Mansuetude e poder
A mansuetude é, por vezes,
confundida com fraqueza espiritual, apatia ou indiferença. Pensa-se que a
pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve
tolerar com passividade todos os abusos.
Acredita-se que a mansuetude
não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência,
despotismo e violência.
Contudo, mais uma vez vamos
encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda
de mãos dadas com a mansuetude.
Na natureza tudo acontece
com poder e silêncio, com um silêncio poderoso. O sol nasce e se põe em
profunda quietude. Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra
suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma
flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar.
As estrelas e galáxias
descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do
Cosmo, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído.
O oxigênio, poderoso
mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso
corpo, e nem lhe notamos a presença.
A luz, a vida e o Espírito,
os maiores poderes do Universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência.
Como nos domínios da
natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física,
mas sim numa atitude de presença metafísica. Não se trata de fazer algo, mas de
ser alguém.
Quando um homem conquista o
verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.
A violência é sinal de
fraqueza, a benevolência é indício de poder.
Os grandes mestres sabem ser
severos e rigorosos sem renegarem a mansuetude e a benevolência.
O Criador, que é o Supremo
Poder, age com tamanha mansuetude que a maioria dos homens nem percebe a Sua
ação.
Essa poderosa força, na qual
todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, cria novos mundos a
cada instante, faz pulsar o coração dos abutres e dos colibris, dos bandidos e
dos homens de bem, na mais harmoniosa mansuetude.
Até mesmo a morte,
mensageira da liberdade, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os
laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.
Assim se expressa o
verdadeiro poder: sem ruído, sem alarde e sem violência...
* * *
Sempre que a palavra poder lhe vier à mente,
lembre-se do sol e de sua incontestável mansuetude.
O sol nasce e se põe em
profunda quietude. Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra
suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma
flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida, sem a acordar.
Redação do Momento
Espírita com base no cap. Bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a Terra, do livro Sabedoria das
parábolas, de Huberto
Rohden, ed. Alvorada.
Link: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=402&let=&stat=0
Nenhum comentário:
Postar um comentário