A reencarnação na antiguidade e em todas as
civilizações
Algumas
pessoas possuem a falsa ideia de que o conceito de reencarnação ou
renascimento, surgiu com o advento da Doutrina Espírita.
O objetivo
deste breve artigo é fazer uma apresentação histórica desta ideia, seu propósito e seu
mecanismo, dentro de cada cultura e religião e de um modo geral.
O conceito
de renascimento da alma após a separação pela morte
corporal, através de um novo corpo material, está presente em várias
religiões, doutrinas e seitas de diversos povos, desde o começo dos
tempos. Está completamente difundido nas culturas atuais, sendo possível
afirmar que como crença geral, é mais aceito do que repelido. Mas esta ideia
em cada meio onde é encontrada, possui notórias diferenças no modo
pelo qual ocorre.
Mas onde
surgiu essa ideia miraculosa de que o homem tem que retomar um corpo?
Vasculhando
na história, encontramos três principais explicações:
— Da
intuição natural de que o homem vive por um propósito; o de se adiantar
intelectual e moralmente através de sucessivas experiências, na terra ou em
outros mundos.
— Como
produto dos ensinamentos dados a partir das comunicações com os Espíritos,
através da prática da mediunidade, que é também tão antiga quanto o mundo.
— De forma
mais objetiva e mensurável, e que em certas circunstâncias é uma forte
evidência; diz respeito as investigações feitas com algumas crianças
em tenra idade. Crianças que relatam espontaneamente algumas lembranças, que
também podem demonstrar aptidões inatas para o cálculo, filosofia
ou artes. Lembranças precisas dos detalhes do meio que teriam
vivido anteriormente; detalhes tão particulares sobre regiões distintas,
algumas em culturas completamente desconhecidas por ela e pelos
familiares. Informações dadas espontaneamente, que só poderiam ser
confirmadas após profunda investigação, algumas de fato levaram anos até
serem completamente averiguadas.
Quem poderia
imaginar que certas crianças a partir dos seus dois anos de
idade —, período em que não dominam mais do que 150 palavras —,
quando não há desenvolvimento dos órgãos da inteligência e da expressão, e
nenhuma noção poderia ter de história, filosofia e artes; seria capaz de
fornecer o nome que teve em sua vida pretérita. Identificar
alguns antigos familiares pelo nome e características físicas,
personalidade, apontar a causa de sua morte, em alguns casos, seu algoz e até o
local exato onde foi enterrado…
Esta classe
de fenômenos não é raridade, e podemos encontrar alguns trabalhos
acadêmicos que apresentam os fatos na sua crudez, sem apontar para uma
conclusão, afinal. O fato de uma porcentagem pequena relatar estes fenômenos,
também não é baliza para a generalização do fenômeno para todos os casos, dizem
alguns acadêmicos.
A Igreja em
seus primórdios, aceitava amplamente a reencarnação, mas que de certa forma
corroía o seu poder e a sua autoridade sobre os homens e sobre os governos;
conta Herculano Pires em um dos seus diversos trabalhos buscando esclarecer os
fatos históricos.
Uma forte
evidência da autenticidade de qualquer informação, é a voz da universalidade,
podem entretanto discordarem pela forma, mas são unânimes quanto ao fundo.
Nativos
Inumeráveis
são as tribos de nativos das diversas regiões do nosso globo e até hoje
desconhecemos que número exato delas figurou na história dos tempos, mas
considerando sua infinidade entre tribos desconhecidas entre si, com hábitos e
costumes muito diversos, encontramos entretanto um conceito em comum: a
crença na reencarnação.
Talvez até
os nativos dos nossos nativos, que nas paredes das cavernas expressavam seus
pensamentos e experiências cotidianas; e lá imprimiam figuras análogas ao que
conhecemos por astronautas e naves espaciais, já aparentavam ter fortes
interações espirituais, através do consumo de substâncias orgânicas com poderes
de emancipação. Se estariam nestes desenhos o fio de um
emaranhado de crenças e costumes sobre o destino do ser, a multiplicidade das
existências, é um assunto que ainda não conseguimos apreender, porém podemos
encaminhar o assunto através da análise daquilo que a antropologia nos tem
fornecido sobre eles.
Nas
religiões da Suméria, Babilônia e Acadianas.
A
Mesopotâmia é a denominação de um planalto de origem vulcânica localizado no
Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado
pelo atual território do Iraque e terras próximas.
Civilizações
que datam de 6.000 a 4.000 a. C, já ensinavam como algo muito natural, a ideia
da reencarnação, na Suméria e na Babilônia ela era generalizada, assim
como a prática da mediunidade. A perspectiva desta ideia no Egito antigo porém,
teve um outro desenvolvimento, no livro dos mortos há as etapas de passagem de
uma alma após a morte para a sua vida subsequente, mas não implicitamente sobre
a retomada de um novo corpo, tendo em vista todos os preparos funerários pela
mumificação. Mas como em todos os povos e religiões encontramos as dissidências,
alguns apontamentos contrários encontram evidências na figura do Chacal.
(me-su) que quer dizer nascer. Os egípcios usavam totens de animais como
símbolos para os fenômenos naturais, e a figura do Chacal estava relacionada ao
processo da morte e do nascimento. Dessa forma, a simbologia de três peles de
chacais consecutivas representaria múltiplas reencarnações ou renascimentos,
segundo sugere um estudo publicado na obra (From Light Into Darkness, de
Stephen S. Mehler — Adventures Unlimited Press: Kempton, IL, 2005— p.
109, 146.)
Os conceitos
de Ba e Ka também sugerem a reencarnação na crença egípcia. O
termo Ba aparenta implicar em um fenômeno como a transcendência da alma
(Espírito), descrita no mesmo livro citado anteriormente; já o conceito de Ka
aparenta ser uma abstração do conceito de Ba, como uma espécie de
ligação entre a alma e o corpo, como na encarnação (seria o perispírito?).
Por fim, o
conceito de Ankh, tem sido interpretado de forma a significar a
imortalidade da alma. Como podemos ver, a reencarnação também estava presente
na cultura suméria, babilônia e egípcia.
Hieróglifo é um termo originário de duas
palavras gregas: ἱερός (hierós) “sagrado”, e γλύφειν (glýphein) “escrita”.
Apenas os sacerdotes, membros da realeza, altos cargos, e escribas conheciam a
arte de ler e escrever esses sinais “sagrados”.
No
Hinduísmo
Terceiro dos
três períodos da religião indiana, caracterizado por um extremo pluralismo de
cultos, deuses e seitas; neobramanismo, neo-hinduísmo [Estendendo-se do sVI
a.C. aos dias atuais, o hinduísmo sofre o impacto de religiões estrangeiras
(cristianismo, islamismo), religiões indianas heterodoxas (budismo, jainismo,
siquismo), escolas filosóficas e místicas (dársanas e sufismo); na mistura de monoteísmo,
politeísmo e panteísmo, intensifica-se o caráter pluralista e
sincrético que está na origem da própria religião indiana.].
Em seu corpo
de ensino o hinduísmo deixa claro que a alma sobrevive a morte do corpo, e o
indivíduo, passa um tempo mais ou menos longo em outras esferas, para então
retomar um novo corpo. Este corpo poderá ser do sexo oposto ao da última
encarnação, e em certos casos a alma pode tomar o corpo de um animal. Ele
introduz o conceito de Karma, ou seja, a ideia de que as condições em que se
nasce varia de acordo com a conduta adotada nas suas existências pretéritas. A
vida na terra é considerada de modo geral como indesejada e punitiva, pela
natureza material e moralmente inferior. A alma deve passar por muitas
encarnações neste globo, até que se purifique e tome características cada vez
menos individuais até integrar-se em no todo, ou por outra, integrar-se ao
Espírito Infinito, Grande Espírito ou, como queiramos chamar Deus, através do
ápice da pureza, denominada Nirvana.
Em
interessante descrição, encontramos um trecho no Bhagavad Gita, diálogo
entre o Krishna e Arjuna, no campo de batalha.
…Os sábios
não lamentam nem os vivos nem os mortos. Nunca houve nenhum tempo em que Eu
fosse inexistente, nem você, e nem haverá futuro em que não existiremos. Como a
alma que se encarna passa sucessivamente, no mesmo corpo, da infância à
juventude e à velhice, o mesmo se dá pela transmigração de um corpo a outro. E
os sábios não se perturbam com isso. Oh, Arjuna, somente pela interação dos
sentidos existe frio, calor, prazer e dor. Essas coisas são temporárias,
surgindo e desaparecendo. Então tente tolerar isso. Ó valoroso entre os homens,
saiba que quem mantém um sábio julgamento na tristeza ou na alegria, e em ambas
se mantém imperturbável, é digno da liberação (Nirvana). Os sabedores da
Verdade concluíram, estudando a natureza dos dois: no irreal não há duração, e
no real não há cessação. Aquilo que pelo corpo se espalha é de natureza eterna.
Ninguém pode destruir a nossa alma imperecível. Só o corpo material certamente
morrerá, mas a alma é eterna em existência, indestrutível e infinita. (…) Quem
pensa que a alma (ayam) pode matar ou morrer não entende a realidade,
mas quem tem conhecimento sabe que a alma não mata e não pode ser morta. Nem
nascimento nem morte pode acontecer a alma. Ela existe eternamente, e nunca é
destruída quando o corpo perece. Oh, Arjuna, como pode alguém que sabe que a
alma é eterna, não-nascida e indestrutível e imperecível causar a morte de
alguma pessoa? E a quem ele mata? Como quem muda de roupa e abandona as
roupas velhas, a alma aceita um novo corpo descartando o corpo inútil.
Ninguém pode ferir a alma com nenhuma espécie de arma; não há fogo que a
queime; a água não pode molhá-la nem pode o vento secá-la. Nossa alma
individual sendo imóvel e imutável, insolúvel, inquebrável e primordial.
Sabendo, pois, que a alma é imperceptível, inconcebível e imutável, é
impróprio pra você se lamentar.
(Bhagavad
Gita cap. 2; 11-25)
O hinduísmo
também possui vertentes, cada vertente procura explicar os detalhes pelo qual
se processam estes estágios da alma até o nirvana, variam em suas formas
e detalhes porém preservam no fundo os mesmos ensinos primordiais.
Budismo
(páli/sânscrito:
बौद्ध धर्म Buddha Dharma) é uma
filosofia ou religião não teísta que abrange diversas tradições,
crenças e práticas geralmente baseadas nos ensinamentos de Buda. Engloba
escolas como o Teravada, Zen,Terra Pura e o budismo
tibetano, se espalhou mais pelo Tibete, China e Japão. Várias fontes colocam o
número de budistas no mundo entre 230 milhões e 500 milhões, sendo assim a quinta maior religião do mundo.
Compartilha
alguns conceitos do Hinduísmo, mas possui consideráveis diferenças, também
entre suas vertentes. O budismo Theravada largamente encontrado no sudoeste da
Ásia, ensina que nenhuma personalidade individual persiste após a morte do
corpo, como a chama de uma vela quase extinta pode ser utilizada para alimentar
uma nova chama. Após a morte, esta “chama” ficaria em estado latente no mundo
espiritual, até ser reutilizada para ingressar novamente no terreno material.
Como no hinduísmo o Karma é que determinará a nova natureza da existência que
esta nova existência irá habitar. E o conceito de reencarnação é antes
substituído pelo termo renascimento. Nesta vertente do budismo a lei do Karma é
vista como natural, ou seja, como as leis da Física, embora as circunstâncias
deste novo renascimento não sejam vistas como compensações ou castigos
controlados por um Deus, mas simplesmente uma consequência das boas ou más
ações no campo terrestre. Também, o ciclo de renascimentos objetiva a
purificação do ser, poder-se-á realizar em uma inumerável diversidade de corpos
humanos ou não, na terra ou em outros planos do universo. Implica
inevitavelmente na experiência através do sofrimento até o alcance da
purificação, estágio também exprimido por nirvana.
Grécia
Antiga
Termo
geralmente usado para descrever o mundo antigo grego e áreas próximas (tais
como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de
assentamentos gregos no litoral de outros países, como o Egito)
Berço dos
maiores desenvolvimentos sobre a ideia da reencarnação, os gregos, profundos
filósofos e conhecedores do assunto, o desenvolveram ao ponto torná-lo um corpo
de ensino, hoje classificado como uma doutrina completa. Os primeiros registros
são do legendário Orpheus apontado como sendo somente um conto da mitologia,
porém foi com Pitágoras que a ideia tornou-se um ensino escrito, em seguida
Sócrates, pelo desenvolvimento, seguido por seu leal apóstolo, Platão, que por
sua vez foi seguido por Aristóteles o pai da metafísica, e sucedido por
Theophrastus.
Os gregos
deram a esta ideia, forma, características e analogias que podiam ser
compreendidas e assimiladas facilmente, pela lógica e pela razão, tão
fortemente invocadas quando tratamos sobre as revelações dadas pelos espíritos
através da prática mediúnica.
Mulçumanos
xiitas
Os xiitas (em
árabe: شيعة ,
Shīʿah, abreviatura de شيعة علي, Shīʻatu ʻAlī, “partido de Ali”) são o segundo maior ramo de
crentes do Islã, constituindo 16% do total dos muçulmanos (o maior
ramo é o dos muçulmanos sunitas, que são 84% da totalidade
dos muçulmanos).
Um número de
grupos desta vertente religiosa, encontrada abundantemente no oeste da Ásia,
baseia-se na teoria da reencarnação, com algumas ressalvas. Os Drusos no
Líbano e na Síria, e os Alevis na Turquia, preservam o ensino da
reencarnação sem o conceito de Karma, como no Hinduísmo e no Budismo. Ao invés,
eles acreditam que quem determina a natureza da existência futura é Deus,
quando Ele envia as almas para o inferno ou o céu de acordo com as qualidades
morais que cultivem durante as existências terrenas.
Os Drusos em
especial acreditam que a reencarnação se dá imediatamente após a morte corporal
e em famílias distintas, mas dentro do seu povo, portanto não havendo qualquer
tempo para se porem em relação no mundo espiritual. Os Alevis por sua vez,
acreditam que a reencarnação pode ocorrer também em corpos não humanos, os
Drusos não, para estes últimos a reencarnação só se dará entre seu próprio
povo.
Nenhum deles
porém, acredita ser possível reencarnar aleatoriamente com corpos masculinos ou
femininos.
Judaísmo
(em hebraico:
יהדות, Yahadút) é uma das três principais
religiões abraâmicas, definida como “religião, filosofia e modo de vida”
do povo judeu. Originário da Torá Escrita e da Bíblia Hebraica (também
conhecida como Tanakh) e explorado em textos posteriores, como o Talmud, é
considerado pelos judeus religiosos como a expressão do relacionamento e da
aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel.
Embora a
reencarnação não seja caraterística das principais vertentes do Judaísmo e do
Cristianismo, ela é encontrada em diversos grupos dissidentes. No Judaísmo a
Kabalah e seu corpo de ensino é baseado em uma interpretação esotérica das
escrituras dos hebreus, inclui a reencarnação como explicação para Justiça
Divina. No Judaísmo Hassídico, também encontramos em seu corpo de ensino a
reencarnação, embora com algumas ressalvas.
Nota: No
Evangelho Segundo o Espiritismo temos uma explicação mais detalhada sobre as
diversas dissidências judias à época anterior a Jesus e suas crenças.
Cristianismo
(do grego
Xριστός, “Christós”, messias) é uma religião abraâmica monoteísta centrada na
vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo
Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de
Deus, Salvador e Senhor.
No
Cristianismo alguns grupos, como os Gnósticos, acreditam na reencarnação. É
possível, que os cristãos dos tempos das catacumbas, onde viviam as escondidas
da ira romana, também baseavam-se na reencarnação como a exemplificação prática
da Justiça Divina sobre as sociedades, tal como a prática da mediunidade
curativa.
No Sudeste
da Europa, os cristãos mantinham o ensino da reencarnação até o conselho de
Constantinopla ocorrida em 553 a.C.
Alguns
cristãos alegavam encontrar este ensinamento na passagem do Novo Testamento no
livro de Mateus quando Jesus afirma que João Batista, era o próprio profeta
Elias, renascido.
Há muitas
outras referências sobre a reencarnação nos Evangelhos de Jesus, porém muitos
foram escritos muitos anos após seu ensino público. Porém, mesmo após muitas
revisões “oficiais” da Igreja, pelas versões em Aramaico, Grego e Latim, os
textos continuam com os mesmos apontamentos. Apesar da tentativa de suprimi-los
em detrimento de interesses nem sempre nobres.
Para o
desenvolvimento deste cenário apresentado, recomendamos um artigo de J.
Herculano Pires, profundo conhecedor do assunto, intitulado Visão Espírita da
Bíblia. Onde apresenta passagens da bíblia à luz dos ensinos espíritas, com a
chave que a Doutrina dá para o entendimento desta obra.
Entre
alguns povos
TAOÍSMO –
na cultura chinesa,
doutrina mística e filosófica formulada no s. VI a.C. por Lao Tsé e
desenvolvida a partir de então por inúmeros epígonos, que enfatiza a integração
do ser humano à realidade cósmica primordial, o tau, por meio de uma
existência natural, espontânea e serena [Seu caráter contemplativo, na vida
religiosa chinesa, é o principal rival do racionalismo pragmático que
caracteriza o confucianismo. ].
Antigos
textos chineses não falam muito a respeito, embora o I Ching de
aproximadamente 2500 a. C. Refere-se aos eternos ciclos de vida e
desenvolvimento multidimensional que poderia envolver muitas existências.
Aproximadamente 200 anos depois de Buda, os conceitos do budismo como
apresentados anteriormente neste artigo, foram incorporados no Taoismo
chinês.
Muitos
acadêmicos referem-se aos Teutões, Celtas e Gauleses como
povos que aceitavam a realidade da reencarnação. Outras referências históricas
incluem as sagas dos homens do norte da Bretanha, também os Druidas, os Eskimós,
os Sioux, Zunis e os Incas, além das lendas dos povos do
Pacífico, Havaí, Austrália e dos mares ao Sul. No oriente, incluindo o Japão e
a Rússia oriental, e tais histórias são detalhadas e persuasivas. Entre os
nativos sul-americanos temos os Incas, os Maias e os Aztecas.
No
Espiritualismo Moderno
Após os
episódios em Hydesville, e pouco tempo depois em Rochester na
América do Norte, o mundo teve contato de forma ostensiva com a
fenomenologia mediúnica que rapidamente se verificou em várias partes do mundo,
o que antes era restrito a círculos restritos de seitas e doutrinas secretas.
Os Espíritos, ou antes, a alma dos homens que viveram sobre a terra, vieram nos
ensinar sobre a realidade espiritual, exprimindo-se de acordo com seu maior ou
menor conhecimento e experiência, no estado de Espíritos libertos da
matéria.
Nestes
ensinos, muitas revelações foram feitas, cada uma com suas particularidades
inerentes a elevação maior ou menor dos espíritos que se comunicavam. Nesta
série de ensinos, porém, muitas informações foram reveladas de forma universal,
ou seja, em vários lugares do mundo, recebidas por médiuns desconhecidos entre
si, e que obtinham tais revelações como ideias estranhas as suas
próprias, mas todas concordantes pelo fundo.
O Espiritualismo
Moderno, movimento diferente do Espiritualismo Antigo ou apenas
Espiritualismo que baseava-se mais em uma série de ritos e cultos aos mortos
através da necromancia, o que não se verificava neste novo movimento,
separou-se em diversas escolas, que pretendiam expor a predominância das ideias
de cada uma sobre a outra, mas que como já dissemos, eram unânimes no fundo.
Tem se a
errônea ideia de que todas as escolas do Espiritualismo Moderno, negavam
a ideia da reencarnação. Isto não está correto, e lançando os olhos sobre
muitos livros e artigos de diversos Jornais e Revistas sobre ao tema Espiritualismo
Moderno, publicados na América do Norte na Europa e na Ásia,
descobrimos que eles evidenciam o contrário. É correto afirmar que a
maioria das escolas americanas e inglesas, não aceitava tal teoria,
embora não à ignorassem, consideravam como uma influência de Espíritos
mistificadores e ignorantes, de culturas atrasadas do oriente. De modo que
evitavam tratar do tema, e demonstravam preciosismo ao defender que eram
ridículas as evidências levantadas pelas demais escolas, como a francesa
de Allan Kardec por exemplo.
A teoria da
reencarnação é um remédio amargo, bem o sabemos, e a simples ideia de ter que
retornar para este mundo de misérias e sofrimentos, causa certo desconforto e
embaraço a qualquer um. Mas o que quereríamos que fosse nem sempre corresponde
ao que verificamos nas leis da natureza, e estas nem sempre estão à mercê
de nossos anseios e expectativas particulares.
Em meados
1890, as escolas do Espiritualismo Moderno, começaram a ceder à ideia da
reencarnação, o Espiritismo e seu método de aferição universal, começa a
arrastar torrencialmente os homens pela razão e pela lógica, e influenciou
muito estas escolas do Espiritualismo inglês e americano. Já em 1900, estas
escolas começam a incorporar largamente os ensinos da reencarnação dada pelos
Espíritos, e podemos concluir que o Espiritismo teve grande colaboração
nesta transformação, ainda assim, o ensino não se generalizou.
NO
Espiritismo
Em 1857, o
ilustre mestre lionês, Hypolite Leon Denisard Rivail (isso mesmo,
Hypolite – com apenas um “p” Denisard – com “s” Leon – sem acento agudo) ou
como queira, Allan Kardec, pseudônimo adotado para a publicação das
obras que compõe a codificação espírita, fundava na França, mas para o resto do
mundo, a Doutrina Espírita, movimento considerado pelo Espiritualismo Moderno,
como uma nova escola francesa, com suas ideias próprias mais
voltadas para o viés religioso do que científico, o que se verificou
posteriormente como um equívoco.
A Doutrina
Espírita, fundada nas bases de uma ciência de observação e uma filosofia de
consequências morais, desde o seu alvorecer, edificou-se sobre a Pluralidade
das Existências, indo a fundo na confirmação deste ensino através de
seu método de aferição (C.U.E.E. – Controle Universal de Ensino dos
Espíritos), tema sensível que nenhuma outra escola inglesa ou americana
abordou de forma tão detalhada. Demonstrando com clareza meridiana, e exemplos
práticos, ou por outra; em linguagem e analogias acessíveis para as pessoas em
qualquer grau de instrução, a reencarnação tornou-se pilastra
fundamental deste corpo de ensino; consequentemente apresenta a Justiça Divina,
em toda a sua glória e perfeição.
A mensagem
que ecoa através dos tempos, e que se funda no ensino dos Espíritos, não
somente pelo Espiritismo e Espiritualismo Moderno, mas por todas as
vertentes de ensino sobre a vida futura, vida e morte, pode ser simplificada
pelos seguintes pontos:
- O Homem é dotado de um elemento espiritual, ou, Espírito. Este Espírito é imortal, e continua a viver após a morte do corpo, como também preexiste antes de nascer. Uma vez que conquiste sua individualidade, jamais a perde, e o que teve início nas mãos do Criador Absoluto, não terá fim.
- O céu e o inferno, são estados temporários da mente, que variam de acordo com a natureza da vida que o homem teve enquanto na terra ou em outros mundos. Poderá no entanto sair de um e de outro, de acordo com o êxito das provas que escolher cumprir. Jamais poderá entretanto, retroceder.
- Deus é a Suprema Inteligência do Universo, e jamais abandona qualquer de suas criaturas ao sofrimento eterno, dá a eles a chance de se arrependerem e de retomarem o caminho do bem. Tantas quantas vezes forem necessárias até que retorne ao caminho do progresso. Pode estacionar-se temporariamente, mas cedo ou tarde, deverá progredir.
- Todos são criados simples e ignorantes com igual aptidão para progredir por seus esforços. As dores e sofrimentos são antes, consequências de sua má conduta do que uma fatalidade.
- Existem muitas esferas e moradas celestiais no universo, e o Espírito livre do corpo, habitará uma que esteja de acordo com a sua elevação moral. E poderá galgar lugares mais elevados de acordo com o progresso que realizar em si. Até a purificação absoluta, onde não mais sofrerá provas ou expiações, e tomará seu lugar na obra da criação, fazendo cumprir os desejos do Criador, recebidos diretamente Dele.
Hipóteses
ALTERNATIVAS para a explicação do fenômeno
(Leia na
íntegra em seu fonte,– Por Cyrix)
1.
Fraude consciente ou não: Talvez não se aplique aos melhores casos, mas a
possibilidade de alguém querer se promover ou confortar-se com a ideia de
renascimento é um risco que os pesquisadores procuram sempre evitar;
2.
Criptoamnésia:
É quando uma pessoa não tem uma recordação explícita de relatos ocorridos com outras
pessoas e, justamente por estarem em seu inconsciente, apropria-se como seus;
3.
Memória Genética: É uma das mais fracas ou pelo menos muito mal entendidas. Ela advoga que
a memória de nossos ancestrais seria transmissível a seus descendentes, tal
como as características físicas. Isso pode ser verdade para aspectos inatos da
espécie, aquilo que os psicólogos evolutivos chamam de “natureza humana”. Para
que memórias eventos testemunhados por indivíduos específicos (em vez de uma
espécie toda) fossem transmitidos, seria preciso admitir algum grau de
lamarckismo em biologia. Sem contar que muitas lembranças espontâneas não
envolvem parentesco;
4.
Inconsciente Coletivo: Ideia proposta pelo psicólogo suíço Carl Jung como um etéreo
reservatório de pensamentos, impressões e experiências de todo o gênero humano.
Dada a queda de Jung pelo ocultismo, pode-se especular se ele não reciclou a
antiga concepção indiana de akasha. O “inconsciente coletivo”, por sua
vez, pode ter influenciado a formulação dos…
5.
Campos morfogenéticos: Hipótese aventada por Rupert Sheldrake para explicar a
emergência de padrões similares entre populações geograficamente desconectada
de uma mesma espécie. Esse tipo de campo seria um tipo de memória biológica
coletiva de uma espécie, que influencia a formação corporal dela e para qual
cada membro dela contribui. Em vez de forças físicas, transportariam
“informações”, ou seja, permitiriam que uma “memória ancestral” reentrasse sem
apelar para a genética. Todavia, tanto o inconsciente coletivo como os campos
morfogenéticos têm um pequeno problema até agora: são totalmente especulativos.
Explicam muito, mas se não puderem ser testados estarão mais para a metafísica
que para a ciência.
6.
Hipótese Psi:
Cogita a existência de funções ou capacidades cerebrais ainda desconhecidas,
que lhe permitiriam (I) adquirir conhecimento sem o uso dos sentidos
convencionais (percepção extra-sensorial) e (II) interagir fisicamente com o
ambiente (psicocinese). A junção de (I) (II) constitui a “Hipótese Psi”,
estudada pelos parapsicólogos, descartando a existência de uma agente externo,
i.e., “almas”. Tem o mérito de vir sendo submetida a engenhosos testes
controlados nas últimas décadas, porém foram tantas reavaliações que o
resultado continua inconclusivo.
7.
Hipótese Sobrevivência: É o conceito “clássico” de reencarnação aos olhos
ocidentais, com preservação de uma individualidade em uma espécie de “corpo
astral” (ou perispírito) a ser repassado para um novo corpo material. É mais
atraente para alguns cientistas pela simplicidade do conceito (em relação à
Psi), embora bem menos testável. Fornece, também, uma explicação imediata para
marcas ou defeitos de nascença correlatos à traumas sofridos por ocasião da
morte da personalidade anterior. Isso, por outro lado, não é um desafio
incontornável para as hipóteses de mera transmissão de memória dado que, mesmo
na presente vida, nosso corpo pode vir a somatizar um agudo estresse emocional.
8.
Renascimento:
Comum no budismo Theravada, é muito similar à hipótese sobrevivência, porém sem
a preservação de um “eu”. Existiria uma espécie de continuidade entre indivíduos
por meio de “forças kármicas”, mas eles não compartilhariam a mesma identidade.
Mal comparando, seria como uma vela prestes a se esgotar acendendo uma nova
vela. Desdobramento interessante seriam hipóteses como uma “vela antiga”
acender mais de uma nova, a exemplo do que ocorre no filme “O Pequeno Buda”
(1993), ou duas “velas” acenderem uma terceira juntas.
Para
o desenvolvimento crítico sobre estas e outras
hipóteses, recomendamos o estudo de um artigo repleto de referências e
desenvolvimentos, que trata do trabalho do Dr. Ian Stevenson e
outros nomes:
Conclusão
Procuramos
demonstrar que na história da humanidade a ideia da reencarnação e suas
implicações no destino do ser, sempre existiram, que não é uma moda da nova
era, nem um ensinamento novo. Também não procuramos concluir sua veracidade,
nos limitando a expor um histórico razoável, porém super simplificado
sobre esse ponto sensível; desejamos que o estudante ou o pesquisador
possa encaminhar o assunto para suas próprias conclusões.
Referencias:
[ The Enigma of the Hereafter, Paul Siwek – PDF online]
[ Reincarnation: The Hope of the World, Irving S. Cooper
– Google Docs]
[ Reincarnation History – The Experiment ]
Harvey, Peter. An Introduction to Buddhism: Teachings,
History and Practices. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
Stevenson, Ian. Children Who Remember Previous Lives:
A Question of Reincarnation, revised edition. Jefferson, NC: McFarland and
Company, 2001.
Mills, Antonia, and Richard Slobodin, eds. Amerindian
Rebirth: Reincarnation Belief among North American Indians and Inuit. Toronto:
University of Toronto Press, 1994.
Link:http://jornalcienciaespirita.org/a-reencarnacao-na-antiguidade-e-em-todas-as-civilizacoes/
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