Conquista de Sentido Existencial
Pode-se
sintetizar o comportamento humano em três atitudes existenciais: na miséria, na
produtividade e no ócio.
A miséria
pode expressar-se sob vários aspectos, embora seja vista como aquela exclusivamente
de natureza econômica, na qual o ser estorcega em carências superlativas, experimentando
fome, sede, frio e enfermidades afligentes quão devastadoras.
Existe, também,
a miséria de ordem moral, aquela que se expressa através da perda dos valores
éticos, empurrando para os abismos da degradação moral, da perda de dignidade e
de consciência.
Pode ser
detectada em todos os segmentos sociais, não elegendo apenas os desafortunados
que chafurdam nas linhas abaixo da pobreza.
Doença da
alma, arrebata as suas vítimas e as empurra para os vícios, os crimes de toda
denominação, as condutas escabrosas.
Também é
encontrada na área mental, caracterizando diversos tipos de alienação que produz
transtornos profundos na razão e na consciência.
A produtividade,
por sua vez, abarca a grande massa dos que trabalham, que aspiram a melhores
condições existenciais, amealhando valores morais, intelectuais e econômicos
com que edificam os lares, constroem as famílias e promovem a sociedade.
Representa o
grupo humano que se afadiga por melhores condições de vida e se empenha pela
mudança dos padrões socioeconômicos existentes, propondo novas condutas de
bem-estar e relacionamentos edificantes entre as criaturas através do trabalho profícuo.
É um
movimento contínuo de crescimento tecnológico e científico, ao mesmo tempo de
manutenção dos recursos de preservação da vida em regime de harmonia e de
conforto, alterando a paisagem do sofrimento mediante à contribuição dos
tesouros que são investidos na saúde, na educação, na cultura, na recreação e
na promoção do ser humano.
Constitui a
formosa classe laboriosa, desde as mais humildes e úteis até as denominadas
como de executivos, administradores e especialistas na condução de empresas e
governos de instituições e de países que avançam no rumo da prosperidade.
Todo
indivíduo que trabalha estimulado pelo anseio de independência, movimenta-se com
segurança na busca dos elevados objetivos que cultiva em relação à própria,
como às existências que se lhe vinculam.
Por fim, o
volumoso número daqueles que transitam no ócio, saturados das comodidades em
excesso, da bajulação enganosa, da facilidade com que fruem os prazeres que,
por mais se renovem, não preenchem o vazio existencial.
Assinalando
algumas dessas condutas, chega-se ao estresse, ao cansaço perturbador que
desvaria e infelicita.
Aturdidos, os
primeiros e os últimos perderam o sentido existencial, o significado psicológico
da vida.
Tornam-se
cadáveres que respiram, quando não se deixam devorar por aflições descontroladas.
Toda a vida
tem um sentido especial, um objetivo de evolução.
Buscar
identificá-lo, eis a meta inicial do ser humano, a fim de integrar-se no
concerto da sociedade progressista.
Não importa
se esse significado é de grande ou de pequena importância. O essencial é que
produza estímulo para a luta e desenvolva o esforço para superar as injunções
provacionais em que cada um se encontra.
No caso do
ócio, os recursos que se podem movimentar em favor da solidariedade, e não são
ativados, têm relevância para a volta do ser à ação dignificadora.
Estimulado a
auxiliar o indivíduo descobre-se útil e capaz de produzir em área diferente
daquela que o levou a amealhar ou a fruir as heranças milionárias em que se locupleta.
A vida na Terra
é uma experiência rica de sentido e de significado, porque não se encerrando no
túmulo, descerra painéis de intemporalidade, de imortalidade. Nesse curso, as
experiências em cada etapa dos renascimentos físicos desenham as ocorrências
que serão enfrentadas no futuro.
Comenta-se
com alguma segurança a respeito do pão para a vida como imprescindível à
existência humana.
Todavia,
mais do que de pão se necessita para bem viver-se. Enquanto o alimento material
mantém o corpo, o significado existencial conduz o Espírito, dá-lhe impulsos fortes
para o crescimento, para a conquista da sua realidade, do seu bem-estar.
A miséria de
qualquer espécie resulta sempre da inobservância das leis de Deus, da insubordinação
aos códigos do dever em relação à Vida.
Desse modo,
a miséria propõe o significado da reabilitação, da reconquista da consciência
moral.
Através do
sofrimento que decorre da escassez de recursos, o ser deve compreender que se
encontra em processo de recuperação moral, adquirindo experiências e valores
íntimos para a autos superação, para a vitória sobre as circunstâncias em que
se depara.
Nos outros
comportamentos a lei de progresso proporciona o desenvolvimento espiritual pela
ação produtiva, pela aplicação de recursos da vida em favor da justiça social,
da harmonia entre as criaturas, do crescimento das comunidades atrasadas e dos
grupos humanos em sofrimento.
O ócio
degradante é estágio doentio da evolução que estaciona, dando lugar ao amolecimento
do caráter e a graves outros transtornos para o futuro do aprendiz.
A conquista
de sentido existencial é proposta de Jesus, quando afirmou, enfático:
Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também. (João; 5-17).
Incisivo,
Ele propôs a ação edificante para todas as criaturas, sem qualquer distinção, de
modo que a existência transcorra útil e saudável para o indivíduo e a sociedade
que se promove com o seu esforço.
Descobre,
desse modo, o significado da tua existência em paz, evitando o tumulto que estressa
e a abastança que produz o tédio enfermiço.
Olha em teu
derredor e age, acendendo a chama do entusiasmo íntimo, sustentado pelo combustível
do dever que te induz ao amor a
Deus, ao
próximo e a ti mesmo.
Joanna de Ângelis(Página psicografada pelo médium Divaldo
Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 31 de agosto de 2009, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia)
Imagem: http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2015/10/21/divaldo-franco-responde-como-enfrentar-a-solidao/
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