quarta-feira, 29 de junho de 2016

Lei de Causa e Efeito, Terremotos e Tsunamis

Lei de Causa e Efeito, Terremotos e Tsunamis

 

Quando falamos em Lei de causa e efeito estamos preconizando um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. Essa lei não foi criada pelo Espiritismo, ela está implícita nas leis gerais que regem o universo. Todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados, em qualquer parte do universo, estão sujeitos a essa lei.
Por essa lei toda a semeadura que se faz terá a colheita obrigatória. Todo ato da vida do homem corresponde a uma reação semelhante que receberá.
Como se diz: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Por essa lei compreendemos que existe sempre um motivo justo para os acontecimentos da vida. Sempre há uma finalidade para cada ocorrência na existência de cada ser.
Essa lei não é exclusividade do Espiritismo, pois já era conhecida bem antes da vinda de Jesus à Terra.
Um dos principais divulgadores dessa lei foi Buda -  Siddharta Gautama (século VI a.C. - 563 a.C. - 483 a.C.), em Kapilavastu, no Himalaia, território do atual Nepal.
Buda quer dizer o iluminado. Foi filósofo e líder espiritual, fundador do Budismo. Utilizava o termo carma (ou Karma) para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências.
O “carma”, expressão utilizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer “ação”, designa “causa e efeito”.
Por isso quando alguém fala em carma ou ação e reação podemos dizer que as palavras se equivalem, apesar de que cada um possa compreender as palavras de acordo com a evolução ou escola espiritual que segue. Para muitos o carma é algo que vai acontecer e nada pode impedir. Para outros e aí incluímos os que entendem a “ação e reação” o trabalho realizado no bem pode modificar o carma, amenizando ou desfazendo provações futuras.
Podemos dizer que para cada ação existe uma reação de força equivalente que se recebe. Se o homem praticou o mal ou o bem receberá de volta um mal ou um bem equivalente. É o princípio de justiça da lei divina que opera para governar os homens.
A  lei de ação e reação gere não apenas os destinos das individualidades, mas também dos povos, raças, estados e grupos. Para esses últimos chamamos de carma coletivo.
O Cristianismo expressa essa lei quando ensina que “A cada um será dado segundo suas obras”. Desse pensamento pode-se compreender a doutrina do céu e do inferno futuros, pois a colheita da semeadura pode ocorrer durante a vida ou depois da morte e, para nós Espíritas, também em vidas futuras.
O inolvidável apóstolo João Evangelista em seu livro “Apocalipse” deixa a entender a lei da ação e reação.
Em apocalipse 13:10 podemos ler:
“Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto”. “Aqui está a perseverança e a fé dos santos”.
Os Espíritos superiores através do Espiritismo ensinam que a lei de ação e reação funciona com todos os indivíduos e grupos. Aprofundando-se no conhecimento da Doutrina Espírita aprendemos que tão importante quanto não fazer o mal é fazer o bem. Nosso carma ou destino está intimamente ligado com aquilo que fizemos no passado e o que estamos fazendo no presente.
Podemos modificar nosso destino ou carma? Certamente que podemos alterar desde que nossas ações sejam direcionadas para o bem. Modificando atitudes estaremos mudando nosso destino, pois o amanhã será o reflexo do que fizermos hoje.
Lembramos de Simão Pedro que dizia: “O amor cobre a multidão de pecados”. O amor modifica o nosso carma e suaviza em muito o sofrimento que teríamos que passar à frente. Para entender o que digo repasso uma história contada por Chico Xavier.
Um homem, nos tempos do Brasil Colônia, havia sido feitor de escravos e maltratava muito os negros, criando pela lei de ação e reação uma situação muito embaraçosa para o futuro. Quando desencarnou sofreu perseguições dos inimigos que havia criado na Terra e então compreendeu que havia errado com seus irmãos de pele negra. Estudou e se aperfeiçoou no mundo espiritual e quando reencarnou no nordeste do Brasil, tinha em seu destino a projeção de que quando estivesse perto dos cinquenta anos estaria trabalhando numa fábrica e num acidente, perderia um braço, aquele que empunhara o chicote para bater nos negros.
Mas ele aprendera na espiritualidade a noção do amor e começou desde pequeno a fazer o bem a todos os semelhantes. Isso modificou o seu destino, pois quando chegou o dia em que perderia o braço no acidente, perdeu apenas um dedo.
Se pudéssemos ouvir Simão Pedro ele diria: “O amor cobriu a multidão de seus pecados”. Suas dívidas foram pagas com o amor aos semelhantes.
Por isso podemos afirmar que os Espíritas, que conhecem essa lei, não devem jamais ficar de braços cruzados esperando a vida passar. Devem por mãos à obra e trabalhar com muita dedicação para construir um futuro de felicidade a partir da encarnação presente.
E os carmas coletivos? São carmas arregimentados em coletividade e que da mesma maneira serão resgatados.
Vamos dar um exemplo contado pelo Espírito Theophorus no livro “Ignácio de Antioquia” através do médium Geraldo Lemos Neto.
No final de dezembro do ano de 115, como a acordar os homens, desviados da paz e da concórdia, um violento terremoto, de proporções devastadoras, sacudiu quase toda a Ásia, com seu epicentro na Síria.
Vilarejos e cidades foram literalmente destruídos, principalmente a cidade de Antioquia. O orgulho romano foi ferido no centro nervoso de suas campanhas militares como a lembrar-lhes da supremacia divina em seus destinos.
O imperador Trajanus destacou o sobrinho Hadrianus para a reconstrução. Os cristãos foram os únicos que se mobilizaram para auxiliar os desabrigados e feridos. Contudo, os romanos tinham que encontram um bode expiatório para os males do terremoto. E o alvo foram os cristãos que foram acusados de, com suas praticas exóticas, incitarem a ira dos deuses.
Vale lembrar uma das maiores figuras do Cristianismo nascente, Ignácio de Antioquia que, numa manhã de julho de 116, foi preso por recomendação do próprio imperador. O grande pregador já havia passado dos oitenta anos e mesmo assim provou a fibra de seu Espírito ao ser acorrentado e jogado numa prisão.
Em 115 a violenta revolta dos Hebreus em Alexandria, Chipre, Cirene, Grécia e Mesopotâmia foi violentamente reprimida pelos romanos.
Lucius Quietus ascendera ao posto de legado romano na Judéia, onde, alguns meses adiante, instalaria violenta repressão na revolta geral dos Hebreus.
O resultado nefasto da turbulência romana, após semanas sangrentas: uma montanha de cadáveres das quase 500.000 vítimas que tombaram na repressão à revolta.
Theophorus afirma:
“Na contabilidade dos débitos milenares dos responsáveis diretos e indiretos de semelhante morticínio, a Sabedoria dos Céus pacientemente aguardou quase dois milênios para efetuar o reajuste necessário das consciências devedoras pelo resgate inevitável das faltas de antanho. É por isso que em 26 de dezembro de 2004 assistimos, entre o estarrecimento e a surpresa, os tristes acontecimentos da tsunami asiática, ceifando a vida de mais de duzentas e oitenta mil almas da face da Terra”. (livro Ignácio de Antioquia psicografia de Geraldo Lemos Neto pelo Espírito Theophorus)

Caso da tsunami no Japão em 2011

Seguindo o mesmo princípio de que o coletivo faz e o coletivo paga, lembramos que é possível que muitos dos mortos nesse tsunami sejam os mesmos soldados japoneses que mataram 300.000 chineses civis, em Nanquim, durante as guerras sino-japonesa.
A primeira guerra ocorreu em 1895, na qual a China, sob a dinastia Qing, foi derrotada pelo Japão e forçada a ceder o território de Taiwan e a reconhecer a independência da Coréia.
A segunda guerra foi travada de 1937 a 1945 com a rendição incondicional do Japão aos Aliados em setembro de 1945. Historiadores contam que quando o Japão ocupou Xangai e Nanquim em 1937, suas forças militares massacraram a população civil em Nanquim. Foram mais de 300.000 civis mortos.
Xangai 1937. Bebê chora abandonado em meio aos destroços da estação ferroviária da cidade, bombardeada pelos japoneses.  (Foto Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)
Até quando o homem terá que sofrer para aprender que é filho de Deus e como tal deve usar isso para viver em paz?
Na Terra do futuro não haverá lugar para os maus. No dizer de Jesus, os mansos possuirão a Terra. O dinheiro usado para ações militares e criminosas de qualquer espécie será canalizado para a educação, saúde e progresso de todas as pessoas não importando raça, cor, religião ou lugar do planeta onde esteja.

Luiz Marini – 18 de março de 2011.

 


 

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