Lei
de Causa e Efeito, Terremotos e Tsunamis
Quando
falamos em Lei de causa e efeito estamos preconizando um dos princípios fundamentais
da Doutrina Espírita. Essa lei não foi criada pelo Espiritismo, ela está
implícita nas leis gerais que regem o universo. Todos os Espíritos, encarnados
ou desencarnados, em qualquer parte do universo, estão sujeitos a essa lei.
Por essa lei
toda a semeadura que se faz terá a colheita obrigatória. Todo ato da vida do
homem corresponde a uma reação semelhante que receberá.
Como se diz:
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Por essa lei
compreendemos que existe sempre um motivo justo para os acontecimentos da vida.
Sempre há uma finalidade para cada ocorrência na existência de cada ser.
Essa lei não
é exclusividade do Espiritismo, pois já era conhecida bem antes da vinda de
Jesus à Terra.
Um dos
principais divulgadores dessa lei foi Buda - Siddharta Gautama (século VI
a.C. - 563 a.C. - 483 a.C.), em Kapilavastu, no Himalaia, território do atual
Nepal.
Buda quer
dizer o iluminado. Foi filósofo e líder espiritual, fundador do Budismo.
Utilizava o termo carma (ou Karma) para expressar um conjunto de ações dos
homens e suas consequências.
O “carma”,
expressão utilizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer “ação”,
designa “causa e efeito”.
Por isso
quando alguém fala em carma ou ação e reação podemos dizer que as palavras se
equivalem, apesar de que cada um possa compreender as palavras de acordo com a
evolução ou escola espiritual que segue. Para muitos o carma é algo que vai
acontecer e nada pode impedir. Para outros e aí incluímos os que entendem a
“ação e reação” o trabalho realizado no bem pode modificar o carma, amenizando
ou desfazendo provações futuras.
Podemos
dizer que para cada ação existe uma reação de força equivalente que se recebe.
Se o homem praticou o mal ou o bem receberá de volta um mal ou um bem
equivalente. É o princípio de justiça da lei divina que opera para governar os
homens.
A lei
de ação e reação gere não apenas os destinos das individualidades, mas também
dos povos, raças, estados e grupos. Para esses últimos chamamos de carma
coletivo.
O
Cristianismo expressa essa lei quando ensina que “A cada um será dado
segundo suas obras”. Desse pensamento pode-se compreender a doutrina do céu
e do inferno futuros, pois a colheita da semeadura pode ocorrer durante a vida
ou depois da morte e, para nós Espíritas, também em vidas futuras.
O
inolvidável apóstolo João Evangelista em seu livro “Apocalipse” deixa a
entender a lei da ação e reação.
Em
apocalipse 13:10 podemos ler:
“Se
alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém
leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que
à espada seja morto”. “Aqui está a perseverança e a fé dos santos”.
Os Espíritos
superiores através do Espiritismo ensinam que a lei de ação e reação funciona
com todos os indivíduos e grupos. Aprofundando-se no conhecimento da Doutrina
Espírita aprendemos que tão importante quanto não fazer o mal é fazer o bem.
Nosso carma ou destino está intimamente ligado com aquilo que fizemos no
passado e o que estamos fazendo no presente.
Podemos
modificar nosso destino ou carma? Certamente que podemos alterar desde que
nossas ações sejam direcionadas para o bem. Modificando atitudes estaremos
mudando nosso destino, pois o amanhã será o reflexo do que fizermos hoje.
Lembramos de
Simão Pedro que dizia: “O amor cobre a multidão de pecados”. O amor
modifica o nosso carma e suaviza em muito o sofrimento que teríamos que passar
à frente. Para entender o que digo repasso uma história contada por Chico
Xavier.
Um homem,
nos tempos do Brasil Colônia, havia sido feitor de escravos e maltratava muito
os negros, criando pela lei de ação e reação uma situação muito embaraçosa para
o futuro. Quando desencarnou sofreu perseguições dos inimigos que havia criado
na Terra e então compreendeu que havia errado com seus irmãos de pele negra.
Estudou e se aperfeiçoou no mundo espiritual e quando reencarnou no nordeste do
Brasil, tinha em seu destino a projeção de que quando estivesse perto dos
cinquenta anos estaria trabalhando numa fábrica e num acidente, perderia um
braço, aquele que empunhara o chicote para bater nos negros.
Mas ele
aprendera na espiritualidade a noção do amor e começou desde pequeno a fazer o
bem a todos os semelhantes. Isso modificou o seu destino, pois quando chegou o
dia em que perderia o braço no acidente, perdeu apenas um dedo.
Se
pudéssemos ouvir Simão Pedro ele diria: “O amor cobriu a multidão de seus
pecados”. Suas dívidas foram pagas com o amor aos semelhantes.
Por isso
podemos afirmar que os Espíritas, que conhecem essa lei, não devem jamais ficar
de braços cruzados esperando a vida passar. Devem por mãos à obra e trabalhar
com muita dedicação para construir um futuro de felicidade a partir da
encarnação presente.
E os carmas
coletivos? São carmas arregimentados em coletividade e que da mesma maneira
serão resgatados.
Vamos dar um
exemplo contado pelo Espírito Theophorus no livro “Ignácio de Antioquia”
através do médium Geraldo Lemos Neto.
No final de
dezembro do ano de 115, como a acordar os homens, desviados da paz e da
concórdia, um violento terremoto, de proporções devastadoras, sacudiu quase
toda a Ásia, com seu epicentro na Síria.
Vilarejos e
cidades foram literalmente destruídos, principalmente a cidade de Antioquia. O
orgulho romano foi ferido no centro nervoso de suas campanhas militares como a
lembrar-lhes da supremacia divina em seus destinos.
O imperador
Trajanus destacou o sobrinho Hadrianus para a reconstrução. Os cristãos foram
os únicos que se mobilizaram para auxiliar os desabrigados e feridos. Contudo,
os romanos tinham que encontram um bode expiatório para os males do terremoto.
E o alvo foram os cristãos que foram acusados de, com suas praticas exóticas,
incitarem a ira dos deuses.
Vale lembrar
uma das maiores figuras do Cristianismo nascente, Ignácio de Antioquia que,
numa manhã de julho de 116, foi preso por recomendação do próprio imperador. O
grande pregador já havia passado dos oitenta anos e mesmo assim provou a fibra
de seu Espírito ao ser acorrentado e jogado numa prisão.
Em 115 a
violenta revolta dos Hebreus em Alexandria, Chipre, Cirene, Grécia e Mesopotâmia
foi violentamente reprimida pelos romanos.
Lucius
Quietus ascendera ao posto de legado romano na Judéia, onde, alguns meses
adiante, instalaria violenta repressão na revolta geral dos Hebreus.
O resultado
nefasto da turbulência romana, após semanas sangrentas: uma montanha de
cadáveres das quase 500.000 vítimas que tombaram na repressão à revolta.
Theophorus
afirma:
“Na
contabilidade dos débitos milenares dos responsáveis diretos e indiretos de
semelhante morticínio, a Sabedoria dos Céus pacientemente aguardou quase dois
milênios para efetuar o reajuste necessário das consciências devedoras pelo
resgate inevitável das faltas de antanho. É por isso que em 26 de dezembro de
2004 assistimos, entre o estarrecimento e a surpresa, os tristes acontecimentos
da tsunami asiática, ceifando a vida de mais de duzentas e oitenta mil almas da
face da Terra”.
(livro Ignácio de Antioquia psicografia de Geraldo Lemos Neto pelo Espírito
Theophorus)
Caso da
tsunami no Japão em 2011
Seguindo o
mesmo princípio de que o coletivo faz e o coletivo paga, lembramos que é
possível que muitos dos mortos nesse tsunami sejam os mesmos soldados japoneses
que mataram 300.000 chineses civis, em Nanquim, durante as guerras
sino-japonesa.
A primeira
guerra ocorreu em 1895, na qual a China, sob a dinastia Qing, foi derrotada
pelo Japão e forçada a ceder o território de Taiwan e a reconhecer a
independência da Coréia.
A segunda
guerra foi travada de 1937 a 1945 com a rendição incondicional do Japão aos
Aliados em setembro de 1945. Historiadores contam que quando o Japão ocupou
Xangai e Nanquim em 1937, suas forças militares massacraram a população civil
em Nanquim. Foram mais de 300.000 civis mortos.
Xangai 1937.
Bebê chora abandonado em meio aos destroços da estação ferroviária da cidade,
bombardeada pelos japoneses. (Foto Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre.)
Até quando o
homem terá que sofrer para aprender que é filho de Deus e como tal deve usar
isso para viver em paz?
Na Terra do
futuro não haverá lugar para os maus. No dizer de Jesus, os mansos possuirão a
Terra. O dinheiro usado para ações militares e criminosas de qualquer espécie
será canalizado para a educação, saúde e progresso de todas as pessoas não importando
raça, cor, religião ou lugar do planeta onde esteja.
Luiz Marini – 18 de março de 2011.
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