou pedidos (estes nem sempre
válidos), de espíritos que já vivem na dimensão espiritual.
Demos, pois, uma visão
sumária do tema sonhos, passando e passeando
muito rapidamente, por
entre obras de
Emmanuel, Waldo Vieira,
Jorge Andrea, Martins
Peralva e Kardec. Vale a pena
pesquisar, trata-se de um tema com muitas facetas ainda inexploradas...
* Nota
do autor: A referida
recomendação não é extensiva a
todas as obras
do Dr. Waldo Vieira
em função de termos algumas
divergências de opinião.
Fonte:
Jornal Ramatis - Edição nº 51 - Setembro / Outubro de 2011
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